O desejo de contar com a ponteira Natália nos Jogos Olímpicos de Londres fará o técnico da Seleção Brasileira feminina de vôlei, José Roberto Guimarães, esperar pela jogadora até a véspera da estreia na competição. A atleta, que se recupera de uma cirurgia realizada na canela esquerda em dezembro do ano passado, já foi liberada pelos médicos para treinar normalmente e agora tenta recuperar o tempo perdido para disputar sua primeira Olimpíada.
- Tem dias que fico mais otimista, tem dia que me preocupo um pouco mais. Isso faz parte por causa da carga de treino, mas cada dia é um ganho. Ela precisa saltar um pouco mais e tem treinado como as outras jogadoras. Estamos aproveitando todo o tempo disponível para recuperá-la - afirmou o treinador.
A Seleção estreia nos Jogos no dia 28 contra a Turquia. A data-limite para Zé Roberto confirmar as 12 jogadoras do grupo é 26, data em que será realizado o congresso técnico do vôlei. Após os cortes da levantadora Fabiola, da meio de rede Juciely e da ponteira Mari, o técnico passou a contar com 14 jogadoras no grupo que treina no CT de Saquarema (RJ). Como pretende esperar por Natália, a tendência é a de que Zé Roberto viaje para Londres com 13 atletas.
- Vamos viajar no dia 21 e eu quero levar a Natália. Ele participou do amistoso que fizemos contra a Seleção Brasileira masculina infanto-juvenil, mas o problema não é o que jogou, mas como vai estar no dia seguinte. Minha preocupação é a recuperação - explicou o técnico do Brasil.
A definição se Natália estará ou não no grupo olímpico é a chave para Zé Roberto definir os dois cortes restantes na equipe. O treinador anunciou que fará mais uma dispensa na próxima semana. O último corte deve acontecer somente em Londres. Uma das dúvidas do técnico é se levará uma ou duas líberos.
Nos amistosos em Saquarema, a equipe tem iniciado com a levantadora Fernandinha, as ponteiras Paula Pequeno e Jaqueline, as meios de rede Fabiana e Thaísa, a oposto Sheilla e a líbero Fabi. No decorrer da partida, Zé Roberto muda todas as jogadoras. Além desses jogos no CT do vôlei, o treinador tenta marcar amistosos contra seleções rivais já em Londres. Sérvia, Japão e Itália são algumas das possibilidades.
BATE-BOLA:
Natália
Ponteira da Seleção Brasileira feminina
Como você está atualmente?
Estou no fim da recuperação, treinando muito. Fiz o último exame esta semana para ver como está a canela. Estou liberada para saltar e acho que, nessa fase final, o coração e a força de vontade que vão falar mais alto. Vai depender do meu corpo mesmo.
Você está tensa com essa dúvida se vai ou não para os Jogos?
Não. A vontade de ir é grande, mas estou consciente das minhas limitações. Estou há quase um ano sem jogar. Sei das minhas dificuldades e estou tentando superar. Fui liberada para saltar há quatro semanas, comecei com cinco saltos por semana. Agora não tenho mais restrições. Às vezes, sinto um pequeno incômodo, mas é normal.
Como tem sido as conversas com o Zé Roberto?
Ele me dá força o tempo todo, falando que vai me epserar. Isso me motiva para tentar. Esse apoio me dá segurança e pode fazer a diferença no fim.