Uma Copa do Mundo nas costas, experiência de anos no futebol europeu, convocações para a Seleção e um recente título brasileiro: este é Fred. Começo na base do Grêmio, passagem de um ano e meio pelo futebol da Sérvia, um campeonato sub-23 e só: este é Alex.
Em comum, apenas o uniforme e a posição. Treinando juntos na pré-temporada do Fluminense em Mangaratiba (RJ), cada um tem uma meta a ser cumprida em 2011. Fred quer dar fim às lesões e fazer muito mais gols do que em 2010. Já o desconhecido Alex quer apenas um lugar ao sol na oportunidade de ouro que lhe foi dada.
- Farei de tudo para não ter problemas. Sofri bastante com isso ano passado e tenho féemDeus que este ano vai ser diferente. Estou muito focado com esses campeonatos. Então, vou me concentrar bastante na parte física para depois, na parte técnica, estar bem - disse o camisa 9.
Para Alex (prefere que citem o sobrenome Gonçalves também), o ano não poderia ter começado melhor. De um futuro até então indefinido, presenciou uma chance cair no colo. Sincero ao admitir surpresa, ele espera aproveitar o momento.
- Fiquei meio nervoso, mas tenho que assimilar. Jogador está aí para trabalhar. Queria agradecer ao Muricy pela chance. É a melhor da minha vida. Agora, é aproveitar a oportunidade e agarrá-la. Só tem fera aqui mesmo. Tenho de trabalhar muito e chegar com humildade - declarou o baiano, de 20 anos, natural de Teixeira de Freitas.
Ao contrário de 2010, quando prometeu 60 gols na temporada, Fred agora adota o discurso pés no chão e, parafraseando seu comandante Muricy, segue o lema do trabalho:
- Ano passado fui falar 60 gols e só me arrebentei (risos). Meu objetivo é trabalhar para caramba e disputar o máximo possível de jogos. O principal objetivo é o de nãomemachucar. É segurar minha onda e trabalhar feito maluco para não ter mais lesões - completou.
EXEMPLOS NO PRÓPRIO FLUMINENSE
Fred e Alex não precisam ir muito longe para buscar exemplos para os seus casos. No próprio elenco do Fluminense há jogadores que despontaram ou deram a volta por cima. No caso dos que "recomeçaram", exemplos não faltam. As situações mais emblemáticas são as de Carlinhos e Ricardo Berna.
O lateral-esquerdo despontou no Santos, ainda bem jovem, como grande promessa. Logo, foi convocado para a Seleção Brasileira. Porém, a fama subiu a cabeça e a carreira declinou. No Santo André, recuperou o bom futebol e no Tricolor acabou brilhando e conquistando o título brasileiro.
Já o goleiro, de relegado à terceira opção, passou a ser o dono da camisa 1 na conquista nacional. Tartá é outro que também deu a volta por cima. Havia sido emprestado ao Atlético Paranaense e voltou. Após ser "rebaixado" à equipe sub-23, mostrou serviço, agradou a Muricy e foi decisivo na reta final do Brasileiro, tendo, inclusive, marcado o gol da vitória na penúltima rodada contra o Palmeiras.
Pelo lado dos que "começaram", Fernando Bob é um grande espelho. Antes de virar uma aposta do técnico Muricy Ramalho, ele jamais havia se destacado. Muito jovem, teve vida de cigano, sendo emprestado a diversos clubes sem ter brilho. Entretanto, após o treinador estender-lhe a mão, agarrou sua chance e tornou-se peça importante na conquista nacional.
Começos e recomeços marcam o Flu de 2011
Dia 27/10/2015 22:03