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Dia 24/06/2025
01:30
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Foi no sangue, suor e garra que o Palmeiras classificou-se para as oitavas-de-final ao recuperar um placar negativo e empatar em 2x2 com o Inter Miami, no encerramento da primeira fase do grupo A, nesta segunda-feira (23/06) na Florida. Pelo embalo que o time vinha imprimindo na competição, se esperava um Verdão mais competitivo e eficiente. O resultado foi o Palmeiras classificado, mas devendo futebol.

Principalmente no primeiro tempo, logo após o primeiro gol do Miami, quando deu a sensação que o Palmeiras havia desistido do campeonato. Um time jogando sem timing de pressão, sem organização espacial pra acertar linhas de passe, sem desejo de posse da bola e sem a característica intensidade defensiva palmeirense. Era tão claro esse comportamento que até parecia estratégia. Mas era só um time perdido em campo.

Time de cabeça pra baixo

Aos 15 minutos, em um contra-ataque de almanaque, um passe de futevôlei de Suárez permitiu que Allende ficasse sozinho frente a frente com Weverton e abrisse o placar. Veja no frame abaixo, que na hora do passe do uruguaio, o Palmeiras tinha 9 homens no campo ofensivo e só um na cobertura defensiva. Ironicamente, parecia um 4-2-3-1 ao revés, com o último zagueiro como se fosse o centro-avante. Como se estivesse de cabeça pra baixo.

Frame da jogada do primeiro gol do Inter: time de cabeça pra baixo

Seria apenas um detalhe tático inusitado sem importância, se não fosse o comportamento da equipe depois desse lance. O time não conseguia encaixar sem a bola, errando os posicionamentos defensivos individuais, sem intensidade na pressão. O Inter Miami, mesmo sem ser um time intenso com a bola, conseguia com mobilidade confundir a marcação palmeirense. E na hora dos combates e desafios, o Palmeiras não “mordia". O que não é normal no time de Abel Ferreira.

A solução veio do banco

As entradas de Paulinho, Allan e Maurício trouxeram a energia que o time precisava para voltar a competir no jogo. Escrevi aqui na coluna, no começo do Mundial, que se os times brasileiros imprimissem intensidade com a bola, eles poderiam sonhar com classificações e disputa de título. Mas se jogassem como estão acostumados a jogar no Brasil e na Libertadores, cadenciando a partida e sem intensidade, sofreriam.

Time que quer ser campeão, precisa ser protagonista. Seja com a posse da bola, ou seja tirando os espaços do adversário que tenha essa posse. Copas assim são torneios curtos, não há tempo para variações anímicas, comportamentais ou de desempenho. Ver o Palmeiras classificado, mas devendo futebol,  acende a luz amarela dos paulistas, e será contra o Botafogo, em uma partida histórica de oitavas-de-final, que o futebol brasileiro mostrará qual dos dois pode ser protagonista neste Mundial de Clubes.

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