Cria do Fluminense, o atacante Léo Itaperuna foi apontado como um dos jogadores mais promissores do Tricolor em meados de 2007, ano em que foi promovido aos profissionais pelo técnico Renato Gaúcho. No time carioca, o atacante marcou apenas um gol, logo na sua estreia contra o Figueirense.
- Comecei muito bem no time de cima do Fluminense. Fui lançado pelo Renato Gaúcho, um dos melhores treinadores com quem trabalhei, e cheguei a marcar um gol na minha primeira partida como profissional - afirmou o atacante.
Com saída precoce das Laranjeiras, o jogador revelou que desentendimentos entre seu empresário e a diretoria do clube foram a causa da série de empréstimos para clubes menores.
- Pouco tempo depois, meu empresário, na época, teve alguns problemas com diretores do clube, e minha permanência ficou difícil. Mas, fora isso, aprendi bastante durante os muitos anos que fiquei no Flu e tenho diversos amigos lá. Só tenho a agradecer ao clube.
Depois de sair do Fluminense, Léo Itaperuna foi emprestado para cinco times: Paulista de Jundiaí-SP, América-RJ, CRAC-GO, Duque de Caxias-RJ e Cabofriense-RJ. Em 2011, foi negociado com o Anápolis-GO e depois com o Arapongas-PR. E foi justamente no clube paranaense que a virada na carreira começou a acontecer. O bom desempenho e os dez gols marcados no Estadual de 2012 despertaram o interesse do Sion, da Suíça.
- Em 2011, surgiu a oportunidade de jogar no Arapongas-PR, um clube que me abriu as portas e me recebeu muito bem. Fizemos um ótimo Paranaense em 2012 e ficamos na terceira colocação, atrás apenas de Atlético e Coritiba. De quebra, fui o quarto maior artilheiro da competição, com 10 gols. Classificamos o clube para a Série D e a Copa do Brasil e ainda conquistamos o título do Campeonato do Interior. Um empresário suíço acompanhou alguns jogos, gostou das minhas atuações e me fez o convite para jogar no Sion - revelou o jogador.
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Mas a chegada à Europa não foi o fim dos problemas. O atacante explicou que teve dificuldades de adaptação no novo país, e sofreu bastante com os novos idioma, cultura e clima da Suíça.
- No início foi um pouco difícil, devido à cultura, idioma e clima, mas minha esposa veio comigo e me ajudou muito. Nós aprendemos algumas coisas com os brasileiros que já jogavam no clube e, com as coisas dando certo dentro de campo, a receptividade do clube e o carinho da torcida, tudo ficou mais fácil. Hoje já estou bastante familiarizado com os hábitos locais e falo bem o idioma deles, o que me faz sentir em casa.
Chegada de astro italiano Gattuso
Na mesma temporada em que Léo Itaperuna chegou ao Sion, em 2012, o clube surpreendeu a todos e anunciou também a contratação do volante italiano Gennaro Gattuso, ídolo do Milan (ITA) e da seleção italiana. Campeão de duas Ligas dos Campeões da UEFA pelo Milan e da Copa do Mundo com a Itália em 2006, Gattuso virou grande espelho para o atacante brasileiro, que declarou ter aprendido muito com o experiente jogador, além de ter recebido alguns puxões de orelhas do volante.
- Foi uma sensação indescritível e uma grande honra. O Gattuso é uma ótima pessoa, um cara vencedor dentro e fora dos campos e vou levar essa experiência para o resto da minha vida. Aprendi muito com os inúmeros conselhos e puxões de orelhas dele, que só me fizeram crescer profissionalmente.
No início deste ano, Gattuso foi promovido a treinador da equipe após a demissão de Victor Muñoz. O volante não foi bem -- fez apenas 10 pontos em 11 jogos do Campeonato Suíço -- mas Léo Itaperuna disse ter aprovado o enérgico jogador também como técnico.
- Gattuso foi um treinador espetacular. Enxerga tudo antes de todo mundo, devido à grande trajetória dentro dos gramados. É enérgico quando precisa, mas também é um ótimo conselheiro. Mesmo fora de campo, ele foi fundamental em algumas vitórias na última temporada - analisou o atacante brasileiro.
CONFIRA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA
LANCE!Net: Você já pensa em naturalização?
Léo Itaperuna: Isso é um pouco mais complicado. Algumas pessoas do clube já me perguntaram sobre esse assunto, mas sempre respondo que prefiro viver um dia de cada vez e pensar apenas no meu trabalho, que é ajudar o clube a alcançar seus objetivos. É lógico que meu maior sonho é defender as cores da Seleção Brasileira e disputar uma Copa do Mundo pelo meu país, mas muita coisa pode acontecer. Se aparecer a oportunidade de jogar pela Suíça vou pensar com muito carinho.
L!: Qual a diferença entre a torcida brasileira e europeia, a pressão é menor?
Léo Itaperuna: A pressão aqui é um pouco menor. Não é como no Brasil, que a cobrança por resultados é sempre muito grande. A torcida aqui incentiva do primeiro ao último minuto, esteja o time ganhando ou perdendo, mas quando as coisas não estão bem, eles também cobram.
L!: Já recebeu sondagens para retornar ao Brasil ou ir para um clube de maior expressão na Europa?
Léo Itaperuna: Assim que terminou a última temporada, fui sondado por um grande clube do Rio e outro do Nordeste, mas por uma questão de planejamento optei por ficar mais um tempo fora do país. É claro que penso em voltar ao Brasil, mas a experiência que estou adquirindo aqui está sendo muito importante para mim. Recentemente, recebi uma ótima proposta para sair da Europa, mas ainda estamos conversando. Até o fechamento da janela poderemos ter novidades