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Rio de Janeiro (RJ)
Supervisionado porMarcelo Velloso,
Dia 24/08/2025
22:01
Atualizado há 12 minutos
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Embora seja o atual líder da World Surf League (WSL), Yago Dora ainda terá um desafio forte em busca do título inédito. A última etapa da temporada de 2025 está marcada para os dias 27 de agosto a 7 de setembro, quando acontecerá a bateria do brasileiro. O dono da lycra amarela - símbolo usado pelo surfista que está em primeiro lugar no ranking mundial - sabe que "só" precisará vencer uma rodada. Apesar disso, entende o grande nível dos adversários que ainda poderão passar pelo seu caminho.

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— E este ano acho que cada ano que passa, o nível vai ficando mais parelho, assim, né? A gente vê muita gente, às vezes, que tá lá embaixo do ranking, do nada ganha um evento. Então todo mundo é muito capaz hoje em dia ali no circuito. Acho que o nível tá cada vez mais parecido, mais disputado. E esse ano não é diferente, acho que os três competidores de fora são muito bons também — analisou Yago Dora, em coletiva exclusiva antes das finais da WSL.

Entre os cinco finalistas, apenas Ítalo Ferreira conta com um título mundial, o que não nega o talento dos outros surfistas em uma temporada de muitas reviravoltas. O brasileiro, campeão de 2019, ficou com a última vaga classificatória para a etapa de Fiji. Sobre essa disputa intensa, que definirá o novo vencedor da WSL, Dora reforçou que a batalha será "dura" pela primeira conquista.

— Eu sei que vai ser uma batalha dura, não dá para achar que vai ser fácil por não ter nenhum outro campeão mundial na disputa, além do Ítalo. Mas acho que todos estão muito preparados para disputar esse título. Eu estou muito animado pela primeira vez estar disputando um título e estou com muita vontade de ganhar esse primeiro título — afirmou o brasileiro, que completou sobre seu desempenho no ano:

— Acho que fiz um ano muito bom e quero muito concretizar isso, finalizar o ano e provar que fui o melhor surfista da temporada.

Yago Dora foi campeão em Trestles na temporada de 2025 (Foto: WSL)

Análise dos adversários de Yago Dora

Em seu último ano no circuito, já que em 2026 a decisão será por pontos corridos, a etapa da "WSL Finals" terá um formato diferente na atual temporada. A competição, então, acontecerá em forma de mata-mata a partir da sua posição do ranking.

Bateria 1: 5º lugar x 4º lugar
Bateria 2: 3º lugar x vencedor da bateria 1
Bateria 3: 2º lugar x vencedor da bateria 2
Bateria final: 1º lugar x vencedor da bateria 3

Com essa a mudança, Yago só precisará se preocupar em vencer uma bateria na etapa, enquanto Ítalo disputará pelo menos quatro rodadas antes do sonhado bicampeonato. A vantagem do líder, no entanto, não assegura o título do brasileiro, que conhece bem todos os possíveis adversários.

— Principalmente nessa onda, né, tem o Jack (Robinson, 4º), que é especialista em tubos, o Griffin (Colapinto, 3º), que também venceu aqui no ano passado. O Jordy (Smith, 2º) também é um cara que surfa muito bem nessas ondas pesadas, né? Então a competição é difícil, né, de qualquer maneira — comentou Dora.

E, de fato, o nível dos concorrentes promete tornar o desafio ainda mais acirrado. O sul-africano Jordy Smith, de 37 anos, é o mais experiente do grupo e chega à Califórnia embalado por um grande ano, com vitórias em El Salvador e Margaret River. Duas vezes vice-campeão mundial, ele busca, mais do que nunca, o título inédito que escapou por pouco em outras temporadas.

Logo atrás dele no ranking, o norte-americano Griffin Colapinto, de 27 anos, disputa o Finals pelo terceiro ano consecutivo. Consistente ao longo da temporada, o californiano garantiu sua vaga com vice-campeonatos em Margaret River, no Rio Pro e em Teahupo’o, resultado que selou sua classificação. Griffin, inclusive, venceu nesta mesma praia no ano passado e conhece, como poucos, as características da famosa "Cloudbreak".

O australiano Jack Robinson, também com 27 anos, é outro nome que pode surpreender. Especialista em ondas pesadas e considerado um dos melhores tube riders do circuito, ele chega embalado por conquistas expressivas em Bells Beach e no Tahiti Pro, este último com uma vitória decisiva que garantiu sua presença na etapa final.

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Fechando o Top 5 está o potiguar Ítalo Ferreira, de 31 anos, campeão mundial em 2019 e dono do ouro olímpico nos Jogos de Tóquio 2020. O brasileiro começou a temporada com vitória em Abu Dhabi e retorna ao Finals pela terceira vez na carreira, disposto a recuperar o topo do mundo. Apesar de largar de trás, Ítalo carrega a experiência, a garra e o histórico de atuações memoráveis, o que faz dele um adversário perigoso em qualquer condição.

No centro de tudo isso está Yago Dora, de 29 anos, vivendo a melhor fase da carreira. Atual número 1 do ranking, ele conquistou vitórias marcantes em Portugal e Trestles, além de um vice-campeonato em Jeffreys Bay. Pela primeira vez na liderança da classificação geral, o catarinense chega com a prestigiada lycra amarela, símbolo do surfista a ser batido. A vantagem é real, mas o desafio promete ser dos maiores, e o título mundial pode ser decidido por detalhes.

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