O futebol brasileiro é uma paixão nacional evidente e notória, mas a presença do torcedor nas arquibancadas, embora significativa, está longe de ser unanimidade. Segundo pesquisa da Nexus, encomendada pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), 22% dos brasileiros deixaram de frequentar os estádios.
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A maioria, porém, 59%, nunca chegou a ocupar um assento no estádio. Entre esse público, 63% são jovens de dezesseis a vinte e quatro anos. O grupo também tem forte presença feminina (72%), além de pessoas entre quarenta e um e cinquenta e nove anos (62%), brasileiros com renda de até um salário mínimo (69%) e moradores do Nordeste (63%).
O levantamento aponta ainda que quase metade dos idosos (acima de sessenta anos) já foi ao estádio alguma vez, e 32% desse grupo afirma ter abandonado o hábito. A falta de interesse pelo futebol é o principal motivo para não frequentar partidas, citada por 41% dos entrevistados. Questões de segurança aparecem em 23% das respostas, enquanto 12% mencionam o preço dos ingressos.
— De maneira geral, o futebol segue sendo a paixão nacional. O mundo hoje oferece diversas formas, sejam as mais tradicionais ou as modernidades da tecnologia, para se acompanhar, se informar, viver esse esporte. Estamos buscando aperfeiçoar as experiências, conquistar o torcedor para que vá a campo acompanhar o espetáculo, se entreter, vivenciar a experiência social que é uma partida de futebol, que desperta paixões, emoções, une e agrega pessoas. Essa é a essência do esporte, que está na alma do brasileiro — analisa o presidente da CBF, Samir Xaud.
Oito em cada dez brasileiros têm um time
O estudo também reforça a força da identidade clubística no país: 78% dos entrevistados dizem torcer para algum time, ainda que parte desse público não acompanhe o esporte de forma regular.
Entre os torcedores, há maior presença de homens (87%) do que de mulheres (69%), de jovens de 16 a 24 anos (83%) em relação aos acima dos 60 (72%), além de maior concentração no Sudeste (82%) do que no Nordeste (71%). O percentual também é maior entre quem recebe de dois a cinco salários mínimos (82%) do que entre quem ganha até um salário mínimo (74%).
No ranking das preferências, o Flamengo lidera com 26%, seguido pelo Corinthians (19%). Na sequência aparecem São Paulo (9%), Palmeiras (7%) e Vasco (5%). Internacional e Cruzeiro registram 4% cada, enquanto Atlético-MG, Grêmio e Santos somam 3% cada. Botafogo, Bahia e Fluminense aparecem com 2%, e os demais times contabilizam 11%.
Metodologia da pesquisa: A Nexus entrevistou 2.006 cidadãos com idade a partir de 16 anos, nas 27 Unidades da Federação, entre os dias 15 e 24 de agosto. A margem de erro da amostra é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.