O Oklahoma City Thunder derrotou o Indiana Pacers por 103 a 91, neste domingo (22), e se tornou campeão da NBA pela primeira vez na história. Após bater na trave na década passada, com três jogadores que se tornaram MVPs nos anos seguintes, a franquia, que anteriormente era o Seattle Supersonics, atinge o topo da liga com um time ainda jovem e que pode montar uma dinastia nos próximos anos.
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O time do quase
A história começa em 2007, ainda com a franquia em Seattle, quando, na segunda escolha geral do Draft, o Supersonics selecionou o ala-pivô Kevin Durant, vindo da Universidade do Texas. No ano seguinte, foi a vez de Russell Westbrook chegar ao Sonics, na quarta escolha geral. Seis dias depois, o Seattle Supersonics se transferiu de cidade e se tornou o Oklahoma City Thunder.
Com a nova roupagem, James Harden foi draftado na terceira escolha geral. Com os três jogadores, a equipe foi se desenvolveu e se tornou uma das equipes mais fortes da NBA. Em 2012, a equipe alcançou a primeira final, mas perderam para o Miami Heat de LeBron James e Dwyane Wade, por 4 a 1.
A primeira saída
Mesmo com o vice, aquele time era promissor e deixava a certeza que o título iria chegar em breve. Porém, na offseason de 2012, perderam James Harden, que não renovou com o Thunder e assinou com o Houston Rockets, em busca de mais espaço e protagonismo. A mudança fez bem para o "Barba", que se tornou MVP da liga uma vez, em 2018, mas não obteve sucesso em se tornar campeão em nenhuma equipe por onde passou.
Sem Harden, Oklahoma seguiu no topo com Durant e Westbrook em grande fase e com Kevin se tornando o MVP da liga em 2014, mas sem chegar às finais e com uma eliminação traumática em 2016 para o Golden State Warriors. No jogo 6, a equipe liderava no placar por 83 a 75 no último quarto e precisava confirmar a vitória para voltar a decisão da NBA contra LeBron James, dessa vez no Cleveland Cavaliers, mas sofreu a virada em casa e foi novamente derrotado na sétima partida para a equipe de São Francisco.
A segunda saída
Na pós-temporada, após a eliminação diante do Warriors, o mundo da NBA viu um dos movimentos mais polêmicos da história recente da liga. Sem renovar com o Thunder, Kevin Durant assinou com o Golden State, "traindo" Westbrook e a franquia que o escolheu.
Na nova casa, Durant teve sucesso e conquistou o sonhado título duas vezes, em 2017 e 2018, sendo MVP das finais em ambas. Após sair de São Francisco, onde sofreu uma lesão no tendão de Aquiles na sua última partida pela equipe, teve passagens pelo Brooklyn Nets e Phoenix Suns, mas sem repetir o sucesso.
A era Westbrook
Diferente de Durant, Westbrook aceitou renovar com o Thunder e, em 2016/17, se tornou o primeiro jogador desde Oscar Robertson a ter médias de triplo-duplo em uma temporada regular inteira da NBA e apenas o segundo na história da NBA (o outro sendo Robertson) e se tornou MVP da liga. Mesmo com esse desempenho, não evitou a eliminação do Oklahoma na primeira rodada dos Playoffs na primeira rodada, para o Houston Rockets de James Harden.
Em busca de reforçar o elenco, o Thunder trocou Victor Oladipo e Domantis Sabonis pelo ala Paul George, com o Indiana Pacers, em 2017. Mas, mesmo com a movimentação, voltou a ser eliminado na primeira fase dos Playoffs duas vezes seguidas, em 2018 para o Utah Jazz e em 2019 para o Portland Trail Blazers.
A terceira saída
Em 2019, o Thunder negociou Paul George para o Los Angeles Clippers. Em troca, eles receberam Danilo Gallinari, Shai Gilgeous-Alexander e uma coleção recorde de futuras escolhas de primeira rodada do draft, que, uma delas, tornou-se Jalen Williams.
Após a troca de George, o Thunder trocou Westbrook para o Houston Rockets em troca de Chris Paul e duas futuras escolhas de primeira rodada do draft. Diferentemente de Harden e Durant, Russell não teve sucesso fora de Oklahoma, onde teve passagens apagadas no Clippers, Lakers e, agora, no Nuggets.
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A jornada do título
Início da reconstrução
Com a frustração de não conquistar o título com o trio Harden, Durant e Westbrook, o Thunder voltou a apostar no Draft e acumular escolhas com seus astros. Com as trocas de Paul George e Russell Westbrook, adquiriu nove picks, novos jogadores e começou a construir um novo futuro.
Sem as estrelas e apenas jovens jogadores, o Thunder frequentou a parte debaixo da tabela na Conferência Oeste, mas acumulando escolhas altas no Draft. Em 2021 e 2022, Oklahoma escolheu Josh Giddey, Chet Holmgren e Jalen Williams, que se tornaram peças fundamentais no processo do "Novo OKC".
