Mais Esportes

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Atletas que sofreram abuso lembram a dor e se revoltam após escândalo

Joanna Maranhão, da natação, e americana campeã olímpica da ginástica foram algumas a se manifestar sobre as denúncias de atletas contra Fernando Lopes, ex-técnico da Seleção

Joanna Maranhão foi uma das que se posicionou sobre as denúncias dos ginastas  (Foto: AFP)
Escrito por

A denúncia de um grupo de ginastas que afirmam ter sofrido abuso sexual durante anos por Fernando de Carvalho Lopes, ex-treinador da Seleção Brasileira, repercutiu no mundo inteiro. Nomes que tem levantado a bandeira contra todas as formas de assédio relembraram suas dores e expressaram seu apoio à atitude dos brasileiros, em especial a Petrix Barbosa, um dos poucos que mostrou a cara na reportagem do Fantástico, da "Rede Globo".

A nadadora Joanna Maranhão, de 31 anos, revelou em 2008 que foi abusada por um ex-técnico quando tinha apenas nove anos. Ao saber do caso na ginástica, disse que a dor do que viveu lá atrás ainda a atormenta.

"Trouxe a público minha história há 10 anos e NUNCA vai deixar de doer e de me sentir impotente quando me deparo com histórias como essa. Para além do crime e das cicatrizes, das infâncias usurpadas, dos talentos desperdiçados, o que me revolta é o SILÊNCIO e a CONIVÊNCIA. É esse DISTANCIAMENTO dos que sabiam ou ouviram algo a respeito. Pedofilia é um crime que se alimenta de sombra e silêncio, me perdoe a franqueza mas se você já ouviu alguma história e disse algo como: “Bom, melhor não me envolver nisso”. Peço e espero que a imprensa tenha RESPEITO ao enfrentamento desses atletas, que não façam perguntas pedindo pra descrever os abusos porque isso significa REVIVER tudo e vocês não têm ideia de como dói. Apurem, falem, falem muito, mas tenham empatia com as vítimas e com suas famílias, por favor. Hoje, sigo para uma série de ações de combate à pedofilia pelo Brasil e eu não faço mais do que minha obrigação. Não sou mais forte nem melhor do que qualquer outra vítima, o que eu tive foi SUPORTE de todos os lados para buscar meu equilíbrio. Às vezes eu caio, fico na cama deitadinha sem coragem de sair pro mundo, passam uns dias e vou retornando, e é assim, vai ser pra sempre assim. Só que eu não quero que seja assim pra mais ninguém", escreveu a atleta, em seu Instagram.

Outra que se manifestou foi a americana Aly Raisman, dona de três ouros olímpicos, um deles na competição por equipes na Rio-2016. Ela foi uma das cerca de 300 ginastas que acusaram Larry Nassar, ex-médico da federação americana de ginástica, julgado e condenado a mais de 360 anos de reclusão por abusar de atletas durante décadas.

"Devastada ao ouvir sobre os muitos ginastas no Brasil que foram abusados. Sobreviventes devem ser ouvidos e a justiça deve ser cumprida. Como deveria ser em todo lugar. Mundo da ginástica, repito, grito o mais alto que posso, ISTO É MAIOR DO QUE NASSAR. Federação Internacional e Comitê Olímpico Internacional, atuem agora. Não podemos esperar mais. Por que alguns apoiam abusadores? É tão repugnante e horripilante. Eu nunca vou entender isso. Os abusadores são monstros. Sociedade, pare de permitir que abusadores escapem de crimes horríveis. Quando será suficiente? Se você não acha que o abuso é um problema, acorde", disse a ginasta.