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Fluminense decide não voltar aos treinos presenciais na próxima semana

Clube realizou reunião com as lideranças do elenco para tomar a decisão e não mudou a postura, mesmo com a possibilidade de retorno dos jogos

Fluminense seguirá rotina de treinos pela internet durante a pandemia (Foto: Reprodução/ Fluminense)
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O Fluminense não irá retornar aos treinos presenciais na próxima semana. O clube vai prorrogar a programação de treinos por videoconferência, que se encerraria no próximo domingo, último dia de maio. Mesmo com a autorização da prefeitura, o Tricolor, em conjunto com as lideranças do elenco, optou por manter o isolamento. Em nota divulgada neste sábado, a data de 10 de junho ficou estabelecida como novo prazo para se reavaliar a situação. 

As justificativas adotadas para a decisão conjunta da comissão técnica e departamento médico foram as dificuldades de contenção da curva de contaminação e mortes no estado e o receio de atletas e funcionários com os riscos de retomar as atividades. O clube também levou em consideração as recomendações contrárias de órgãos como Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), Ministério Público Estadual e Ministério Público do Trabalho. 

O presidente Mário Bittencourt já se manifestou publicamente algumas vezes com a posição contrária ao retorno do futebol em um momento de crescimento da pandemia do novo coronavírus. O Rio de Janeiro teve, na quinta-feira, o terceiro dia seguido com mais de 200 mortes pelo vírus. São mais de 44 mil casos e quase cinco mil mortes.

No início da semana, o prefeito Marcelo Crivella liberou os clubes cariocas para o retorno das atividades já na terça-feira. Além disso, há uma expectativa de que o Campeonato Carioca possa ser retomado no dia 14 de junho. Mesmo assim, o Fluminense não mudou a programação que já estava traçada.

Confira a íntegra da nota do Fluminense:

"O Fluminense Football Club informa que continuará realizando de forma remota e virtual os treinamentos de seus jogadores até o dia 10 de junho. A decisão foi tomada após sucessivas reuniões com a participação de toda a comissão técnica e departamento médico, nas quais foram analisados de forma criteriosa todos os aspectos envolvidos nessa decisão.

Entre os aspectos considerados estão a dificuldade de contenção da curva de contaminação e mortes, que segue crescendo no Brasil e, em especial, no Rio de Janeiro. Vários profissionais, atletas e funcionários têm receio de retornar aos treinamentos presenciais devido à exponencial possibilidade de contágio, e, ainda, por terem em suas casas familiares que integram os grupos de risco. Não bastasse isso, a responsabilidade social do futebol impõe que o melhor exemplo parta dos clubes, para que a população entenda que, nesse momento, ficar em casa é a melhor estratégia de defesa contra um adversário tão poderoso quanto a Covid-19.

O posicionamento do Fluminense levou em consideração também a posição de várias autoridades competentes nesse tema. O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) recomendou que não se retorne aos treinos presenciais neste instante, deixando claro que a responsabilidade por possíveis contaminações será dos departamentos médicos de cada clube. O Ministério Público Estadual, por sua vez, recomendou que os treinos presenciais não retornem enquanto a curva epidemiológica seguir em ascensão no Estado. O Ministério Público do Trabalho, visando proteger o direito dos trabalhadores, já abriu procedimento para investigar quais garantias estão observadas pelos clubes quanto à precipitada volta das atividades em meio à pandemia. Diante de tantas manifestações, o clube entende que deve seguir respeitando o isolamento.

O Fluminense não está sozinho. A manifestação recente dos clubes de outros estados, como São Paulo, são exemplo disso. No Rio Grande do Sul, onde a taxa de contaminação e de óbitos é infinitamente menor que no Rio de Janeiro, estão avaliando a possiblidade do retorno das competições somente para a segunda quinzena de julho, desde que observados os critérios das comunidades científicas. O futebol não é atividade essencial. Portanto, não deve estar nos primeiros lugares na fila de reentrada do retorno às atividades.

Uma outra razão para essa posição é que os clubes de futebol têm diversos funcionários que se locomovem em direção ao trabalho em transportes públicos e residem em comunidades carentes. Por mais eficazes que sejam os protocolos estabelecidos, o retorno imediato dos treinos presenciais, sem o controle da curva epidemiológica, colocaria os atletas em risco de contaminação. Se entre a população em geral o desconhecimento sobre essa doença e suas sequelas já causa temor, imagine entre aqueles que dependem do alto desempenho de seu organismo para o trabalho. Desprezar essa realidade seria insensibilidade.

Um fator importante a ser considerado é que a volta imediata é desnecessária do ponto de vista desportivo. Não há até o momento qualquer prejuízo com relação ao calendário do futebol brasileiro pois a CBF sequer determinou data de retorno do Campeonato Nacional. A volta aos campos depende ainda da liberação concomitante por diversos governos estaduais e municipais, onde estão localizados os clubes da série A. Ou seja, não adianta um estado voltar antes dos outros, se o objetivo é cumprir um calendário nacional equilibrado.

Por fim, o Fluminense reforça que possui todo o interesse em retornar às atividades presenciais (treinos e jogos), desde que as autorizações e orientações dos órgãos de saúde estejam de acordo com todas as medidas nacionais e internacionais, especialmente com base nas experiências bem sucedidas nos locais que controlaram de forma efetiva o avanço da pandemia, respeitando, por óbvio, a individualidade de cada comunidade. Mas sempre com lastro nas melhores informações científicas disponíveis, para resguardar nossos jogadores, funcionários e torcedores. E para que eles não se tornem agentes de contaminação da população em geral.

Saudações tricolores."