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Motivador Deschamps ‘esconde’ a história, mas é ela que move a França

Respeitado pelos jogadores justamente pelo passado vencedor, treinador evita falar da conquista de 1998. Francês já repetiu Voller e pode igualar Zagallo e Beckenbauer

(Foto: SAEED KHAN / AFP)
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- Quando ganhamos, os jogadores são os mais importantes.

A frase é de Didier Deschamps, primeiro técnico da França a chegar a duas finais dos torneios mais importantes do ponto de vista europeu: Eurocopa, em 2016 (vice-campeão), e Copa do Mundo. É também o treinador que mais dirigiu a seleção na história, com 82 partidas. Deschamps é o único francês a ter no currículo uma final de Copa (campeão e capitão em 1998) como atleta e outra como jogador, feito que poucas pessoas pelo mundo ostentam.

Ao mesmo tempo que a história dá peso ao treinador e gera comparações a todo momento na imprensa, Deschamps faz questão de repetir que o passado não importa mais. Só que é justamente este passado que o faz ser respeitado pelos jogadores. É visto como um técnico mais motivador do que "tático". O estilo de jogo pragmático é alvo de críticas dos jornalistas ao comandante que assumiu a França em 2012 após fracassos do país na Copa-2010 e Euro-2012. Mas o respeito que o grupo tem por ele, fruto da história de quem já ergueu uma taça de Copa, fez a seleção, sem brilho, se unir para buscar o bi.

A entrevista da última terça-feira, em São Petersburgo, após a vitória que recolocou os franceses em uma final de Mundial após 12 anos, foi repleta de elogios aos jogadores. Discurso baseados no "eles" e não no "eu".

- Eu nunca, nunca, nunca falo da minha história para os jogadores. Eles já a conhecem. Não adianta falar do que aconteceu há 20 anos, temos que pensar no futuro. O que aconteceu contra a Bélgica, nos jogos anteriores também, é crédito dos jogadores. Estão trabalhando juntos e temos de trabalhar mais para vencer a final - afirmou Deschamps.

O francês é o primeiro desde o alemão Rudi Voller a chegar à final da Copa do Mundo como jogador e treinador. Voller foi campeão em 1990, no campo, mas perdeu a decisão de 2002, para o Brasil, no comando da Alemanha. Uma vitória no domingo, em Moscou, fará Deschamps entrar num grupo ainda mais seleto. Apenas Zagallo (1958, 1962 e 1970) e o alemão Franz Beckenbauer (1974 e 1990) foram campeões como atletas e treinadores. Só Beckenbauer era capitão, algo que Deschamps também foi: ergueu a taça de 1998, em Paris.

Deschamps, à direita, com a taça da Copa do Mundo de 98

Os jogadores de destaque na vitória sobre a Bélgica foram devidamente citados pelo treinador, na linha de exaltarem quem estava em campo pelo triunfo. Até mesmo Giroud, centroavante sem gols e contestado, recebeu elogios.

- Olivier (Giroud) e Antoine (Griezmann) foram fundamentais, na ideia de não dar nenhum espaço. Se deixássemos isso acontecer, iríamos sofrer - destacou Deschamps, exaltando a marcação do time que começou no ataque. 

- Todos os jogadores precisam ser mencionados, mas o Pogba esteve em todos os lados. Vai muito bem na defesa e sabe o que fazer com a bola - completou.

Ao longo da Copa do Mundo, os jogadores têm dado declarações após a partidas que exaltam o poder motivacional de Deschamps, que faz o grupo se manter unido. Os relatos são de que há conversas individuais e conselhos. E se o treinador deixou apenas na conta dos jogadores a classificação para a final, o outro lado não deixa de citar o trabalho do comandante.

- Fizemos um gol em uma bola para que o mister pediu. Sabíamos o que tínhamos de fazer e fizemos muito bem - afirmou Griezmann, que bateu com precisão o escanteio que terminou no gol do zagueiro Umtiti.

- Quando vejo os olhos dos meus atletas, eu fico feliz por eles - disse o técnico.

Didier Deschamps, de 49 anos, treinou Monaco (FRA), Juventus (ITA) e Olympique de Marselha (FRA) entre 2001 e 2012, antes de assumir o comando da seleção da França. O "motivador" tem como auxiliar Guy Stephan, francês de 61, ex-jogador de pouco destaque. Os dois se conheceram em 2009 e Stephan passou a ser o braço direito do treinador nos treinos e na parte tática.

- Os jogadores hoje estão sendo fortes, muito competitivos. É uma evolução, estou muito orgulhoso pela mentalidade do time, jogando em grande nível - afirmou o treinador. E assim caminha a França para a final do Lujniki...