Eleita a melhor corrida de 2024, a etapa do GP do Brasil é uma das queridinhas dos fãs pela emoção dentro e fora das pistas. Atualmente sediada em São Paulo, a Fórmula 1 pode voltar ao Rio de Janeiro a partir de 2029. No Lance! Talks, o presidente da Câmara de Vereadores do Rio, Carlo Caiado, o presidente da Faerj, Djalma Neves, e o presidente da Visit Rio, Luiz Strauss, abordaram os detalhes e as complexidades do projeto do Autódromo Parque de Guaratiba.
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O amor pelo automobilismo não é a única motivação para tirar o projeto do papel. Além do incentivo ao esporte, o impacto econômico surge como um ponto central para a construção do autódromo. E, segundo o presidente Luiz Strauss, a conta é simples.
Para acompanhar um evento desse porte, o público precisa utilizar a infraestrutura básica da cidade: hotelaria, transportes e alimentação. Com o aumento dessa demanda, o investimento cresce — e os resultados também.
Entre os dias 7 e 9 de novembro, São Paulo recebeu mais de 303 mil pessoas para o GP do Brasil. Um estudo divulgado pela Prefeitura apontou um impacto econômico total de R$ 2,3 bilhões, somando efeitos diretos e indiretos. Como destacou o vereador Caiado, valores assim poderiam ser aplicados em áreas como saúde e educação caso fossem gerados no Rio.
Da construção até a aprovação da F1
"Com certeza o Rio de Janeiro vai ter Fórmula 1", afirmou o vereador carioca. Ainda há um longo caminho a se percorrer até o acordo com a Federação Internacional de Automobilismo (FIA). O início das obras está previsto para o primeiro trimestre de 2026.
Segundo Djalma Neves, no entanto, a aprovação da entidade é o último passo a ser concluído neste projeto, que foi iniciado cerca de 10 anos atrás. Na época, o Autódromo de Jacarepaguá precisou ser demolido para a construção de novas estruturas para as Olimpíadas de Rio-2016.
Disputa entre Rio e São Paulo
Em meio ao promissor projeto de levar a Fórmula 1 ao Rio de Janeiro, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, afirmou que a capital paulista tem mais estrutura para receber grandes eventos. Por isso, segundo ele, as corridas de Fórmula 1 não sairão da cidade.
Apesar do contrato vigente, até o ano de 2030, Djalma acredita que a vantagem está com a Cidade Maravilha devido aos problemas enfrentados pela estrutura paulista nos últimos anos. A distância entre a Avenida Paulista e o Interlagos foi um dos pontos destacados pelo presidente da Faerj, assim como a estrutura limitada do Autódromo.
— A Fórmula 1 está tão grande que precisa de locais mais modernos, com equipamentos mais modernos e bons acessos. Fizeram obras, fizeram reformas, mas o acesso lá está difícil. A gente chega bem, mas para sair não é fácil. São três horas da Fórmula 1 para chegar próximo à Avenida Paulista. Está ficando saturado, então não adianta achar que vai colocar mais gente, porque não vai. Não há mais espaço. Não tem mais para onde crescer, e o entorno está ficando inviável, vamos dizer assim, para os grandes eventos — disse Djalma.
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Entenda autódromo de Guaratiba, no Rio de Janeiro
O projeto foi apresentado pela Populous, Driven, WSP e RLB. Segundo os projetistas, o autódromo ficaria a cerca de 1h20 de carro do Aeroporto Internacional do Galeão. A construção será focada na integração com o entorno, na sustentabilidade e no uso flexível. Além de ser um lugar para corrida, o autódromo também será multiúso.
A primeiro momento, o Autódromo de Guaratiba terá um Kartódromo, terraço, garagens, paddock, além de uma vila e um automóvel clube. O traçado terá 10 curvas no sentido anti-horário e 4,71 km de extensão. A expectativa é que tenha capacidade para 360 mil pessoas.
Estão previstas 11 variações de traçado, que poderão ser utilizadas em diversas categorias. O objetivo do autódromo é alcançar o Grau FIA 1 e FIM A, os mais altos do automobilismo. O investimento inicial será de R$ 1,3 bilhões, sem recursos públicos.
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— Esse é um projeto com recurso privado, que não tem dinheiro do imposto do carioca. É um trabalho de longo prazo, mas já está mais do que comprovado que grandes eventos são bons para a economia da cidade, são bons para quem mais precisa. Agora o desafio é trazer de volta a Fórmula 1, a motovelocidade, a Fórmula Indy. É pensar em todas as alternativas que pudermos ter aqui no Rio — explicou Eduardo Paes.