O Flamengo convocou seus conselheiros para uma apresentação sobre a Libra. A reunião, no dia 7 de outubro no Salão Nobre da Gávea, sede social do clube, abordará as "controvérsias existentes" no estatuto do grupo referentes ao critério de divisão de receitas de audiência. O tema, nos últimos dias, gerou grande repercussão no futebol brasileiro.

O encontro com os conselheiros, marcado para as 18h (de Brasília), contará com formato híbrido (presencial e virtual).

Convite aos conselheiros do Flamengo (Foto: Divulgação)

Entenda o cenário

O Flamengo entrou com uma ação judicial e conseguiu o bloqueio dos pagamentos de uma parcela dos direitos de TV do Brasileirão que seria distribuída aos clubes que fazem parte da Libra (Palmeiras, Bragantino, São Paulo, Santos, Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Vitória, Remo, Paysandu, Volta Redonda, ABC, Guarani, Sampaio Corrêa, Brusque e Flamengo).

O valor do repasse é de R$ 77 milhões, que corresponde a uma porcentagem dos ganhos com o pay-per-view, segundo contrato firmado entre a Libra e a Globo, um dos canais detentores da transmissão do Campeonato Brasileiro.

A principal reclamação do Rubro-Negro é a forma da divisão da verba de receitas de transmissão de TV. A diretoria alega que foi prejudicada com o contrato, assinado ainda em 2024, durante a gestão do ex-presidente Rodolfo Landim.

Forte declaração de Leila Pereira

Em resposta ao Flamengo, Leila Pereira, presidente do Palmeiras, criticou a postura do Flamengo e sugeriu a criação de uma nova liga sem a participação do clube carioca.

- A minha sugestão seria nós criarmos uma outra liga excluindo o Flamengo. Acho que o Flamengo deveria jogar sozinho. Nenhum clube é maior do que o futebol brasileiro. O Palmeiras não joga sozinho, e o Flamengo não joga sozinho. Só se ele quer jogar ele contra o sub-20 dele. Acho que seria bonito nós formarmos uma nova liga excluindo o Flamengo, e aí o Flamengo joga com ele mesmo. Quero ver a audiência que vai ter. Acho muito difícil gestores com essa mentalidade. Isso não engrandece em absolutamente nada o futebol brasileiro - disse Leila.

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Resposta da LFU

Gabriel Lima, CEO da LFU, opinou sobre a postura do Flamengo acerca do tema. O dirigente classificou o clube carioca como "míope".

- Minha torcida é para que se chegue a um entendimento que saia da esfera judicial. Acho que está sendo muito prejudicial para os clubes, que precisam receber seus recursos e têm dinheiro travado por uma discussão que deveria ser interna. Sendo bem honesto, acredito que a visão do Flamengo nessa história é muito míope. Você deveria caminhar numa direção em que se dividem melhor os recursos. Isso deveria ser o objetivo de todo mundo - declarou Gabriel Lima, CEO da LFU.

Confira a nota do Flamengo desta quarta-feira (01/10)

"Para tentar esclarecer de forma direta a questão envolvendo Libra e Flamengo seguem abaixo Fatos e Fakes a respeito do assunto.

Em resumo:

O Flamengo entrou na Libra porque quis e porque acredita numa liga. O clube quer um acordo, não impõe nada a ninguém e nem pode aceitar imposição.

A questão gira em torno dos critérios para a divisão da verba de 30% das receitas de transmissão de TV.

A Libra botou em votação 6 cenários para a divisão. O Estatuto determina que a solução tem que ser por unanimidade. Flamengo e outros clubes votaram em cenários diferentes. Não houve consenso, o Flamengo entrou na Justiça porque a verba estava sendo paga segundo a divisão não aprovada por todos os clubes.

FATO OU FAKE?

❌ É falso que o Flamengo não queira participar de uma Liga. Se fosse o caso, não teria ingressado na Libra.

❌ É falso que o Flamengo esteja buscando uma “virada de mesa”. O Clube respeita os contratos — basta consultar todas as atas de reuniões para comprovar.

❌ É falso que o Flamengo negue ter assinado contrato e queira reverter suas condições, mudando a regra do jogo. A convocação da Assembleia Geral da Libra em maio de 2025 é clara: convoca para a votação e aprovação de cenários relativos à audiência na venda dos direitos de transmissão.

❌ É falso que o Flamengo esteja pleiteando receber de volta R$ 100 milhões.

❌ É falso que tenha sido acordada qualquer definição de percentuais de audiência. O Estatuto é omisso nesse ponto. Por isso, a assembleia geral da Libra teve que deliberar sobre a lacuna existente no estatuto. Não houve uma conclusão. O Flamengo votou contra a opinião dos demais clubes. Mesmo assim, a Globo pagou as parcelas, segundo o cenário proposto pela Libra, o que é ilegal, pois fere a unanimidade do Estatuto.

FATO

✅ O Flamengo está cumprindo o Estatuto. Acontece que o Estatuto precisa ser complementado. Do Estatuto não constam os percentuais de audiência dentro dos 30% destinados a essa fatia na divisão dos direitos de transmissão — justamente o ponto que precisa ser regulamentado.

✅ O Flamengo sempre buscou diálogo. A Liga apresentou cinco opções de cenários e o Flamengo acrescentou mais uma. Após a assembleia de agosto, o Flamengo procurou três clubes para negociar. Nos encontros, o Flamengo reiterou a proposta de se ter um cenário alternativo para 2025 (cenário 4) e discutir um critério para os anos de 2026 a 2029. Nenhum clube aceitou discutir nada, mantendo postura irredutível.

✅ O Flamengo sempre esteve aberto a acordo, mas nem a Libra nem os clubes apresentaram qualquer contraproposta em qualquer momento, desde fevereiro de 2025.

✅ Não há qualquer documento que comprove a definição dos percentuais de audiência.

✅ O Estatuto tem uma regra de transição que assegura, a todos os clubes, receber um valor mínimo garantido nos anos de 2025 a 2029, equivalente à quantia recebida em 2023 corrigido pelo IPCA. Se esta regra do Estatuto tivesse sido respeitada em 2025 o Flamengo receberia R$ R$ 321.181.432 nesse ano.

✅ Ao considerar como válida uma aprovação irregular (sem unanimidade) e distribuir recursos sem respaldo estatutário, (pagamentos feitos pela Globo) a Libra age de forma ilegal."

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