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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 11/07/2025
07:57
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A Copa do Mundo da FIFA de 2010, disputada na África do Sul, marcou uma das campanhas mais emblemáticas da história do futebol moderno. Foi o momento em que a Espanha, tradicional potência europeia, superou suas frustrações históricas e conquistou pela primeira vez o título mundial. Após décadas de expectativa, fracassos precoces e promessas não cumpridas, a geração liderada por Xavi, Iniesta, Casillas e companhia transformou o sonho em realidade. O Lance! relembra a Espanha na Copa de 2010 e a conquista do primeiro mundial.

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A seleção espanhola chegou ao torneio embalada pelo título da Eurocopa de 2008 e carregava o status de favorita, principalmente pela qualidade técnica e pelo domínio territorial promovido por seu estilo de posse de bola — o famoso tiki-taka. Contudo, a trajetória não foi fácil. A estreia com derrota abalou a confiança inicial, mas também serviu como alerta e ponto de virada na concentração da equipe.

A partir dali, a Espanha venceu todos os seus jogos com autoridade tática e eficiência ofensiva. David Villa se destacou como artilheiro decisivo, Casillas brilhou em momentos cruciais, e o meio-campo comandado por Xavi e Iniesta ditou o ritmo com precisão quase matemática. A equipe venceu todas as partidas da fase eliminatória por 1 a 0, demonstrando uma consistência defensiva raramente vista em Copas do Mundo.

A consagração definitiva veio no Soccer City, em Johannesburgo, diante de mais de 80 mil torcedores, numa final tensa contra a Holanda. O gol de Iniesta na prorrogação foi o toque final em uma campanha que mudou o status da Espanha no futebol mundial para sempre.

A campanha da Espanha na Copa de 2010

Fase de grupos (Grupo H)

Espanha 0 x 1 Suíça (16 de junho de 2010)

No jogo de estreia, a Espanha foi surpreendida pela Suíça, que venceu por 1 a 0 com um gol marcado por Gelson Fernandes. A derrota causou frustração entre torcedores e especialistas, colocando em dúvida a força mental do elenco espanhol. Apesar do domínio na posse de bola e no número de finalizações, a equipe não conseguiu furar a retranca suíça e saiu de campo com a obrigação de vencer os dois jogos seguintes para não ser eliminada precocemente.

Espanha 2 x 0 Honduras (21 de junho de 2010)

Na segunda rodada, a seleção respondeu com autoridade e tranquilidade. David Villa marcou os dois gols da vitória por 2 a 0, em atuação dominante dos espanhóis. Villa ainda perdeu um pênalti que poderia ter ampliado a vantagem. A Espanha voltou a controlar o ritmo do jogo com troca de passes precisa e mostrou evolução no encaixe tático da equipe.

Chile 1 x 2 Espanha (25 de junho de 2010)

No terceiro e decisivo jogo da fase de grupos, a Espanha confirmou a classificação ao vencer o Chile por 2 a 1. David Villa abriu o placar com um golaço de fora da área após erro do goleiro chileno, e Andrés Iniesta ampliou com um toque sutil após tabela com Torres. Mesmo com um gol de desconto ainda no primeiro tempo, a Espanha controlou o restante da partida e garantiu o primeiro lugar do grupo.

Fase eliminatória

Domínio e vitória da Espanha contra Portugal (oitavas de final, 29 de junho de 2010)

No clássico ibérico das oitavas de final, a Espanha dominou a posse de bola e construiu sua vitória com paciência. O gol de David Villa saiu aos 63 minutos, após bela jogada coletiva iniciada por Iniesta e concluída em rebote de chute defendido por Eduardo. Foi uma atuação segura da defesa espanhola, que anulou Cristiano Ronaldo e garantiu a classificação para as quartas.

Sofrimento e vitória contra os paraguaios (quartas de final, 3 de julho de 2010)

Contra o Paraguai, a Espanha enfrentou o jogo mais dramático de sua campanha. Após pênaltis desperdiçados por ambos os lados e grande atuação do goleiro Casillas, David Villa marcou o gol da vitória aos 82 minutos, após chute que bateu nas duas traves antes de entrar. Foi uma partida tensa e física, que testou a maturidade do elenco espanhol até os últimos instantes.

Jogo duro contra os alemães (semifinal, 7 de julho de 2010)

A semifinal contra a Alemanha foi um duelo de estilos, e a Espanha venceu com autoridade tática. O único gol foi marcado por Carles Puyol de cabeça, após escanteio cobrado por Xavi. Com mais posse, menos riscos e o controle total da partida, os espanhóis frustraram os jovens talentos alemães e garantiram presença na primeira final de Copa do Mundo de sua história.

Vitória contra a Holanda na final (final, 11 de julho de 2010)

A final da Copa do Mundo de 2010 foi uma verdadeira batalha. Em campo, duas seleções com filosofias opostas: a Espanha valorizando a posse de bola e a Holanda apostando em jogo físico e transições rápidas. A partida foi marcada por tensão, nervosismo e faltas duras — ao todo, o árbitro distribuiu 14 cartões amarelos, incluindo uma expulsão do holandês Heitinga na prorrogação.

Após 90 minutos de empate sem gols, o gol da vitória espanhola saiu apenas aos 116 minutos, já no segundo tempo da prorrogação. Andrés Iniesta recebeu passe de Cesc Fàbregas, dominou com categoria e finalizou com precisão no canto do goleiro Stekelenburg. O gol foi explosão de emoção para uma geração que marcou época e mudou para sempre o futebol espanhol.

O título mundial consagrou não só uma equipe talentosa, mas também uma filosofia de jogo que influenciaria clubes e seleções em todo o mundo na década seguinte.

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