Nem trocar o Morumbi pela Arena Barueri, como nesta quarta-feira, no empate em 0 a 0 com o Internacional, ajudou a melhorar o desempenho do São Paulo como mandante neste Brasileirão. Entre as 20 equipes participantes, apenas o Tricolor tem mais vitórias fora do que dentro de casa.
Ultimamente, a única certeza é de que vaias serão ouvidas. E não é para a equipe adversária ou porque há um ex-jogador do clube do outro lado, como foi o caso de Ilsinho no duelo contra o Internacional, na última quarta-feira. São protestos contra o próprio time e treinador.
Adilson Batista, aliás, é o principal alvo. Ele não precisa estar no gramado para ser criticado. Do vestiário, antes de o jogo começar, o técnico deve ouvir a insatisfação dos torcedores quando seu nome é anunciado pelo placar eletrônico.
Em Barueri, Adilson chamou Marlos para entrar no lugar de Rivaldo. Mas Dagoberto, com dores, pediu para ser substituído e o treinador mudou a alteração. As vaias vieram e, na coletiva pós-jogo, o treinador confessou que já esperava.
– Faz parte tirar e ser vaiado. Isso eu já estou acostumado – disse ele cinco dias após afirmar que iria conquistar a torcida até dezembro.
Rivaldo jogou os 90 minutos. Quando ficava no banco, era ele um dos principais motivos da ira dos são-paulinos com Adilson. Para o veterano de 39 anos, a torcida tem razão em reclamar:
– Com certeza. Jogamos melhor, mas não conseguimos ganhar. O torcedor tem o direito de vaiar.
Já Rogério Ceni acredita que a bronca da torcida se deve à frustração de mais um tropeço do time.
– Torcedor quer ver a vitória. É uma vaia mais pelo resultado do que pelo futebol que o time mostrou – declarou o capitão.
Dos últimos nove pontos disputados pelo Tricolor em seus domínios, apenas dois foram conquistados. Dentro de casa, até o Ceará, parte da zona de rebaixamento, vai melhor. Se serve de consolo, o próximo jogo é em Goiânia, contra o Atlético. E com menos vaias.