Um dos maiores imbróglios do Santos nos últimos anos está próximo de chegar ao fim. Nos bastidores, se encaminha um acordo para liquidar uma dívida de 23 milhões de euros (R$ 83 milhões) com o fundo de investimentos maltês Doyen Sports, parceiro do clube nos anos de 2013 e 2014.
O grupo de investimentos no futebol, que é gerenciado em um escritório em Londres, cobra o valor integral baseado em empréstimos, percentuais de jogadores e multas.
Se confirmado o acordo, transações referentes a 35% do atacante Geuvânio, 20% de Gabigol, 20% de Daniel Guedes, 50% de Felipe Anderson deixarão de ser discutidas na Justiça. Até então, as duas partes tinham uma demanda arbitral mediada no Centro de Arbitragem e Mediação (CAM).
No valor, também está incluído o empréstimo de R$ 42 milhões no fim de 2013 para o Santos comprar o atacante Leandro Damião, R$ 5,5 milhões para a compra de Lucas Lima, os quais não foram utilizados para a negociação, o que fez com que o Doyen tivesse que adquirir 80% dos direitos do meia.
A multa de de R$ 8 milhões que consta no contrato de Lucas Lima, caso não seja vendido até novembro deste ano, também seria perdoada assim que houver a assinatura do acordo.
As negociações foram feitas em Barcelona, na Espanha, e em Londres pelo menos três vezes pelo presidente santista Modesto Roma Júnior, junto do superintendente administrativo Osvaldo Ribeiro e de representantes do escritório de advocacia Bonassa Bucker.
Representando o Doyen Group, que engloba Doyen Sports, esteve, principalmente, Arif Arif, cazaque filho de um dos quatro irmãos fundadores do grupo e quem comanda os investimentos em futebol do fundo de investimentos.
A prioridade do grupo no momento é resgatar parte do dinheiro investido no Brasil, já que muitos dos investimentos no país não deram retorno, como foram os casos de Leandro Damião, Lucas Lima, Marcelo Cirino e Douglas Coutinho.
No caso dos dois atletas do Santos, era esperado que Leandro Damião fosse vendido por um valor superior ao de R$ 42 milhões até o fim de 2018. O mesmo era previsto com Lucas Lima que ao fim de 2017 não terá mais vínculo com o Doyen.
No acordo que está sendo feito, o Santos deverá pagar R$ 83 milhões em três parcelas anuais até o fim de 2019, ou seja, uma ainda neste ano.
Além da compra de Leandro Damião, a mais cara da história do Peixe, a venda de parte dos direitos de Daniel Guedes, Geuvânio e Gabigol no fim de 2014 gerou polêmica no clube. O motivo principal e contestado por conselheiros foi a legitimidade da transação, já que no estatuto do clube é proibida a compra e a venda de direitos econômicos três meses antes de uma eleição presidencial.
Nenhuma das partes confirmam a existência do acordo, devido ao sigilo das ações judiciais em andamento.
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