Durante o terceiro dia de programação da COB Expo 2025, em São Paulo, o Lance! apresentou o painel "O Time Brasil nos Jogos Pan-Americanos Júnior Assunção 2025", que contou com a participação de membros do comitê brasileiro que estiveram à frente da delegação e teve mediação de Beatriz Pinheiro, repórter do Lance!. A apresentação deu foco ao trabalho desenvolvido pela entidade esportiva durante uma das principais competições formadoras nos esportes olímpicos e o futuro dos atletas brasileiros.
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O palco contou com a presença de Leandro Guilheiro, que foi o chefe de missão do Comitê Olímpico do Brasil durante o Pan, Joyce Ardies, sub-chefe da missão e gerente de jogos internacionais do COB, Lara Monsores, coordenadora de comunicação, e Bianca Reis, atleta de 20 anos medalhista de ouro no judô em Assunção. A jornalista Beatriz Pinheiro esteve durante toda a disputa do Pan-Americano Júnior no Paraguai e realizou a cobertura para o Lance!.
A competição inaugurou o calendário oficial do COB no ciclo olímpico para os Jogos de Los Angeles 2028 e contou com marcas expressivas para o Time Brasil. No total, foram 175 medalhas, 1º colocado no ranking, sendo 70 de ouro, além de garantir 48 vagas diretas para o Jogos Pan-Americanos adultos de 2027, em Lima, no Peru.
Leandro Guilheiro é ex-atleta do judô brasileiro e dono de duas medalhas de bronze em Olimpíadas, Atenas 2004 e Pequim 2008. Pela primeira vez à frente de uma delegação do COB, do chefe de missão atuou como uma ponte entre a delegação de atletas e os setores de gestão e comunicação, mantendo uma boa relação com os jovens talentos brasileiros. O judoca acredita que o Pan Júnior de Assunção foi mais concorrido que o anterior, em Cali, Colômbia, e o objetivo final do torneio vai além de ver os atletas medalhando.
- Para um Pan Júnior mais concorrido do que o último, em Cali, com cinco vezes mais atletas, tivemos um desempenho muito importante do ponto de vista esportivo. Mas além disso, tínhamos o objetivo de capacitar profissionais, promover a equidade de gênero no COB… e tudo o que foi colocado como objetivo foi alcançado. Como um todo, a missão foi um sucesso. E eu tive sorte de estar no meio de tantos profissionais capacitados - destacou Guilheiro.
A atuação do COB no Pan Júnior de Assunção foi baseado em alguns pilares, entre eles a equidade de gênero, aumentando a participação feminina não só nas delegações dos atletas, mas também em toda a equipe que geriu o Time Brasil no Paraguai. O setor de comunicação, por exemplo, foi composto apenas por profissionais mulheres, responsáveis por promover uma cobertura que resultou um alcance de 47 milhões de visualizações em todas as plataformas digitais, 3 milhões a mais que o engajamento do Pan-Americano adulto de Santiago, em 2023.
Lara Monsores, coordenadora de comunicação, afirmou que o grande objetivo do comitê foi ser a fonte primária de informação e divulgação de resultados do Pan Júnior, além de ser o espaço de apresentação dos atletas que entraram agora no cenário de competições de alto rendimento. Para tornar esse caminho atrativo para o púbico, o COB apostou em uma linguagem jovem, assim como são os atletas da competição, e muito constante no meio digital, independente da rede.
- Para esse Pan Júnior, nosso grande desafio era atrair a atenção do fã para um campeonato ainda sem grandes ídolos. Tivemos que adaptar a linguagem e conteúdo para a faixa etária que competiu no Pan. Tivemos que fazer um conteúdo jovem e para isso fizemos um estudo para entender o que funcionava, as trends do momento, e esse foi o formato que encontramos de contar essas histórias - afirmou Lara Monsores.
Uma das atletas que foi destaque nas trends do COB e no tatame de competição foi Bianca Reis. A campeã na categoria até 57 kg ressaltou a importância de ter o comitê presente não só como uma instituição organizadora e de suporte logístico aos atletas, mas também de acolhimento e apoio emocional durante a disputa do Pan.
A judoca lembra da "cerimônia das medalhas" com os atletas, onde havia um contador de medalhas do Time Brasil e os vencedores recebiam aplausos de toda a delegação para enaltecer a conquista em conjunto ao fim de cada dia de competição.
- Isso foi incrível. Foi uma ideia que tiveram de fazer a interação de todas as modalidades e comemoramos como Time Brasil. Tive a experiência de trocar a plaquinha e atualizar a quantidade de medalhas no dia que ganhei o meu ouro. Era muito divertido e dava uma motivação para quem ainda não tinha cometido querer vencer, ter a medalha e comemorar com todos depois - destacou a jovem, que já garantiu vaga no Pan adulto de Lima, em 2027, após o ouro em Assunção.
Desafios logísticos e de cobertura no Pan Júnior
Enquanto os atletas se preocupavam em competir garantir o bom desempenho do Brasil com as medalhas nos jogos, o Comitê Olímpico do Brasil fazia a gestão da delegação e colocava em prática um planejamento de longo prazo feito desde 2024, antes mesmo da troca de gestão no fim do ano passado, quando saiu Paulo Wanderley saiu da presidência do comitê e assumiu Marco La Porta.
Joyce Ardies, que atuou na logística do COB em Assunção, afirmou que o trabalho foi realizado para garantir o bem-estar dos atletas pré, durante e pós-competição. Uma das estratégias explicadas por ela foi na escolha do hotel, que apesar de ser distante do centro de Assunção, tinha uma estrutura completa para atender à delegação brasileira.
- Foram 11 meses de projeto entre concepção e execução. E foi a primeira do novo ciclo olímpico. Sabemos que teremos novos treinadores, nova leva de atletas e sabemos da importância de abrir essa porta do COB da maneira correta. E precisamos pensar o que os atletas querem nesse momento, desde a logística de uniformes, documentação, qual a comunicação será feita com eles, logística de ir e vir de treinamentos... E isso envolve carretas, barco de transporte de materiais de prova, aluguel de equipamentos, tudo isso vai se somando à logística - explicou Joyce.
Do lado da cobertura da imprensa, os desafios giravam em torno de apresentar de maneira completa quem eram as novas figuras se destacando pelo Brasil nos esportes olímpicos e quais eram suas histórias dentro das modalidades. Beatriz Pinheiro destacou como foi a experiência de levar aos leitores do Lance! as trajetórias de dezenas de competidores ao longo dos 17 dias de competição no Paraguai.
- O ciclo olímpico já começou e esse atletas que estão no Pan Júnior podem estar em Lima no Pan adulto, em Los Angeles em 2028, em Birsbane em 2032... e o objetivo é que os leitores conheçam desde agora os atletas e suas histórias, para quando eles chegarem nas Olimpíadas e outras grandes competições o público já tenha uma noção da sua trajetória. Nosso foco não foi só contar quem ganhou a medalha, mas também falar da história de cada um, de onde eles vem, como eles chegaram lá na disputa do Pan Júnior - completou a jornalista do Lance!.