A passagem de Caio Bonfim pelo Mundial de Atletismo de Tóquio, na última semana, foi intensa não apenas pelas conquistas históricas, mas também na parte física, já que o atleta competiu nas distâncias de 35km e 20km, saindo com uma medalha de prata e uma de ouro, respectivamente. Em conversa com a imprensa durante a COB Expo, na capital paulista, o atual campeão mundial contou sobre a estratégia de recuperação física aplicada pra suportar a "dose dupla".

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Segundo Caio, o objetivo era ousado e a estratégia envolveu uma equipe multidisciplinar para garantir ao atleta as condições para disputar as provas em um intervalo de uma semana - a prova dos 35km aconteceu na sexta-feira (12), enquanto a disputa dos 20km, na sexta-feira seguinte.

— Eu sempre fiz muito bem a prova dos 35km, mas não acertei alguns detalhes, então eu sabia que tinha chance de medalha e não podia ficar fora. Mas eu sabia que precisava ter muita consciência para que o 35km não atrapalhasse os 20km, mas também sem perder a chance. A Confederação (CBAt) e o Comitê Olímpico (COB) compraram a ideia, a gente já fazia um trabalho muito bom no treinamento, mas nessa parte da recuperação eu precisava de ajuda com a fisioterapia, fisiologia, com informação de estoque de carboidrato, de peso, hidratação... Essa equipe toda foi me ajudando - contou.

O brasileiro foi o único dentre os poucos atletas que competiram nas duas distâncias a subir ao pódio duas vezes no Mundial. Caio Bonfim reconheceu que o desgaste foi grande após a estreia, mas acrescentou que o trabalho voltado à recuperação física foi essencial.

— O desgaste nos 35km foi absurdo, eu quase não consegui chegar pra dar entrevista de tão cansado que eu tava. Consegui recuperar tudo isso e valeu a pena, de terça pra quarta já tava muito melhor, na quinta-feira já tava zerado, era só preparar os detalhes e a parte psicológica - contou.

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Caio Bonfim com a medalha de ouro da Marcha Atlética no Mundial de Atletismo (Foto: Jewel Samad / AFP)

Pós-Olimpíada diferente

Para muitos atletas, especialmente os medalhistas, o ano seguinte a uma edição de Jogos Olímpicos é reservado para uma pausa estratégica, muitas vezes focada na recuperação física. Caio Bonfim teve uma visão diferente: quis aproveitar o momento para manter o ritmo na atual temporada.

— Eu tô com 34 anos, talvez um atleta pense que com essa idade precise segurar um pouco o ritmo. Eu já penso que sou medalhista olímpico, tô no auge da forma, tenho que continuar, ver até onde o talento pode me levar. Com essa medalha, mais estrutura, mais confiança, mais oportunidades, preciso aproveitar - finalizou.

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