Uma pergunta está sendo feita nos bastidores da Copa América. Quem irá entregar o troféu ao capitão da equipe campeã após a final do próximo sábado? Nem mesmo os dirigentes da Conmebol que estão no Chile têm a resposta. Os dirigentes da entidade sul-americana estão neste momento evitando aparições públicas após os escândalos envolvendo o órgão e Fifa virem à tona.
O presidente da entidade, o paraguaio Juan Ángel Napout, sequer viajou para assistir ao jogo de abertura e desde fins de maio que não é visto publicamente. Ele foi representado na ocasião pelo presidente da federação chilena, Sergio Jadue. O nome de Napout está envolvido em uma denúncia divulgada pelo diário espanhol "El País". O paraguaio teria recebido um suborno de 7,5 milhões de dólares para favorecer a empresa Datisa na negociação dos direitos de transmissão da Copa América.
Embora o seu nome não tenha sido citado em nenhuma acusação, o vice-presidente da Conmebol e presidente da Associação Uruguaia de Futebol (AUF), Wilmar Valdez, está em seu país. O cartola disse em entrevista do diário "El Observador" que ainda não recebeu um chamado oficial para se dirigir ao Chile para participar da premiação.
- Ainda não sei se devo viajar. Estou esperando falar com o presidente Napout. É um tema que ainda não está resolvido. Por nenhum motivo especial, porém não sabemos se o presidente vai confirmar a sua presença. Ele me externou a sua intenção de ir à final, porém está com muito trabalho na Conmebol - disse Valdez.
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Quanto aos outros dirigentes da Confederação Sul-Americana, o secretário-geral José Luis Meiszner ficou na Argentina alegando problemas de saúde. Um dos poucos dirigentes que foi ao Chile é o tesoureiro Carlos Chávez. O boliviano, porém, também está sob suspeita e até o presidente de seu país, Evo Morales, pediu a sua renúncia.
- Do Comitê Executivo da Conmebol, o único que está no Chile é Jadue (que é chileno) além dos funcionários administrativos. Presidentes de federações que também formam parte da Conmebol como Alejandro Domínguez (Paraguai) e Luis Segura (Argentina) disseram que vão assistir à semifinal entre suas seleções e regressam a seus países - completou Valdez.
O dirigente uruguaio foi consultado pelo "El Observador" sobre a eventualidade de que a presidente chilena Michelle Bachelet entregar a Copa América. Porém Wilmar Valdez negou a hipótese.
- O tema temos que resolver nestes dias, não creio que passe amanhã ou depois - concluiu o uruguaio.
A final da Copa América está marcada para o próximo sábado, no Estádio Nacional, em Santiago.