Segundo o presidente Modesto Roma Júnior, Enderson Moreira já sabia que esta quinta-feira era seu último dia como treinador do Santos antes mesmo de conceder entrevista coletiva no CT Rei Pelé. O técnico conversou com jornalistas sobre suas expectativas em relação ao jogo de domingo, contra o Botafogo, pela 8ª rodada do Campeonato Paulista, e só depois sua saída foi anunciado. Os dois tiveram uma conversa às 11h, ainda no CT, e neste papo o treinador externou insatisfações e discordâncias. O resultado do encontro, então, foi a queda de Enderson. Não a demissão, segundo o mandatário máximo do clube.
- Fui ao CT conversar com ele. Para termos uma conversa e ver os problemas de frente. Achei que algumas coisas estavam se abrindo demais com a imprensa. Ele externava coisas para a imprensa que tinha que externar para a diretoria. O que eu quis dizer a ele é que ele deveria falar as coisas internamente, não externamente. Então ele falou sobre contratações, direitos de imagem, coisas que não estavam agradando. Eu disse que entendia e que poderíamos discutí-las. Eu também disse que se ele tinha insatisfação, não poderia continuar. Ele disse que não estava satisfeito, e então saiu - disse Modesto Roma, em entrevista coletiva na Vila Belmiro.
Modesto teve dúvidas no início da temporada em relação à manutenção de Enderson para 2015. Ainda sob a presidência de Odílio Rodrigues, em setembro de 2014, o substituto de Oswaldo de Oliveira assinou contrato até o fim da temporada seguinte. Agora, o Santos passa a ter que pagar a multa rescisória do contrato. O presidente do clube, entretanto, deseja um acordo em relação a isso, já que a saída também foi "acordada".
- Estamos discutindo ainda um acordo, porque foi uma saída acertada entre nós. Temos que respeitar o profissional Enderson Moreira. Mas não estamos decepcionados, é só uma questão de conversar. Se o Enderson hoje quisesse continuar no Santos, faríamos essa coletiva só amanhã (sexta-feira). Como ele preferiu sair, antecipamos para hoje (quinta) - afirmou Modesto, referindo-se a entrevista que costuma dar uma vez por mês.
O presidente pretendia apresentar o projeto do retorno do Santos às competições de futebol feminino, mas as implicações da conversa com Enderson Moreira adiantaram o encontro com a imprensa. Modesto disse ainda que nenhum jogador manifestou insatisfação com o comando de Enderson nas últimas semanas. O mau relacionamento com jovens jogadores foi uma das razões da queda do treinador.
- Não ouvimos nenhum chororô, nenhum mimimi de ninguém. O plantel do Santos é maduro. Não reclamaram de ninguém - disse.