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Rio de Janeiro (RJ)
Rio de Janeiro (RJ)
Supervisionados porRodrigo Fajardo Mendes,
Dia 12/09/2025
15:30
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Com dois realities shows no currículo, Antônio Carlos Jr. conta com experiência também nos principais campeonatos de MMA do mundo. O "Cara de Sapato" conquistou o segundo título no meio-pesado da Professional Fighters League (PFL), em 2025, mas competiu no UFC de 2015 a 2021. Em entrevista exclusiva ao Lance!, o brasileiro analisou a diferença entre o formato das organizações, além da mudança em relação às quantias recebidas em salários e patrocínios.

➡️ Exclusivo: Cara de Sapato fala sobre bicampeonato na PFL

Confira entrevista na íntegra

— Cara, eu gostei desse sistema de torneio porque você sabe exatamente o seu período de luta. Então, você tem ali, sei lá, de abril até agosto, setembro, você sabe quantas lutas você vai ter. Você faz a sua programação, tudo voltado para isso, né? Às vezes, no UFC, você faz lutas aleatórias. Então, às vezes, você luta, sei lá, em janeiro e passa um longo período de tempo sem lutar. Além disso, ainda tem essa questão da constância, se você está lutando direto, isso te deixa mais no time de luta, sabe?

O formato do UFC não é mistério para os fãs de lutas do mundo inteiro. Para um lutador ser inscrito em um evento, depende da aprovação da organização que monta o calendário dos competidores, em que os líderes do ranking têm preferência em busca da disputa do cinturão.

Já na PFL, a competição é organizada em formato de torneio mata-mata, que vai das quartas - chamadas de primeira rodada - até a grande final. Cada categoria tem sua chave própria. Com isso, Cara de Sapato conta com um período de disputa específico já definido em seu calendário anual. Neste ano de 2025, a temporada de lutas aconteceu entre os dias 3 de abril e 21 de agosto.

Altos salários e muitos patrocínios

Apesar da grandiosidade da PFL, é inegável que o UFC atrai mais atenção no cenário mundial, o que pode gerar mais patrocínios para os competidores da organização. Ambas entidades fecham contratos e salários com seus lutadores, mas a base desses valores pode mudar. Segundo o Cara de Sapato, a exposição no Ultimate não é algo garantido, sendo relativo para cada atleta.

— Cara, eu acho que isso é muito relativo. No UFC, você tem uma exposição, mas eu acho que não é suficiente para você, por exemplo, fazer um dinheiro com patrocínios fora a luta. Então, é muito difícil de você saber o que você pode atingir com aquela exposição que você tem no UFC e o que você vai ganhar de diferença na sua bolsa. Então, é muito relativo de atleta para atleta — analisou o brasileiro.

Antônio Cara de Sapato vencedor da PFL 2025 (Foto: Reprodução/Instagram)

No caso do brasileiro, por exemplo, a mudança acabou se tornando positiva tanto no octógono como no financeiro. O lutador contou com a máxima premiação em duas temporadas na PFL, em 2021 e 2025, quando recebeu US$ 500 mil (cerca de R$ 2,7 milhões).

— Foi muito positivo do lado financeiro para mim. Foi muito bom ter ido para o PFL. Eles me deram um contrato que eu fiquei satisfeito, além da premiação também, que no final das contas fez uma grande diferença na minha vida financeira.

Bicampeão da PFL em 2025

Antônio Carlos Júnior, mais conhecido como “Cara de Sapato”, venceu a PFL 2025 dos meio-pesados, finalizando o americano Sullivan Cauley com um mata-leão no segundo round da final. Com isso, ele conquistou o cinturão e o prêmio milionário do campeonato. Em entrevista exclusiva para o Lance!, o lutador contou sobre sua preparação para a recente vitória da PFL no final de agosto e o que há em comum entre as vitórias de 2025 e 2021.

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— O que há em comum é que eu estava vindo sempre de momentos muito difíceis na minha vida. Aquele primeiro foi quando saí do UFC, eu sentia que ainda tinha muita coisa para conquistar, que ainda tinha muita coisa para fazer. Foi um período bem difícil na minha carreira, que quase cheguei a desistir, e aquele título me deu, me fez acreditar novamente em mim, acreditar no meu jiu-jítsu, na minha luta, no boxe, na luta em geral — disse Cara de Sapato, que completou:

— E agora também foi um período em que eu estava vindo de muitas lesões, muita coisa aconteceu na minha vida pessoal e profissional, e foi, eu acho que talvez, o torneio com mais nomes fortes, dito por muitos como o ano mais difícil do torneio, da categoria de meio-pesado. Ganhar esse torneio foi tipo lavar a alma, sabe?

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