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Camaleão: como o Botafogo se adaptou ao Atlético-MG para vencer no Brasileirão

Alvinegro abriu mão de estilo de jogo de partidas anteriores para explorar deficiências do Galo; jogadas dos gols surgem justamente da nova estratégia

Jogadores do Botafogo comemoram (Foto: Vítor Silva/Botafogo)
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O Botafogo das duas primeiras rodadas do Brasileirão tinha um estilo definido. Em um 4-2-3-1, dificuldade para superar a pressão da equipe adversária no campo ofensivo, valorização da posse de bola com os volantes durante a posse e chegada com certa rapidez ao terço final, mas com dificuldade de finalização pelo posicionamento dos jogadores de ataque. Esqueça tudo isto. Diante do Atlético-MG, na última quarta-feira, o Alvinegro jogou de acordo com o Galo.

Sem ainda ter vencido na competição, o triunfo por 2 a 1 deu um alívio para o Glorioso na tabela. Acima de tudo, trouxe à tona a ideia de que a equipe possui repertório de jogo. Paulo Autuori foi criticado por torcedores antes da bola rolar por mudanças radiciais na escalação. No 4-2-2-2, Guilherme Santos foi volante; Pedro Raul e Matheus Babi jogaram juntos pela primeira vez.


A equipe comandada por Jorge Sampaoli é marcada pela ativa participação dos laterais. Guga, na direita, e Guilherme Arana, na esquerda, avançavam ao mesmo tempo. O jogo ofensivo do Botafogo no primeiro tempo passou completamente pelas costas destes defensores do Galo.

Para isso, a estratégia de dois atacantes se mostrou necessária: enquanto os laterais avançam, os zagueiros também ficavam responsáveis por cobrir os flancos por um possível franco. Como havia uma referência do Botafogo - Pedro Raul em Igor Rabello e Babi em Junior Alonso - em cada defensor do Galo, os mineiros não podiam deixar as posições originais. Haviam, portanto, avenidas nos lados de campo. Luiz Fernando e Luís Henrique agradeceram.

O primeiro gol do Botafogo sai em uma situação assim. Recuperação de bola no lado esquerdo, Guga chega atrasado na cobertura de Luís Henrique, que finalizou e viu o rebote sobrar para Luiz Fernando abrir o placar. Bola longa em um contexto dos buracos na defesa atleticana.

- Vamos sempre tentar fazer coisas diferentes. A gente sabia exatamente como o Sampaoli joga. Trabalhei com ele no Santos. Sabíamos que poderíamos explorar a transição ofensiva, porque haveria muito espaço pelos lados. Fomos eficazes ofensivamente, mas nem tanto defensivamente. No segundo tempo, a ideia era subir o meio-campo, roubar a bola e aproveitar os espaços que o Atlético-MG oferecia - explicou Paulo Autuori, após a partida.

SEGUNDO TEMPO: NOVOS DETALHES
Apesar do jogo do Botafogo nos primeiros 45 minutos ter passado pelas duas referências no ataque, Paulo Autuori abriu mão de Pedro Raul. Caio Alexandre e Rafael Forster entraram para reforçar o meio-campo, ao lado de Guilherme Santos.

Os dois, justamente, se destacam pelos passes em profundidade. A referência do Botafogo agora era o espaço entre os zagueiros do Atlético-MG - gerado também pela já citada necessidade de cobrir os espaços dos laterais. Como não havia mais duas referências no ataque, os defensores tiveram liberdade para se 'separar', mas o Glorioso buscou justamente esse buraco.

Jorge Sampaoli abriu mão de um volante, Alan Franco, para a entrada de um atacante, Savarino. A defesa do Botafogo foi pressionada e Gatito Fernández foi exigido, mas os meio-campistas do Alvinegro usufruíam de espaço quando recuperavam a bola, justamente pela superioridade numérica no setor. Caio Alexandre buscava acionar os pontas com lançamentos em profundidade.

Caio Alexandre comemora gol (Foto: Vítor Silva/Botafogo)

A estratégia dá certo e o segundo gol do Botafogo nasce neste contexto. Matheus Babi e Bruno Nazário ocupam o lado direito, fazem um dobradinha e o atacante encontrou Caio Alexandre, livre, no flanco oposto, para selar a vitória. O 'camaleão' Alvinegro, pela capacidade de se adaptar ao contexto do Atlético-MG, derrubou a invencibilidade do Galo.

- Ele (Paulo Autuori) conversou comigo antes do jogo e no intervalo, quando eu entrei, para usar esse espaço que eles estavam deixado, e quando roubasse a bola poderia explorar o Luiz Fernando, o Luis Henrique e o Rhuan. Foi muito importante essa leitura fora de campo para quando entrar desempenhar um bom papel no Botafogo - analisou Caio Alexandre.