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Pedro Cobalea Neves
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 06/06/2025
10:37
Atualizado há 2 minutos
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A pouco mais de uma semana do início do Mundial de Clubes da FIFA, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma nova ordem executiva que proíbe temporariamente a entrada de cidadãos de 12 países, em sua maioria africanos e do Oriente Médio, mas também do Haiti, da América Central. Segundo informações do The Athletic, a medida foi oficialmente justificada como um esforço para “proteger a segurança nacional”, mas levanta sérias dúvidas sobre o impacto em eventos esportivos internacionais, como o Mundial de Clubes 2025 e a Copa do Mundo de 2026, ambos com sede em solo norte-americano.

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A proibição, que entra em vigor na próxima segunda-feira, atinge cidadãos de Afeganistão, Mianmar, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen. Além disso, Venezuela, Cuba, Laos, Burundi, Togo, Serra Leoa e Turcomenistão estão sob restrições parciais — dificultando ainda mais o acesso de atletas e torcedores desses países aos EUA.

Gianni Infantino, presidente da FIFA, e Donald Trump, presidente dos EUA (Foto: Jim Watson/AFP)

Impacto esportivo: o que está em jogo

O momento da decisão não poderia ser mais sensível. O Mundial de Clubes da FIFA começa em 14 de junho, reunindo 32 equipes de todos os continentes — incluindo jogadores de países diretamente afetados pela medida, como Irã, Venezuela e Sudão.

O iraniano Mehdi Taremi, que atua pela Inter de Milão, é um dos atletas com participação prevista. O mesmo ocorre com Salomón Rondón, venezuelano do Pachuca, e o sudanês Mohamed Awadalla, do Al-Ain. A nova ordem de Trump gerou incerteza sobre a entrada desses jogadores no país.

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Exceções e dúvidas

Apesar do endurecimento, o decreto prevê exceções para atletas, comissões técnicas e parentes imediatos envolvidos em eventos de grande porte, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. A Casa Branca confirmou posteriormente que o Mundial de Clubes e a Copa Ouro também estão incluídos nessa definição, garantindo, ao menos em teoria, a presença dos jogadores em solo americano.

No entanto, torcedores e familiares que não se enquadrem na categoria de “parentes imediatos” continuam sem garantias de entrada. Isso coloca em risco, por exemplo, haitianos e iranianos que adquiriram ingressos para o torneio — Segundo o The Athletic, a FIFA revelou que fãs de mais de 130 países compraram entradas, mas ainda não confirmou como lidará com pedidos de reembolso ou isenções especiais.

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E a Copa do Mundo de 2026?

Embora a Copa do Mundo ainda esteja a mais de um ano de distância, as decisões recentes lançam uma sombra sobre a organização e o espírito de integração que o evento exige. A carta enviada por Trump à FIFA em 2018, durante a candidatura dos EUA para sediar o torneio, garantia que “atletas, oficiais e fãs de todos os países teriam entrada assegurada”. Agora, a realidade é mais complexa.

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O presidente da FIFA, Gianni Infantino, afirmou recentemente que os EUA “acolherão o mundo” em 2026 e que a expectativa é de US$ 50 bilhões em impacto econômico gerado pelos dois torneios. Mas, com medidas que restringem a circulação internacional, o temor é que a audiência global — e os lucros previstos — sofram retrações.

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