Apesar dos avanços do futebol feminino nos últimos anos, o retrato das quatro grandes camisas do Rio mostra que o caminho ainda é cheio de diferenças — principalmente quando se olha para onde tudo começa: a base e a estrutura contratual.

Dados levantados pelo pesquisador Eduardo Maganha, pós-graduando em Jornalismo Esportivo na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), escancaram como cada clube segue uma lógica própria para montar seus elencos, registrar atletas e planejar o futuro.

➡️Tudo sobre Futebol Feminino agora no WhatsApp. Siga nosso novo canal Lance! Futebol Feminino

Início da pesquisa

Vascaíno, Maganha iniciou a pesquisa como forma de entender como o clube do coração protege seus atletas, inicialmente com foco no futebol masculino, para depois apurar no feminino. A partir disso, dedicou-se à conferir contratos por meio de registros públicos no site da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, conforme conta, ao Lance!.

— Eu queria ver que atleta do time principal estava com contrato prestes a vencer para ter alguma preocupação e também pra imaginar o que pode estar sendo feito em relação ao elenco da temporada seguinte — explica Maganha.

➡️ Meia do Botafogo faz balanço da temporada: 'Muito bem sucedida'

Captação e base: cada um com seu ritmo

O Vasco abre a porta mais cedo: inicia a formação a partir dos 14 anos para abastecer o Sub-17. O Flamengo começa aos 15 — mas com predominância de atletas de 18 anos. O Fluminense também concentra meninas de 18, embora mescle faixas mais baixas para montar seus times. Já o Botafogo aposta pesado nos 19 anos, mas inicia observações a partir dos 15.

Registro na FERJ: quatro clubes, quatro estratégias no feminino

A variação é grande. Botafogo e Vasco registram suas jovens como Amador com Contrato. O Fluminense alterna entre Amador e Amador com Contrato, com predominância da segunda modalidade. O Flamengo opta por registrar toda a base em Amador. Quando chega a hora de profissionalizar, a régua também muda:

Tamanho dos elencos profissionais
Os números mostram o peso de cada estrutura:

Total de atletas registradas na FERJ (base + principal)

Há ainda um detalhe relevante da pesquisa: o Flamengo é o único clube do Rio que já trabalha com empréstimos no futebol feminino, algo comum no masculino, mas ainda raro na modalidade.

Confira resultados na tabela:

Resultados da pesquisa sobre contratos no futebol feminino. (Crédito: Eduardo Maganha/Divulgação)
Siga o Lance! no Google News