Três vezes escolhido Melhor Jogador do Mundo pela FIFA, maior artilheiro na história das Copas e duas vezes campeão mundial com a Seleção Brasileira, Ronaldo sabe da influência que pode exercer sobre os colegas de trabalho no país.
Pensando nisso, o Fenômeno falou hoje, no segundo dia do Fórum Internacional de Futebol 2010, o Footecon, no Rio de Janeiro, sobre a importância de um sindicato de atletas mais atuante no Brasil.
- A gente vê exemplos na Itália, Argentina, Espanha, onde os atletas vão reivindicar os seus direitos. Temos muito o que evoluir neste sentido. Fortalecer o sindicato dos jogadores, torná-lo muito mais participativo, significativo. - afirmou o Fenômeno, lembrando do exemplo da Itália, onde o sindicato de atletas ameaçou paralizar o campeonato se a Liga Italiana não atendesse às reivindicações da associação.
Em São Paulo, o Sindicato dos Atletas Profissionais é comandado por Rinaldo Martorelli. Mas, de acordo com Ronaldo, quem é procurado quando o jogador se sente ameaçado é ele.
- Somos procurados o ano inteiro para dar o parecer. Quando a torcida pega no pé, quebra o carro do atleta, faz coisas absurdas. Ninguém protege o jogador.
O atacante corintiano acrescentou dados sobre a condição salarial do jogador brasileiro que, segundo ele, é muito pior do que se pensa:
- E aí vocês dizem: 'Jogador de futebol ganha muito'. Ledo engano. 95% dos jogadores que atuam no Brasil ganham salário mínimo; 2% ganham R$ 5.000,00 e apenas 3% acima de R$10.000,00. Acho que a gente precisa ter muito mais respeito.
O calendário apertado também foi assunto na Footecon. Para Ronaldo, o atleta deveria ser consultado quando são traçadas as datas do futebol nacional.
- Campeonato Brasileiro voce joga o ano inteiro e o desempenho é muito abaixo do esperado. É o calendário. A participação do atleta em todas as decisões deveria ser muito mais alto. Sindicato dos atletas deveria realmente existir para nos proteger. E isto, infelizmente, não acontece.