Pentacampeão mundial com o Brasil em 2002 e multicampeão com o Arsenal, da Inglaterra, Gilberto Silva opinou sobre o momento da Seleção Brasileira e as chances na próxima Copa do Mundo, jogadores que considera para o torneio e, é claro, os países que avalia favoritos para conquistar o tão desejado título, assim como o trabalho de Carlo Ancelotti.

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Questionado sobre quem irá ocupar sua posição na Seleção, a de primeiro volante, Gilberto considera que a volta de Casemiro foi um acerto por parte do treinador italiano, que ainda está em seu início de trabalho. 

- Uma coisa boa que ele já fez foi trazer o Casemiro de volta. Para mim, não só por ser o Casemiro, mas porque ele é um dos poucos que conseguem fazer esse papel de proteger a defesa e ao mesmo tempo dar estabilidade para quem joga na frente - afirmou - ex-jogador em entrevista à Oddspedia.

Outro jogador experiente, Thiago Silva, também tem a sua convocação bem vista pelo ex-jogador dos Gunners, a quem compara inclusive com Cristiano Ronaldo.

- Para mim, não há muita diferença entre o Thiago e o Cristiano Ronaldo – eles têm praticamente a mesma idade, a mesma mentalidade vencedora e a mesma qualidade. Claro, a diferença é que o Thiago não é um artilheiro como o Cristiano. Ele vai ter um desafio maior no Brasil. Mas ele já mostrou que sabe se cuidar, principalmente por ser extremamente profissional - continuou Gilberto.

- Vamos ver como as coisas vão se desenrolar, desde que ele mantenha o nível. Da minha parte, não teria problema em vê-lo na seleção, por conta da qualidade e também porque ele conhece muito bem o ambiente da equipe - opinou.

Sobre quais seleções enxerga com maior potencial para vencer a Copa de 2026, o ex-volante é enfático ao apontar uma seleção sul-americana e outra europeia.

- A Argentina pode ser colocada como favorita porque é a atual campeã. Mas o outro time que eu vejo é Portugal, à frente da Espanha, na minha opinião, porque esse grupo já joga junto há bastante tempo. A qualidade dos jogadores e do treinador deles é fantástica - completou.

Convocação para a próxima Copa ainda está em aberto?

- Eu acredito que o Carlo Ancelotti está trabalhando com muito cuidado para encontrar a melhor formação, o melhor elenco e o melhor grupo de jogadores. O lado bom é que ele ainda tem tempo até a convocação final, o que vai permitir uma avaliação bem detalhada de todo mundo. Ele não vai se basear só nas experiências passadas ou nos jogadores com quem já trabalhou, especialmente no Real Madrid.

Agora, como técnico da seleção e com sua comissão, ele vai ter uma avaliação mais precisa dos jogadores para definir a melhor combinação para o torneio, porque ter resultados rápidos é fundamental. Tenho certeza de que ele terá tempo de preparar a equipe antes da lista final. Vai ser importante também que cada jogador que sonha estar na próxima Copa do Mundo trabalhe duro nesta temporada, daqui até a convocação dos finalistas, porque todos serão observados e avaliados pelo desempenho - disse.

Casemiro e Bruno Guimarães são os principais meio-campistas do Brasil?

- Eles têm feito bem o papel deles na seleção. O Casemiro já estava há muito tempo na equipe. Antes do Carlo, ele ficou um período sem ser chamado, mas agora voltou. Ele já conhece o ambiente da seleção e a pressão que existe. O Bruno tem aprendido e também tem se saído bem. Claro que tem outros nomes. O Gerson, que jogava no Marseille, já foi convocado algumas vezes e foi bem. Vamos ver como vai ser.

Eu acredito que vai ter concorrência. O Andrey Santos, do Chelsea, também teve algumas chances. Acho que esteve com a seleção nos últimos jogos e chegou a entrar em campo. O bom é que, quando olhamos para os jogadores que estão atuando com qualidade, e depois olhamos para o banco, também vemos qualidade lá. Então, se o treinador precisar de alguém ou tiver que mudar alguma coisa, ele sabe que pode contar com quem está no banco - afirmou.

Jogar no Brasil ajuda os jogadores a entrarem na seleção?

- Acho que ter o Carlo Ancelotti na seleção brasileira acaba chamando atenção para muitos outros jogadores. Eu lembro quando fui jogar a Copa do Mundo pelo Brasil, não eram muitos treinadores que me conheciam. Eles não sabiam muito sobre mim, sobre o Kaká, o Kléberson e outros, porque a gente atuava no Brasil. Algumas pessoas acreditam que futebol é só na Europa e esquecem do resto do mundo. Tudo bem, porque lá é onde eles concentram o foco.

Eles acompanham as ligas que estão mais perto, a Champions League, as competições europeias. Mas, com o Carlo, outros técnicos passam a observar mais o que ele quer, como ele quer montar o time, como a seleção joga. Mesmo assim, temos que falar do Brasil. Mesmo que o Carlo não estivesse lá, sempre existiria uma pressão, porque muita gente acha que o Brasil pode não ir bem nas Eliminatórias. Mas quando realmente importa, a seleção costuma mostrar sua força. De qualquer forma, eu espero que o time vá bem, que consiga se unir e jogar do jeito que a gente espera durante a competição - falou.

Aprovou a escolha de Carlo Ancelotti como treinador?

- Obviamente, quando o Carlo Ancelotti foi anunciado, não houve dúvidas, acho que para muitos de nós no Brasil, sobre sua capacidade e seu perfil. Todo mundo aceitou bem. Pra ser honesto, antes eu gostaria que fosse um técnico brasileiro, porque em todas as vezes que o Brasil foi campeão do mundo, as cinco vezes, sempre tivemos um treinador brasileiro. Agora não temos, mas temos que acreditar que o Carlo é capaz de conduzir a seleção e vencer. Estamos felizes por tê-lo. É raro ter alguém como o Ancelotti, um dos mais respeitados e melhores treinadores da história do futebol - continuou.

A rivalidade entre Raphinha e Vinícius Jr. é boa para a seleção?

- Isso é importante para o Raphinha e para o Vinícius, importante para os clubes, mas também para a seleção. Pensando na Copa, é ótimo ver jogadores brasileiros em um dos melhores clubes do mundo, que provavelmente estarão na Copa, atuando em alto nível nessa temporada.Assim, eles vão chegar nos Estados Unidos motivados e no auge da carreira, prontos para representar o país - finalizou.

Gilberto SIlva quando atuava pela Seleção Brasileira (Foto: Divulgação/CBF)
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