As principais atletas da WNBA realizaram um protesto por aumento salarial e maior participação na divisão dos lucros durante o All-Star Game, no sábado (19), em Indianápolis (EUA). As jogadoras contestam o atual modelo de distribuição de rendimentos, em que recebem apenas 10% dos lucros da liga feminina, enquanto na NBA esse percentual chega a 50%.
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O movimento aconteceu durante o período de aquecimento do evento que reúne as estrelas do basquete feminino norte-americano. As atletas vestiram camisetas com a mensagem "Pay us what you owe us", que significa em português "Paguem o que nos devem".
A disparidade salarial entre as ligas masculina e feminina de basquete nos Estados Unidos é significativa. Uma novata escolhida na primeira rodada do Draft da WNBA recebe entre US$ 66 mil (R$ 368,7 mil) e US$ 76.535 (R$ 427,6 mil) anualmente. Em comparação, um calouro na NBA ganha no mínimo US$ 1,1 milhão (cerca de R$ 6,4 milhões) em sua temporada de estreia.
As jogadoras aproveitaram a visibilidade do All-Star Game para amplificar suas reivindicações. Assim como na NBA, o jogo das estrelas reúne as melhores atletas da liga feminina de basquete norte-americana.
Entre as participantes do protesto estavam atletas do Indiana Fever e de outras equipes da WNBA. Considerada a maior estrela atual da liga, Caitlin Clark está em seu segundo ano na competição pelo Fever e recebe salário anual de R$ 427,6 mil.
O Brasil tem duas representantes na atual temporada da WNBA. A pivô Kamilla Cardoso, de 24 anos, defende o Chicago Sky e foi selecionada na terceira posição do Draft da temporada passada, sendo reconhecida como uma das melhores calouras. Além da ala-pivô Damiris Dantas, de 32 anos, que joga pelo Indiana Fever e está na liga americana desde 2014.
Muitas jogadoras, devido aos baixos salários nos Estados Unidos, atuam em ligas europeias e asiáticas durante o período de férias da temporada americana para complementar seus rendimentos. Antes do retorno da WNBA, Kamilla passou a "offseason" na Liga Chinesa de Basquete Feminino (WCBA) pelo Shanghai Swordfish. Vale destacar que a brasileira ainda foi eleita a melhor estrangeira da temporada.
Até o momento, não foram divulgadas informações sobre possíveis negociações entre a liga e as atletas para atender às reivindicações apresentadas durante o protesto.
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