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Marcio Dolzan
Enviado especial
Dia 27/06/2025
19:00
Atualizado há 2 horas
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FILADÉLFIA (EUA) - De olho no confronto decisivo pelas oitavas de final, o Botafogo encerrou a preparação para a partida com o Palmeiras, neste sábado (28). A bola rola às 14h (de Brasília), no Lincoln Financial Field, pelas oitavas de final da competição. Na véspera da partida, o técnico Renato Paiva elogiou o grupo e relembrou a trajetória do Fogão neste Mundial.

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- Este grupo sempre fez tudo que pedi, desde que cheguei. Eles têm consciência de tudo o que fazem, do grupo que são e de como se comportar diante das adversidades e aquilo que eu sempre disse, eles precisam transmitir essa confiança durante os jogos. Portanto, conhecia meus jogadores e sabíamos que seríamos 11 contra 11, tínhamos que encontrar estratégias para jogar estas partidas. Hoje em dia há dois tipos de futebol, o da vida real e o futebol do Walt Disney, o da vida real você avalia e nem sempre pode jogar da mesma forma, pela qualidade do adversário. No futebol do Walt Disney, temos que jogar atacando com todo o time, claro que jogamos sozinhos também, e depois de ganharmos do PSG, na cabeça das pessoas deveríamos ter trucidado o Atlético de Madrid. Vou contar uma história aqui, encontrei com um torcedor e ele dizia que se jogássemos de outra forma contra o Atlético de Madrid, nós iríamos vencer. Eu respondi que respeito a opinião dele e perguntei quantas vezes ele viu o Atlético jogar esse ano, e ele me disse que nenhuma. Portanto, está explicado, isso é um pouquinho do futebol do Walt Disney, "eu acho que deve assim", "eu penso que tem que ser assim", e quando tivermos a infelicidade de sofrermos um gol está tudo mal, mesmo fazendo tudo o que fizemos contra o PSG. Estou muito consciente e orgulhoso de tudo que fizemos até aqui. Na teoria e, na prática, foi o grupo mais difícil de todos, fizemos seis pontos e estamos muito orgulhosos de estar aqui. O que queremos é ganhar do Palmeiras e avançar - disse o treinador.

O técnico seguiu explicando sobre o que quis dizer com o termo "Futebol do Walt Disney", segundo Paiva, isso diz respeito as perspectivas irreais geradas em cima de determinadas partidas. Antes de finalizar, Renato Paiva destacou que quer ter a posse de bola na partida contra o Palmeiras, neste sábado.

- Eu acompanho o Botafogo desde que cheguei. O que eu digo sobre o futebol do Walt Disney, é das perspectivas irreais, não é a forma que jogamos. O Botafogo propõe muito o jogo no Brasil, não fica lá atrás e temos que pressionar até encontrar momentos para quebrar a linha defensiva do adversário. Aqui nos Estados Unidos, invertemos isso por conta dos adversários, o que é bom porque minha equipe sabe fazer as duas coisas. Eu hoje dizia numa entrevista que ainda não tinha visto esse Botafogo tão bem defensivamente, com a linha compacta, o que me deixa muito satisfeito porque quero um time completo em vários momentos do jogo, defensivo e ofensivo, nas bolas paradas e nos momentos individuais, que é quando o jogador resolve. Cada vez mais os esquemas táticos estão sacrificando esse tipo de jogador, que arriscam algo diferente. Quero uma equipe equilibrada, no pouco tempo que tivemos para trabalhar, mostramos muita qualidade dos jogadores, a forma que eles estão preparados para interpretar esses momentos quase não se tinha visto no Brasil. Então, o futebol do Walt Disney não tem a ver com atacar mais ou menos, tem a ver com as perspectivas reais ou irreais, em cima do seu adversário. O que eu quero amanhã é que minha equipe seja mais inteira do que foi, que ataque e tenha mais bolas, se o Palmeiras deixar, que defenda quando precisar. Quero ter mais a posse de bola, o Palmeiras é uma equipe muito agressiva, onde ganha muitas bolas e parte para as ações ofensivas, e quero desafuar meus jogadores a ter mais a bola - destacou.

