Dia 28/10/2015
05:13
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Há cem dias, quando a comunidade automobilística chorava a morte de Gustavo Sondermann, houve unanimidade pela necessidade de obras na Curva do Café, local do acidente.AConfederação Brasileira de Automobilismo (CBA) formou comissão para formalizar um projeto de uma nova área de escape, foi aventada a adoção de radar no local como na Fórmula Truck, as ultrapassagens foram proibidas no trecho e uma chicane improvisada será adotada. Mas nada de concreto foi feito.

Enquanto isso, o piloto Thiago Marques enviou à CBAum projeto de uma nova curva, mais lenta, no local, o que eliminaria a necessidade de derrubada de um setor de arquibancada – veja no infográfico ao lado. Não obteve resposta.

– A gente como piloto tem a visão de resolver o problema sem interesse no meio. O mais simples é colocar uma curva de cerca de 90 graus e não precisaria derrubar a arquibancada, o que gastariamuito dinheiro. A chicane é horrível, mata a reta. Com a nova curva, precisaria de apenas 400 metros de asfalto e tem espaço para uma área de escape sem tirar lugar da arquibancada – disse ao L! o piloto, que corre no Brasileiro de Marcas.

Já a CBA alega que tem de seguir as exigências do delegado técnico da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Charlie Whiting, que pediu uma obra maior no local. Com o aumento dos custos, a liberação de verba para as obras esbarra na burocracia.

– A ampliação da área de escape no Café será feita pela Prefeitura, mas, pela complexidade da reforma, não ficaria pronta a tempo do GP do Brasil de Fórmula 1 (em que a atual configuração da pista e área de escape será usada). Vale lembrar que o processo de licitação para obras leva tempo – justificou ao L! o presidente Cleyton Pinteiro.

O L! apurou que o projeto final já foi enviado para a SPTuris (empresa de turismo e eventos de São Paulo), mas ninguém foi encontrado para comentar a informação.

Enquanto nada é feito, há apenas soluções paliativas como a da chicane, que reestreia no Brasileiro de Marcas, no fim de semana.

Bate-Bola com Thiago Marques
Piloto do Brasileiro de Marcas, em entrevista ao LANCE!

1- Como nasceu a ideia para resolver o problema da Curva do Café?
A gente pegou uma foto do satélite e se estendermos um pouco a reta anterior, dá para fazer uma curva de 90 graus. Tem espaço sobrando para isso. É um tipo de curva que geraria ultrapassagens e haveria uma grande área de escape. Seria uma curva em terceira marcha e não tiraria a característica do autódromo. Custaria abaixo de tudo que eles estão planejando e seria mais rápido de fazer.

2- Por que seu projeto não foi para a frente? Você falou com a CBA?
Mandei um e-mail com o projeto e não tive resposta até hoje. Prefeitura e Governo querem uma obra de milhões para todo mundo ganhar em cima. Queremos resolver o problema. Tentamos ajudar, mas sempre morre na parte política.

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