O Vasco emitiu uma nota de repúdio a respeito da declaração de Luiz Eduardo Baptista (Bap), presidente do Flamengo. Em entrevisa ao "Uol", o mandatário rubro-negro abordou de forma crítica o acordo de empréstimo de 80 milhões de reais firmado entre o Cruz-maltino e a Crefisa.

Em sua fala, Bap afirma haver conflito de interesses e que o fato de a Crefisa ter pedido 10% das ações da SAF como garantia, indica um movimento da empresa em direção ao rival. Ainda, questionou a moralidade do acordo, anunciado no dia em que o Vasco foi derrotado pelo Palmeiras sofrendo três gols em 20 minutos.

Na nota, o clube de São Januário rebateu as "insinuações e ilações irresponsáveis e completamente desconexas da realidade" feitas pelo presidente rubro-negro. Também afirmou que a fala tem o intuito de "desviar a atenção da opinião pública" sobre temas referentes ao rival — que está sendo pressionado pelo bloqueio de valores dos clubes da Libra.

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O que Bap disse sobre a relação de Vasco e Crefisa?

— Esse é um problema do futebol brasileiro. Não sei se o brasileiro médio entende como funciona o mercado financeiro. Quando você vai pegar um empréstmo, o que o banco pede de garantia? Um ativo real que você tenha, um imóvel, um barco, um prédio... Quem pede ações como garantia, está dizendo que quer virar dono — iniciou Bap.

Na opinião do presidente do Flamengo, o movimento demonstra a intenção da Crefisa em fazer parte oficialmente da SAF vascaína.

— 'Para bom, meia'. É básico no mundo corporativo. O movimento é muito claro, e ele não superou a barreira dos 20%, porque seria um gatilho para ser considerado uma parte que não é só financeira, é como se tivesse colocando realmente um pé dentro do clube. Não tenho dúvida nenhuma que isso é um movimento de desembarque num clube para embarcar em outro daqui a pouco.

Bap, presidente do Flamengo, em entrevista ao Uol (Foto: Reprodução)

Bap prosseguiu no assunto, reforçando sua visão de que há conflito de interesses na relação entre Vasco e Crefisa e que, embora não seja ilegal, considera uma aproximação "imoral".

— Acho que temos um caso clássico de conflito ai. Como pode o dono de uma empresa, que trabalha em um clube cujo maior patrocinador era esse, que é credor de outro clube e tem ações em garantia. Detalhe, isso tudo sendo anunciado no dia que o Vasco perde para o Palmeiras por 3 a 0 em 20 minutos. É complexo. Tem coisas que é feito "mulher de César", não precisa ser honesto, tem que parecer também. Para quem se posiciona como baluarte da correção, como fica isso? Não é ilegal, é só imoral.

A Crefisa é uma empresa de crédito cujo dono é José Roberto Lamacchia, marido de Leila Pereira, que atua na gestão do negócio e que também é presidente do Palmeiras. A marca estampava a camisa alviverde como patrocinadora máster até o início de 2025, quando a Sportingbet assumiu o posto.

Confira na íntegra a nota do Vasco

"O Vasco da Gama repudia frontalmente a postura do presidente do Clube de Regatas do Flamengo, por fazer insinuações e ilações irresponsáveis e completamente desconexas da realidade em relação a temas que nada dizem respeito à instituição da qual é mandatário.

Tal fato, além de não surpreender, certamente tem o intuito de desviar a atenção da opinião pública de assuntos ligados à conduta do seu próprio clube no mercado.

Dito isso, o Vasco reafirma publicamente que conduz todas as suas decisões com total transparência, lisura e seriedade, valores que se manterão irretocáveis, mesmo diante de atitudes lamentáveis como esta."

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