WhatsApp-Image-2024-12-11-at-16.06.12-1-scaled-aspect-ratio-1024-1024
Pedro Brandão
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 08/09/2025
23:07
Atualizado há 9 horas
Compartilhar

O Fluminense apresentou a proposta de aquisição da sua futura Sociedade Anônima do Futebol (SAF) ao Conselho Deliberativo nesta segunda-feira (8). O documento foi entregue por representantes da Lazuli Partners e LZ Sports. A oferta detalha um investimento total de R$ 6,9 bilhões ao longo de 10 anos. A proposta inicial prevê um aporte de R$ 500 milhões e a assunção completa da dívida de R$ 871 milhões do clube.

➡️ Tudo sobre o Tricolor agora no WhatsApp. Siga o nosso canal Lance! Fluminense

A proposta de investimento se diferencia das SAFs de Botafogo e Cruzeiro, por não ter um investidor único. O modelo prevê 40 torcedores do Fluminense adquirindo cotas da empresa, que seria acionista majoritária. A associação, por sua vez, manteria uma participação minoritária, cuja porcentagem seria definida pelo valor da dívida no momento da aquisição. Com a dívida atual, a divisão seria de 65% para o fundo e 35% para o clube.

O investimento de R$ 6,4 bilhões será dividido ao longo dos 10 anos da seguinte forma:

Folha salarial (elenco e comissão técnica): R$ 4,7 bilhões

Aquisição de atletas: R$ 1,1 bilhão

Desenvolvimento e formação de jogadores: R$ 359 milhões

Melhoria do CT e de Xerém: R$ 84 milhões

Royalties para a Associação: R$ 143 milhões

Valores da transação (Foto: Reprodução)
Compromissos de investimentos na SAF do Fluminense (Foto: Reprodução)

O aporte de R$ 500 milhões será dividido em duas partes iguais. A primeira metade, com aprovação da SAF, será feita no dia zero. Ou seja, no ato da transação. Os outros R$ 250 milhões serão investidos em até dois anos.

- Essa é a maior transação da história do futebol brasileiro. A gente está falando de um aporte novo, dinheiro novo dentro do Fluminense, de 500 milhões de reais - disse Carlos de Barros, que fez a apresentação da proposta.

A empresa assumiria a gestão do futebol masculino e feminino, as categorias de base e o futsal. A sede de Laranjeiras e outros imóveis, entretanto, continuariam com a associação. O plano da gestora é aumentar a folha salarial do futebol em 30% já em 2026, saltando dos R$ 19 milhões atuais para cerca de R$ 25 milhões por mês.

➡️ Fluminense renova com Moleque de Xerém até o fim 2028

Mattheus Montenegro na reunião do Conselho Deliberativo do Fluminense (Foto: Reprodução)

A lista de investidores conta com 40 nomes, entre eles o controlador do BTG Pactual, André Esteves, e o diretor-geral da Frescatto, Thiago De Luca. Outros nomes que fazem parte do projeto são:

Família Almeida Braga — ligada a seguradoras (Atlântica, Bradesco Seguros)
Família Paes — membro do comitê executivo da BTG Pactual
Família Esteves — membro do comitê executivo da BTG Pactual
Família Klabin — ligada a empresas de papel e celulose
Família De Luca — ligada a Frescatto, ramo de frutos do mar
Família Dantas — ligado a gestão de fundos
Ricardo Tadeu — ligado a Ambev, empresa do ramo de bebidas
Membros da família Monteiro Aranha - ligada ao Grupo Monteiro Aranha
Grupo Apex Partners — empresa de investimento do Espírito Santo
Heráclito de Brito Gomes Junior — ligado à Rede D'Or, do ramo hospitalar
Bruno Werneck — advogado
Família Zitelmann — membro do comitê executivo da BTG Pactual
Família Hallack — ligado a empreiteira Camargo Correia

A proposta prevê uma cláusula de lockup de cinco anos, período em que a revenda de ações é proibida. A medida é mais longa do que a média do mercado, que varia até três anos. A aquisição está condicionada a uma renegociação com os credores para equacionar as dívidas.

- Cinco anos é pouco pra gente. Eu estava explicando um pouco a numerologia ´para um dos investidores, como é que ia funcionar, é assim, assado, os números. Ele falou: ‘Carlinhos, vou parar, cara. Eu estou aqui porque eu quero deixar… esse meu investimento que eu vou fazer no Fluminense, esse dinheiro que eu vou botar dentro do Fluminense, essas minhas cotas do Fluminense, eu quero deixar isso para os meus filhos. E eu espero que os meus filhos passem isso para os meus netos’. Então, diferente de algumas outras SAFs que podem ter acontecido aqui no Brasil, em que investidores vieram e falaram: ‘Cara, vou vender aqui, vou fazer isso, vou botar um caminhão de dinheiro aqui, vou fazer assado, depois vou revender’. Essa não é a ideia dos investidores dessa SAF. Isso aqui é um legado que a gente está querendo construir para as próximas gerações - acrescentou Carlos de Barros.

Proposta inclui assunção completa da dívida do Fluminense (Foto: Reprodução)

A proposta da SAF tem como objetivo, apontado por um dos investidores, colocar o Fluminense entre os três melhores times do país. O plano se baseia em cinco pilares: investimento em Xerém, aumento da folha salarial, contratação de atletas, melhorias na análise de dados e sustentabilidade financeira de longo prazo.

A composição do investimento inclui receitas geradas pela associação, aportes diretos dos investidores, captação de subvenções e investimentos em ativos como o CT e Xerém. O plano também prevê o pagamento de dívidas e o pagamento a terceiros. Os investidores condicionam a aquisição a uma renegociação com os credores, para que a gestão comece com as dívidas equacionadas.

Siga o Lance! no Google News