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Lucas Borges
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 21/08/2025
14:03
Atualizado há 0 minutos
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As cenas lamentáveis entre as torcidas de Independiente e Universidad de Chile, durante confronto pelas oitavas de final da Sul-Americana, continuam sem definição. O clube argentino, na tarde desta quinta-feira (21), emitiu um comunicado responsabilizando os chilenos presentes no Libertadores de América pelo começo da confusão que levou à paralisação do duelo.

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Segundo a diretoria do clube, a briga ocorrida nas arquibancadas de Avellaneda só teve início por conta dos atos iniciais dos aficionados de "La U", que atiraram objetos - parte deles arrancados das instalações do estádio - contra os argentinos.

👀 Veja comunicado do Independiente após briga na Sul-Americana

"O Independiente condena fortemente os atos gravíssimos de violência ocorridos à noite no Estádio Libertadores de América - Ricardo E. Bochini, que levaram ao cancelamento do encontro entre nosso time e a Universidad de Chile por parte da Conmebol. Segundo as imagens divulgadas, informações oficiais e partes policiais, os incidentes se iniciaram no setor visitante desde antes do jogo. Em primeira instância, atacaram e levaram à inativação do sistema formado por câmeras de segurança, e logo, começaram a destruir as instalações sanitárias do setor. Logo depois, a torcida visitante usou os destroços como projéteis e lançou bombas pirotécnicas até os torcedores locais que estavam na tribuna baixa e em uma das partes adjacentes ao setor sul. Posteriormente, aconteceram agressões inaceitáveis por parte de torcedores da casa.

Desde o primeiro momento, o clube ativou os protocolos de segurança, colaborou com as autoridades presentes e a organização do torneio, e disponibilizou assistência médica aos feridos, em total cumprimento do manual da Conmebol. Por outro lado, e como temos feito até agora, continuaremos colaborando com a investigação que está em andamento, cedendo todas as evidências disponíveis, e nos colocamos à disposição dos feridos e machucados.

Reiteramos com total clareza: rechaçamos toda forma de violência, proveniente de quem seja.

O clube trabalhará incansavelmente para que cada responsável seja individualmente identificado e punido, solicitando a aplicação do direito de admissão aos delinquentes disfarçados de torcedores que responderam com violência às agressões da torcida visitante. Vamos levar aos responsáveis e terceiros os danos materiais ocasionados em nossas instalações. Ao mesmo tempo, o presidente e o secretário-geral do clube se encontram a caminho do Paraguai para trabalhar na representação do Independiente frente à Conmebol e terminar de resolver as implicações a nível esportivo.

A nossos sócios e sócias: entendemos a preocupação e a dor pelo ocorrido. Nosso compromisso é cuidar dos nossos.

Por isso, para esse jogo trabalhamos junto com a Conmebol, a A.Pre.Vi.De, a Polícia Bonaerense e os Carabineros de Chile, colocando à disposição das organizações uma operação que cumpria com todas as normas vigentes e exigências estipuladas para esse tipo de competição. No entanto, nada disso foi suficiente para conter a violência desmedida promovida durante a noite por alguns que, longe dos valores que devem ser primários no esporte, escolheram a agressão e colocaram em risco a integridade de milhares de pessoas que foram ao estádio para torcer e desfrutar de um espetáculo esportivo.

Somos o Independiente. A violência não nos representa.”

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🏟️ O que aconteceu no Libertadores de América?

O confronto entre Independiente e Universidad de Chile era válido pela volta das oitavas de final da Sul-Americana. Na ida, os chilenos haviam vencido por 1 a 0, e na Argentina, aumentaram a vantagem logo aos 11 minutos de jogo, com gol de Assadi. 16 minutos depois, Montiel recolocou os "Rojos" no confronto.

Minutos após o gol, uma confusão começou nas arquibancadas, com torcedores de La U incendiando objetos no setor visitante e arremessando cadeiras em direção à torcida adversária. Alguns argentinos chegaram a invadir o campo buscando segurança, enquanto outros cruzaram a grande que separava as torcidas para retaliar as ações dos visitantes. Houve também relatos de pedras e barras de ferro lançadas pelos chilenos contra os rivais. Em imagens compartilhadas nas redes sociais, hinchas da La U aparecem pulando da arquibancada para fugir das agressões dos "rojos".

O segundo tempo chegou a começar, mas a partida foi novamente paralisada após dois minutos, já que o clima continuava tenso nas arquibancadas. Após 20 minutos de espera, a arbitragem mandou os jogadores para os vestiários e também deixou o gramado. O sistema de som do estádio ordenou a saída imediata da torcida visitante. No entanto, uma parcela se recusou a seguir o comando e foi perseguida por torcedores do Independiente, que portavam barras de ferro.

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Néstor Grindetti, presidente do clube de Avellaneda, concedeu entrevista ao canal argentino "TyC Sports" e, de maneira paralela ao comunicado emitido de maneira oficial nas redes sociais, colocou diretamente a culpa nos chilenos presentes no Libertadores de América.

- Já estamos falando com as pessoas da Conmebol e vamos defender todos os interesses do Independiente. O Independiente não teve nada a ver com isso. Está claro que o começo e também a sequência do problema foi só de um público. Torcedores da La U. Há um claro e evidente responsável. Tem que ter uma punição ao clube chileno e uma liberação de responsabilidades do Independiente. O que aconteceu hoje foi lamentável. Torcedores do U destruíram nossos banheiros, pegaram artefatos e os jogaram nas arquibancadas. Uma violência sem precedentes, absolutamente injustificada - declarou o mandatário.

Na madrugada de quarta para quinta, a Conmebol indicou o cancelamento do confronto. Agora, as duas diretorias devem participar de um processo investigativo por parte da entidade para defender a permanência na competição.

Torcedor da Universidad de Chile segura barra de ferro no estádio Libertadores de América, durante duelo com o Independiente, pela Sul-Americana (Foto: Alejandro Pagni/AFP)
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