Mais Esportes

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Atletas, dirigentes e profissionais pressionam o COI e pedem o adiamento das Olimpíadas

Em meio à crise, desportistas alegam que não existe mais condições de realizar os Jogos em julho. Eles também ressaltam que não há condições de se prepararem para o evento

Apesar da pressão, Thomas Bach reafirma que ainda há quatro meses para o início dos Jogos (Crédito: Greg Martin/COI)
Escrito por

Apesar do Comitê Olímpico Internacional (COI) seguir com o cronograma das Olimpíadas, e o presidente da entidade, Thomas Bach, reafirmar que ainda faltam quatro meses para o início do evento, o cenário é de pressão total. Diante da pandemia global do novo coronavírus (COVID-19), atletas, dirigentes e profissionais do esporte pressionam o COI e pedem para que os Jogos sejam adiados ou cancelados.

De acordo com Bach, a entidade deseja realizar a Olimpíada de Tóquio na data prevista, entre 24 de julho e 9 de agosto deste ano. Esta decisão revoltou diversos atletas e dirigentes esportivos pelo mundo. Na quarta, a canadense Hayley Wickenheiser, membro da Comissão de Atletas do COI e tetracampeã olímpica de hóquei no gelo, foi a primeira a discordar do comitê e classificar a decisão como como 'insensível e irresponsável'.

- Esta crise é maior do que os Jogos Olímpicos. Os atletas não podem treinar nem fazer planos de viagem - disse Wickenheiser, que representou o Canadá em cinco edições de Olimpíadas, no hóquei de gelo.

Além dela, a atual campeã olímpica do salto com vara, Katerina Stefanidi, também se manifestou, em sua rede social, contra as medidas da entidade e contestou o não adiamento do início dos jogos. A atleta fez duras críticas a entidade e disse que o COI quer que os desportistas sigam arriscando suas vidas e de seus familiares.

- Não é sobre como as coisas serão em quatro meses. É sobre como as coisas estão agora. O COI está querendo que a gente se mantenha arriscando nossa saúde, a saúde da nossa família e a saúde pública treinando todos os dias? Estão nos colocando em perigo agora, hoje, não em quatro meses - comentou Katerina Stefanidi.

Em meio à irritação dos atletas, um debate acalorado aconteceu nas redes sociais. O nadador brasileiro Bruno Fratus questionou a presidente da Comissão de Atletas do COI, a bicampeã olímpica Kirsty Coventry. A ex-atleta, de Zimbábue, afirmou que após uma reunião com 200 esportistas, e contatos com federações esportivas, os competidores devem continuar no processo de preparação para os Jogos. Com isso, o brasileiro disse que o comentário de Coventry estava desconectado da realidade.

- Kirsty, como colega nadador e atleta olímpico, eu te peço para reconsiderar e consultar com outros atletas pelo mundo. Não tenho certeza se você está sabendo que muitos atletas, como eu, estão incapazes de treinar. Além disso, o conselho para "continuar fazendo o que vocês estão fazendo" me parece desconectado com a realidade quando você vê líderes mundiais diariamente na televisão pedindo para as pessoas se isolarem - comentou Bruno Fratus.

Além dos atletas, dirigentes também questionam a decisão do COI e pedem o adiamento das Olimpíadas de Tóquio. O presidente do Comitê Olímpico Espanhol, Alejandro Blanco, disse que os atletas espanhóis não têm condições de disputar o evento de maneira justa e igualitária. 

Já o presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) e ex-presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Londres 2012, Sebastian Coe, afirmou não ser difícil transferir as Olimpíadas para 2021.

- As federações internacionais, na verdade, evitam anos olímpicos com frequência para ter seu campeonato mundial. O atletismo tem seu campeonato mundial nessa data (2021). O campeonato europeu de futebol foi adiado. O calendário esportivo é uma matriz complicada e não é simples facilitar um evento de um ano para o outro. Seria ridículo dizer que algo está descartado no momento. O mundo inteiro quer clareza; não somos diferentes de nenhum outro setor - destacou Coe.

Por fim, o tenista brasileiro Fernando Meligeni também reclamou das medidas do Comitê Olímpico em suas redes sociais. Ele criticou a manutenção dos jogos diante da pandemia global de coronavírus que afeta a população mundial.