Maturação e o novo astro
Com um elenco jovem, o Thunder precisou ganhar "casca" para voltar a ser um time competitivo. Em 2023, foi ao Play-in, mas caiu contra o Minnesota Timberwolves na partida em que valia vaga nos Playoffs. Porém, na temporada seguinte, tudo mudou e, com um astro inesperado, Oklahoma liderou o oeste.
Liderados por Shai Gilgeous-Alexander, que veio na troca por Paul George, a franquia chegou nos Playoffs com a melhor campanha da temporada regular, mas o Thunder foi eliminado para o Dallas Mavericks nas semifinais de conferência por 4 a 2. Mesmo com o revés para a equipe de Luka Doncic, o Oklahoma já se provava ser o time com grande potencial, principalmente pelo núcleo jovem que havia liderado o Oeste na temporada regular, com 57 vitórias e 25 derrotas, superando o, até então, atual campeão Denver Nuggets.
Em busca de mais experiência no elenco, que tinha média de idade de 23,9, o Oklahoma City Thunder trocou Josh Giddey por Alex Caruso, do Chicago Bulls, que seria o jogador mais velho do elenco, com apenas 31 anos. Além disso, trouxe o pivô Isaiah Hartenstein, que estava no New York Knicks, onde ficou por duas temporadas.
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Líderes de novo
Logo no início da temporada regular da NBA, o Thunder mostrou que era, novamente, um dos favoritos a vencer a conferência e a liga, o que se confirmou. Mesmo com o vice na Copa NBA, Oklahoma não se abalou e seguiu com tudo, fechando a temporada regular com 68 vitórias e 14 derrotas, sendo líder isolado da Conferência Oeste, distante do Houston Rockets, que teve 52V e 30D.
Shai MVP
Principal jogador da campanha do Oklahoma City Thunder, Shai Gilgeous-Alexander foi eleito o MVP da temporada regular da NBA. O astro superou Nikola Jokic, do Denver Nuggets, e Giannis Antetokounmpo, do Milwaukee Bucks. O camisa 2 é apenas o terceiro jogador da história da franquia a conquistar o prêmio. Kevin Durant (13/14) e Russell Westbrook (16/17) foram os outros dois.
Playoffs
O Oklahoma City Thunder teve uma temporada regular impressionante e chegou aos Playoffs como favorito ao título. Eles varreram o Memphis Grizzlies na primeira rodada, com vitórias convincentes, incluindo uma diferença recorde de 51 pontos em um jogo. Em seguida, enfrentaram o Denver Nuggets, liderado por Nikola Jokic, e tiveram um início difícil, perdendo os dois primeiros jogos e ficando atrás por 2 a 1. No entanto, o Thunder mostrou sua força e conseguiu a virada para 4 a 3.
Na final da Conferência Oeste, o Thunder enfrentou o Minnesota Timberwolves e não teve dificuldades, vencendo a série por 4 a 1. Shai Gilgeous-Alexander foi eleito o MVP das finais de conferência, com médias impressionantes de 31,4 pontos, 5,2 rebotes e 8,2 assistências. Com isso, o Thunder avançou para a final da NBA.
Final e Thunder campeão
A decisão foi contra o Indiana Pacers, na qual o time teve flashbacks da série contra o Denver Nuggets. O time ficou atrás por 2 a 1 na série após sofrer game winner de Tyrese Haliburton na primeira partida. Porém, a equipe deu a volta por cima e com duas vitórias seguidas, virou para 3 a 2 e teve a chance de garantir a conquista, fora de casa. Mesmo com a chance de confirmar o título, OKC foi dominado por Indiana, que forçou o sétimo e último jogo.
No jogo 7, a partida começou com o Indiana Pacers dominando, graças à atuação inspirada de Tyrese Haliburton, mas logo ele sofreu uma lesão na perna direita e saiu da quadra. Mesmo sem seu astro, o Pacers permaneceu competitivo, com Pascal Siakam assumindo o protagonismo. No entanto, o Oklahoma City Thunder reagiu e assumiu a liderança no final do primeiro quarto. No segundo quarto, Indiana continuou próximo no placar, mas o Thunder manteve a vantagem, liderado por Shai Gilgeous-Alexander.
No segundo tempo, o Oklahoma aproveitou um apagão do Pacers e começou a dominar a partida, com uma grande atuação coletiva. Shai Gilgeous-Alexander, Chet Holmgren e Jalen Williams lideraram o ataque do Thunder, que abriu uma vantagem significativa. No último quarto, OKC administrou a vantagem e venceu a partida por 103 a 91, conquistando seu primeiro título da NBA da história. Shai Gilgeous-Alexander foi fundamental para a vitória do Thunder.