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Roberto Jardim
Porto Alegre (RS)
Dia 06/09/2025
20:18
Atualizado há 3 minutos
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Ele não está na primeira nem na segunda prateleira da história do futebol mundial. Essas têm donos: Pelé no topo; Maradona logo abaixo. Lionel Messi figura, porém, isolado na terceira. Com certeza. Mesmo outros craques, como Johan Cruyff e Zinedine Zidane, entre tantos, não se aproximam de La Pulga, que fez na quinta-feira (5) sua última partida com a camisa da Argentina no Monumental de Nuñez. Dançou o último tango em Buenos Aires.

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Infelizmente, não pude assistir Pelé por ter nascido no ano que ele se aposentou da Seleção Brasileira. Só vi o maior de todos em vídeos e documentários. Já D10S, assisti muito. Seja em Copas do Mundo ou pelo Napoli, nas transmissões da TV Bandeirantes. Não sou tão velho, mas lembro do Silvio Luiz narrando “olho no lance!” e Dom Diego encantando o calcio.

Já Messi, nesses tempos televisivos e interligados da internet, vi muito mais. Em tudo que é lugar. E digo, está acima dos seus contemporâneos. Todos! Não há como negar, Lio é diferenciado. Muito acima da média atual do futebol. Que, convenhamos, perdeu em qualidade e quantidade de craques. Mas isso é outro assunto.

Messi joga para o time e faz o time jogar. Basta vê-lo em campo para perceber que ele sempre olha para todos os lados. Calcula as jogadas que pode fazer. Como se fosse um Kasparov (outra correspondência que revela idade) da bola. Quando recebe a redonda sabe o que vai fazer e como vai fazer. E faz.

La Pulga joga uma infinidade. É, talvez, o último grande craque.

E, para tristeza dos que gostam do jogo de bola, o 10 argentino se prepara para deixar a Albiceleste. Na quinta pela penúltima rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para Copa do Mundo de 2026, contra a Venezuela, dançou seu último tango com a camisa da Argentina frente à sua torcida, em um Monumental de Nuñez, que o reverenciou muito.

Foi seu último tango em Buenos Aires. Talvez, umas das últimas apresentações desse tangueiro da bola.

É provável que não esteja no próximo Mundial. Para quê? O que jogou em 2022, quando levou a Argentina ao tri, no Catar, valeu por todos os Mundiais em que esteve em campo antes e por todos dali para frente.

Com sua saída em definitivo dos gramados – que deve ocorrer em breve –, o futebol ficará menos parecido com uma dança. Menos próximo da arte.

Messi comemora um dos dois gols que fez contra a Venezuela (Photo by Luis ROBAYO / AFP)
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