Após o empate sem gols contra o Palmeiras, o técnico do Cruzeiro, Leonardo Jardim, fez um forte desabafo sobre a arbitragem no Campeonato Brasileiro e ameaçou deixar de trabalhar no futebol brasileiro. Diante dessa postura, o jornalista Bruno Vicari, da ESPN, apontou uma certa hipocrisia durante o discurso do comandante português.

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Durante a breve entrevista coletiva, Jardim reclamou dos lances polêmicos envolvendo a arbitragem Rafael Klein. A principal reclamação foi quanto à expulsão do zagueiro Fabrício Bruno, aos 25 minutos do segundo tempo. Para o técnico do Cruzeiro, não houve nem falta do jogador no meia Allan, do Palmeiras

Segundo Bruno Vicari, além da arbitragem, a equipe do Cruzeiro também não contribuiu para o espetáculo, ao fazer cera, com apenas três minutos de jogo. O jornalista ainda questionou o tamanho da responsabilidade dos jogadores dentro deste cenário.
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Dentro do próprio jogo o time dele também não contribuiu… Porque com três minutos de jogo, aí a equipe dele, brigando pelo título, estava fazendo cera. Então, quanto é também responsabilidade do time dele, dos jogadores dele, do próprio Cássio? O Cássio falou bonito, mas em campo o tanto de cera que ele fez? O fato da equipe dele ter descansado a semana toda, se preparado para o jogo, ter enfrentado um adversário que teve uma viagem longa, que teve dois resultados extremamente negativos, que não tinha volante, que jogou sem seus atacantes no segundo tempo… e a equipe dele, em campo, ter sido covarde em não ter disputado o título - disse Bruno Vicari.

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Veja as declarações do treinador do Cruzeiro

Leonardo Jardim respondeu a apenas uma pergunta durante a entrevista coletiva com forte um desabafo e apontou o que entende ser os principais problemas do futebol brasileiro: árbitros amadores, gramados desiguais e calendário ruim.

- Quando eu cheguei aqui, duas ou três pessoas disseram: 'Bem-vindo ao Brasil'. Estou muito frustrado. Eu, como treinador, só consigo interferir em algumas coisas. A alegria que eu tenho tido no Brasil com os torcedores, com o grupo fantástico no Cruzeiro, com toda essa gente… Estou frustrado, não sei se vale a pena continuar no Brasil, quando, na realidade, não somos nós que controlamos o jogo. Eu fico extremamente frustrado. Isso é uma balança. A frustração está quase a igualar o peso da satisfação daquilo que vim ao Brasil para usufruir do jogo, da emoção, dos torcedores e a paixão que as pessoas têm pelo futebol – desabafou Leonardo Jardim.

- Acho que foram muitas coisas. Não vale a pena relatar, vocês viram. Kaiki com o lábio todo inchado, nenhuma parada. Qualquer lance da primeira parte tinha um adversário no chão e o árbitro assistindo. O Fabrício não fez falta nenhuma. O adversário é quem faz a falta. Expulsão. As dualidades de critérios. Dizem bem-vindo ao Brasil, mas não quero isso para mim. Eu gosto de controlar o jogo e que os jogadores sejam os responsáveis – acrescentou Leonardo Jardim.

- Hoje (domingo), o Gabriel me perguntou se acho que o Brasil está no top 5 da minha experiência internacional. Eu disse que não. Não estou aqui para puxar o saco de ninguém. Enquanto um grupo de profissionais estiver sendo gerido, arbitrado ou avaliado dentro de campo por um conjunto de amadores, enquanto não houver uma organização dos gramados, para que todos sejam iguais, enquanto não houver um sindicato dos jogadores forte para defender os interesses dos jogadores em um calendário, enquanto não houver essas coisas todas, não vamos entrar no top 5. Temos talento, temos emoção, temos os fãs mais espetaculares com os quais eu trabalhei, torcedores, como vocês dizem… mas sinceramente não sei se tudo isto vale a pena – declarou Leonardo Jardim.

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Leonardo Jardim, técnico do Cruzeiro (Foto: Caíque Coufal/Cruzeiro)
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