Renato Paiva, técnico do Botafogo (Foto: Vitor Silva/Botafogo)

Confira outros trechos da coletiva de Renato Paiva

Risco de prorrogação

— Me preocupa. Seja para nós, o Brasileirão é o acúmulo de jogos, jogamos de três em três dias mais a viagens longas, ainda mais com a Libertadores. As equipes europeias estão em final de temporada. A prorrogação vai ser algo pesado para os jogadores e torcedores porque a qualidade do jogo vai cair. Você arrisca menos. Gostaria que não tivesse, sendo sincero.

Qual o planejamento contra o Palmeiras, Paiva?

— Aquilo que eu tenho que fazer em qualquer jogo, seja eliminatório ou não, é vir estudado. O que é isso? Ter o Plano A e depois conseguir antecipar situações, que pode ser uma expulsão contra ou a favor. Se começa ganhando, perdendo... Isso sempre está na minha cabeça. Se lesiona este ou aquele jogador, quem eu posso substituir. Isto é o pré. Só que o pré nem sempre funciona porque quando o árbitro apita o jogo tem uma vida própria. O jogo por vezes caminha para outro lado. Os planos te ajudam a tomar decisões. Nem sempre as coisas preparadas te ajudam a controlar as coisas. Nós tentamos planejar tudo mas o jogo você nunca consegue controlar tudo. Se o Botafogo vai ser mais ou menos (ofensivo)... Eu espero que o Botafogo seja equilibrado e completo. Analisando o torneio, falta um pouco controlar a bola. Quero melhorar para o jogo de amanhã, ter mais bola para tentar conseguir o Palmeiras. Espero uma equipe completa.

Formas de parar Estêvão?

— Penso. É o coletivo. Haverá situações de um contra um para ele. Pode ser em 10 metros ou em 5. Quero que minha equipe faça uma cobertura. Mas pode ser o Estêvão, Vitor Roque, Rios... Todos os jogadores têm qualidade, até os zagueiros. Se entrar no individual, um contra a um, já foi. É preciso ser no coletivo. Contra o PSG, se eu fosse me preocupar com o Barcola, Vitinha, Kvara... Não. Me preocupei com todos juntos. Depois, tenho que pensar em potencializar todos. Se o Estevão cair contra o Alex Telles, tenho que procurar coberturas para ajudá-lo.

Botafogo chega mais respeitado às oitavas?

— Foi um pouco disso. Era universal, normal e esperado. Nosso grupo tinha PSG, o campeão europeu, apesar de seremos o campeão da Libertadores, mas tivemos algumas mudanças e no PSG não, e o Atlético de Madrid. Era normal o mundo do futebol ter desconfiança porque não olham para a liga brasileiro. Me choca mais quando é dentro do Brasil. A dicotomia entre "os outros são favoritos" e "eu quero que o Botafogo perca porque torço para outro clube". Em Portugal eu torcia para todos os portugueses se darem bem. Eu preferiria ter outro tipo de confronto para que os quatro brasileiros seguissem e que as semifinais fossem só de brasileiros. Falei para meus jogadores terem consciência do que são, do que fazem e fiz questão de transmitir para fora, a questão de subir montanhas, do cemitério de favoritos... Eram mensagens para fora mas que eu falava dentro. Hoje em dia, com internet e tudo, há dois tipos de futebol: o futebol da vida real e o da Walt Disney. Na vida real, nem sempre pode jogar da mesma forma porque não é permitido, seja porque o adversário é bom ou te dá dificuldades. No Walt Disney, temos que jogar com todos no ataque e amassar o PSG e Atlético de Madrid. Encontrei com um torcedor e ele me disse que poderíamos ter vencido o Atlético caso fossemos mais ofensivos. Eu perguntei quantas vezes ele viu o Atlético esse ano e ele disse nenhuma. Está respondido. Isso é o futebol Walt Disney. Muito orgulhoso com aquilo que fizemos. Foi o grupo mais difícil de todos e nós fizemos seis pontos. Estamos orgulhosos de estar aqui. O trajeto é muito bonito e já disse aos jogadores que não dá para continuar na sombra de termos ganhado do PSG e acabou. Foi fantástico, mas acabou. Queremos ganhar o Palmeiras.

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