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Pai de homem morto em briga antes do último Dérbi desabafa: ‘O bandido que fez isso está solto por aí’

Pai de Sinval, morto durante confronto entre palmeirenses e corintianos em abril, afirmou que autor do disparo ainda não foi identificado e que não crê mais em Justiça&nbsp;<br>

Três pessoas foram detidas pela morte de Sinval, mas por falta de provas, acabaram liberados em seguida<br> (foto: Reprodução/DHPP)
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No dia 3 de abril, horas antes do clássico entre Palmeiras e Corinthians pelo Paulistão, Antonio Batista de Carvalho perdeu o filho durante uma briga entre torcedores em São Miguel Paulista, Zona Leste de São Paulo. O baiano José Sinval Batista de Carvalho tinha 53 anos e sequer gostava de futebol. Estava apenas no lugar errado, na hora errada, e acabou atingido por um disparo.

Dois meses já se passaram e o autor do tiro ainda não foi identificado. No portão de sua casa, no bairro em que ocorreu o confronto, o pai de Sinval atendeu à reportagem e falou sobre o andamento do caso. Dividido entre a indignação e o conformismo, Antonio lamentou a impunidade. 

– Minha filha é advogada e sempre vai à DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa), mas a história não vai para frente. A polícia fala que está investigando. Prendeu três suspeitos, mas todos foram soltos porque não tem prova – contou Antonio ao LANCE!.

– Meu filho não gostava de futebol, nunca foi ao estádio. Estava ali por acaso. Era uma tranquilo, trabalhador. Aí veio uma bala, ninguém sabe de onde, e levou ele para debaixo da terra, enquanto o bandido que fez isso está solto por aí - completou. 

A briga que levou à morte de Sinval ocorreu em frente à estação São Miguel Paulista da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), na Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra. Cerca de 50 torcedores, alguns portando pedaços de ferro e madeira, entraram em conflito por volta das 10h. Durante a confusão, houve um disparo de arma de fogo, e Sinval - que passava pela região - foi atingido no peito. O caso foi registrado no 63º DP, da Vila Jacuí.

 A vítima estava sem documento. Seu corpo permaneceu no IML-Leste por três dias, até que a Polícia Civil resolveu divulgar um retrato falado, na tentativa de encontrar algum conhecido. Um vizinho viu a imagem na televisão e avisou a família, que foi ao local e fez o reconhecimento. 

- Sinval trabalhava em uma loja que vende água e nunca perdeu um dia de serviço. Se ia atrasar meia hora, ligava para os patrões e avisava. Então passou três dias sem aparecer, a gente achou estranho. Um vizinho viu o retrato na televisão e achou que parecia com ele.  E era mesmo - disse o pai. 

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que a Polícia Civil continua "empenhada em identificar o responsável". Em nota enviada ao L!, o órgão afirmou que "os materiais apreendidos nas ações policiais foram encaminhados para perícia e alguns já retornaram. Pessoas foram ouvidas e as diligência continuam para a identificação de todos os autores". Por enquanto, os únicos três detidos foram liberados por falta de evidências concretas. 

A briga que resultou na morte de Sinval, somada a outros três confrontos que ocorreram em São Paulo no dia do clássico, levaram o Ministério Público a instituir torcida única nos clássicos disputados na capital. Apesar dos esforços das autoridades, Antonio não crê que a medida vá evitar novas tragédias e já não nutre mais esperanças na punição do culpado pela morte do filho.

– Eu não acredito, não boto fé de jeito nenhum. Outros casos iguais a esse aconteceram e até agora nada. Essas medidas que eles tomam podem diminuir os casos por algum tempo, mas depois eles relaxam e volta a acontecer. Mas de que importa para mim? Meu filho não volta mais.