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Izabella Giannola
São Paulo (SP)
Dia 06/09/2025
07:15
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De Lucas Moura a Casemiro, a base do São Paulo é por anos vista como uma das maiores formadoras de atletas do país. Hoje em dia, grandes nomes do esporte são considerados "Crias de Cotia" por terem sido revelados na base tricolor.

Nos últimos anos, um fenômeno tem acontecido: jogadores mais jovens que surgem como salvações do profissional e atletas formados em Cotia que se tornam ativos financeiros do clube. No Sub-20, a trajetória campeã acompanha e ajuda a revelar estes talentos. O Lance! conversou com o técnico da categoria, Allan Barcellos, para entender estes processos e seu trabalho.

No São Paulo desde 2022, Allan Barcellos já trabalhou em praticamente todas as divisões de base do clube, passando pelo Sub-13, Sub-14, Sub-15, Sub-16, Sub-17 e Sub-20. Em 2023, o São Paulo foi vice-campeão do Brasileiro Sub-17 e também do Paulista Sub-17. Já em 2024, a equipe conquistou a Copa do Brasil Sub-20 e ficou com o vice na Copa do Brasil Sub-17 e no Paulista Sub-20. O ápice veio em 2025, com a conquista da Copinha, torneio mais tradicional da categoria.

No seu trabalho, neste ano, oito jogadores foram promovidos ao profissional: João Pedro, William Gomes, Ryan Francisco, Matheus Alves, Henrique Carmo, Lucas Ferreira, Maik e Hugo Fernandes. William, Matheus Alves e Lucas Ferreira, inclusive, negociados por grandes equipes. No caso, Porto, CSKA e Shakthar. Outros destes, como Henrique Carmos, já na mira de times na Europa.

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Em entrevista exclusiva, Allan Barcellos abriu como são estes processos e como, na prática, costumam funcionar.

- O São Paulo sempre investiu muito em sua base, tanto no aspecto estrutural quanto no nível técnico dos profissionais envolvidos. A formação passa por departamentos qualificados, bons processos e uma captação eficiente. Desenvolver atletas com excelência exige não apenas profissionais capacitados, mas também uma metodologia consistente e uma estrutura exemplar - disse.

- O clube entende esses pontos como fundamentais para garantir o sucesso na formação: bons profissionais, ótima estrutura e processos claros. Além disso, o investimento em Cotia é elevado e constante, o que assegura um ambiente competitivo e atualizado ano após ano - completou.

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Allan Barcellos, técnico do sub-20 do São Paulo, comemorando título da Copa do Brasil sub-20. (Foto: Rubens Chiri e Miguel Schincariol / São Paulo FC)

O diferencial de Cotia

Para Allan Barcellos, muito do potencial destes jogadores passa por alguns pilares que Cotia prega: estrutura, processos e profissionais.

- O São Paulo sempre investiu muito na formação de atletas, tanto em termos estruturais quanto na qualidade dos profissionais envolvidos. Bons profissionais, uma excelente estrutura e processos bem definidos são fundamentais para desenvolver jogadores em alto nível, e o clube leva isso muito a sério - disse.

Outro ponto destacado pelo treinador é a paciência com o tempo de evolução de cada atleta e o tratamento individualizado. Em Cotia, por exemplo, existem programas de parcerias que concedem viagens dos jogadores para intercâmbios em clubes como Stuttgart, da Alemanha, além de investimento na educação. Todos os atletas de Cotia estudam em escolas particulares e passam por um acompanhamento próximo do clube.

- É preciso respeitar as características de cada jogador. Nem todos têm a mesma velocidade de desenvolvimento, e o São Paulo entende que tratar cada necessidade de forma diferente é essencial. Isso faz parte da cultura e do diferencial da base do clube - completou o professor.

Allan Barcellos, técnico do sub-20 do São Paulo, explica processos de Cotia (Foto: Nilton Fukuda/saopaulofc.net)

Relação entre Cotia e profissional

Como dito anteriormente, muitas promessas são reveladas e negociadas por conta do apoio que Cotia costuma trazer consigo. Mas como esse processo de "escolha" funciona no São Paulo? De acordo com Allan Barcellos, depende de caso a caso.

- Não temos uma rotina estabelecida porque cada atleta atinge a performance em momentos diferentes. Usamos critérios técnicos, táticos, físicos e comportamentais já consolidados em nossa metodologia. Quando o jogador mostra protagonismo na sua categoria, passa a ter condições de subir de nível ou até chegar ao profissional - disse o técnico.

- Temos um departamento de transição com nomes de excelência, como Muricy Ramalho, Milton Cruz. Eles ajudam a tornar esse processo mais assertivo e a diminuir os riscos, o que dá mais respaldo para os atletas e para nós - explicou Allan.

Por fim, Barcellos destacou a sintonia entre Cotia e o time principal.

- Mantemos um alinhamento permanente com o profissional para preservar a identidade de jogo do São Paulo. Existe um DNA que precisa ser respeitado, mas sempre valorizando as características individuais dos atletas. Assim, eles chegam mais prontos e adaptados quando recebem a oportunidade no profissional - concluiu.

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