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Sharon Nigri Prais
Rio de Janeiro (RJ)
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Nathalia Gomes
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 12/08/2025
19:38
Atualizado há 5 horas
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2027 é logo ali. Com esse tema, o Lance! convidou Aline Pellegrino, ex-jogadora da Seleção, e Viviane Ramos, diretora de marketing de desodorantes Unilever, para conversar sobre futebol feminino no palco do Rio Innovation Week, nesta terça-feira, com foco na preparação para a Copa do Mundo, que será realizada no Brasil.

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Atualmente na CBF, a ex-zagueira e agora gerente de competições reforçou a importância das marcas em dar visibilidade às jogadoras de futebol feminino e também outros esportes, além de moldar os ídolos para as gerações.

Um dos nomes citados foi da Marta. Conhecida como Rainha do Futebol, a jogadora de 39 anos foi definida por Aline como 'atemporal'. Ela virou referência no esporte até mesmo para meninos devido aos feitos: eleita seis vezes melhor do mundo.

- Que bom que temos a Marta. Maior artilheira da Seleção Brasileira (masculina e feminina), seis vezes melhor do mundo. Nesse sentido, a Marta é atemporal. Além das meninas, ela atinge os meninos. As marcas podem ajudar a formar esses ídolos dando visibilidade. A Marta, por exemplo, entende o papel dela em campo, mas também entende qual é o papel fora. Precisamos de mais Martas.

- Antes da Marta veio a Sissi, e poucas pessoas sabem quem foi. Eu não vi a Sissi na TV, ela foi jogadora da minha geração junto com a Katia Cilene e Formiga, que já estava lá - pontuou Aline, que demonstrou o poder que a mídia e as marcas têm em dar espaço ao futebol feminino e às jogadoras.

A Rexona é uma das marcas que exerce essa função. Em 2021, a marca lançou o projeto "Quebrando Barreiras", que tem como principal objetivo renovar o futebol feminino dando espaço para meninas se tornarem jogadoras profissionais.

- A marca fala sobre movimento, e acreditamos que isso seja para todo mundo. Através disso e do esporte, a gente supera barreira e nossos limites. O projeto, com a ajuda de algumas ONGs, foi criado com a missão de promover mudanças na vida das meninas - explicou Viviane, que relembrou uma ação feita em 2023.

- Na Copa do Mundo de 2023, nós levamos três meninas para a Austrália. Elas conheceram a Marta, foram à sala de imprensa, foi muito legal. A escolha foi feita por quem as acompanha diretamente. Eles levaram em consideração quem tinha disciplina, responsabilidade e também mais talento - disse a diretora de marketing.

O projeto, que é realizado em alguns lugares, como Guaratinguetá, Jardim Peri, Bauru, contou com a participação da lateral Tamires, grande nome do futebol brasileiro, para uma ação bem interessante há dois anos: projetar o futuro das jogadoras usando IA (veja o vídeo abaixo).

Esses projetos só reforçam o interesse do povo brasileiro com o esporte, principalmente o futebol. Seja homem ou mulher. Para Aline, situações recentes como a final da Copa América, que o Brasil venceu ao derrotar a Colômbia nos pênaltis, mostram que os torcedores e atletas do Brasil têm na veia a ligação desde sempre, além do poder de mobilização

- Ninguém começa jogando tênis quando criança. Toda criança chuta uma bola. O esporte tem poder de mobilizar. Um exemplo é a Copa América. Eu estava em Quito, mas consegui ouvir as comemorações daqui. O Brasil era favorito, sai atrás, empata, tem polêmica de arbitragem, e o povo vai se envolvendo. Quando vê, é uma emoção enorme.

E completou: - O Brasil é muito diferente na relação com o esporte. Aqui, um país tropical, a gente pode praticar esporte 365 dias e mesmo assim ir lá nas Olimpíadas de Inverno e ganhar uma medalha.

Durante a palestra, Aline relembrou as proibições sofridas pelas mulheres que praticavam futebol feminino. A ex-jogadora entende que muito preconceito que existe é proveniente desta época, no entanto, precisa acabar. Para Viviane, o papel da marca é tornar o futebol feminino na rota de patrocínios assim como o futebol masculino, deixando para trás o preconceito.

Viviane Ramos (à esquerda), Aline Pellegrino (meio) e Nathália Gomes (à direita) durante painel no RIW (Foto: Sharon Prais)

A menos de dois anos para a Copa, a diretora de marketing confirmou a Rexona como patrocinadora e reforçou que 'há obrigação da marca em superar as ações por ter o futebol em casa'. Além disso, Viviane tem um desejo especial: fazer algo grande voltado para o esporte pela disputa ser no Brasil.

- Esperamos que mais marcas se juntem a nós para fazer algo grandes.

Carreira de Aline Pellegrino

Aline esteve em campo com Marta em algumas ocasiões na Seleção Brasileira, sendo uma delas na prata de Atenas em 2004. No entanto, embora não tivesse a ambição de se tornar profissional de futebol lá atrás, quando começou, a ex-zagueira afirmou que ficou faltando para contemplar a carreira foi a Copa do Mundo.

- Eu olho para trás e não mudaria nada a minha trajetória. Comecei jogando com os meninos, não tinha jogo feminino, depois fui para um time de várzea feminino até participar de uma peneira. Me aposentei cedo, aos 30 anos, mas disputei duas Olimpíadas, duas Copas, Libertadores, Copa do Brasil, que voltou a ser disputada esse ano.

- Mas o que ficou faltando foi levantar a taça de campeã do mundo. Eu encontro com Cafu e digo 'era para ser eu e você'. Na época que ficamos com o vice, eu era a capitã, então ia levantar. Foi o que faltou. Mas vai ser simbólico e muito especial, após 20 anos do Pan-Americano, vencer no Maracanã essa Copa do Mundo.

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