O Mundial de Clubes chegou ao fim no domingo (13) com a vitória do Chelsea por 3 a 0 sobre o PSG. A primeira edição da competição com 32 times estreou em 2025 e chamou a atenção dos admiradores do futebol pelo mundo. A Fifa, por meio da figura de Gianni Infantino, presidente da entidade, defendeu que o torneio foi um sucesso. No entanto, essa não é a opinião da Fifpro, o sindicado mundial dos jogadores de futebol.
Nesta segunda-feira, o presidente do sindicato, Sergio Marchi, publicou um comunicado oficial no site da Fifpro. Com palavras duras, o mandatário criticou a realização do novo torneio e chamou o campeonato de "pão e circo". Veja trecho:
— Embora a recente Copa do Mundo de Clubes da Fifa tenha gerado entusiasmo entre muitos torcedores e reunido alguns dos maiores nomes do futebol mundial em um único torneio, a Fifpro não pode deixar de apontar com absoluta clareza que esta competição esconde uma desconexão perigosa com a verdadeira realidade que a maioria dos jogadores de futebol no mundo enfrenta.
— O que foi apresentado como um festival global do futebol não passou de uma ficção encenada pela Fifa, impulsionada por seu presidente, sem diálogo, sem sensibilidade e sem respeito por aqueles que sustentam o jogo com seus esforços diários. Uma encenação grandiloquente que inevitavelmente remete ao conceito romano de "pão e circo" de Nero — entretenimento para as massas enquanto, nos bastidores, a desigualdade, a precariedade e a falta de proteção dos verdadeiros protagonistas só aumentam — diz parte da publicação.
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A declaração do presidente da Fifpro também chamou a atenção para as condições climáticas de disputa das 63 partidas do Mundial de Clubes. Marchi considera que os jogadores correram riscos à integridade física ao jogarem sob forte calor e que o calendário não permite que uma competição deste tipo aconteça. O presidente também ressaltou que o cenário não pode se repetir na Copa do Mundo de 2026.
Ao longo do Mundial, as paradas para hidratação dos atletas aconteceram em várias partidas do torneio. Alguns jogadores e treinadores reclamaram publicamente do calor enfrentado no verão dos Estados Unidos.
Mundial de Clubes também é criticado pela imprensa internacional
O Mundial de Clubes também foi alvo de críticas por parte de jornalistas. Richard Jolly, do The Independent, do Reino Unido, escreveu sobre a competição e criticou a postura de Infantino ao lado de Donald Trump, especialmente na cerimônia de premiação após a final entre Chelsea e PSG.
Richard Jolly também criticou o que classificou como "sucesso de público" e apontou que clubes como Bayern, Manchester City, Juventus e PSG disputaram pelo menos um jogo com menos de 30.000 torcedores nos estádios dos Estados Unidos.
No The Telegraph, da Inglaterra, Sam Wallace questionou alguns dos números apresentados por Infantino na coletiva de imprensa que antecedeu a decisão do Mundial de Clubes. O evento contou com a presença de diversos ex-jogadores de sucesso que foram convidados e subsidiados pela Fifa, segundo o jornalista.
— O que mais importa para Gianni Infantino é que o torneio que ele idealizou finalmente aconteceu. Um presidente da Fifa mais determinado do que qualquer antecessor a disputar com a Uefa o controle sobre a riqueza do futebol viu seu projeto se concretizar. Os sauditas bancaram a conta. Os sul-americanos compareceram. E os "legends" da Fifa, sempre prontos a acenar com a cabeça, disseram que a ideia era ótima — escreveu.