A principal novidade da temporada 2026 da Nascar Brasil será o lançamento do Rise 26, carro exclusivo da categoria que fará sua estreia no próximo ano e apresenta inovações em sua composição estrutural e no motor. A marca investiu um valor milionário para a fabricação do veículo, que é resultado de um projeto de três anos de desenvolvimento. Em entrevista ao Lance!, Thiago Marques, diretor da Nascar no Brasil e projetista do Rise 26, destacou as principais mudanças do modelo.
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O executivo da categoria afirma que o projeto precisa levar em consideração alguns fatores de equilíbrio do carro para que o resultado seja positivo. Nos aspectos estruturais, o objetivo era tornar o carro da Nascar Brasil mais veloz e potente ao mesmo tempo que fosse mais leve e mantivesse os padrões de segurança para os pilotos. Marques foi o responsável por realizar todos os testes do carro até o seu lançamento, que aconteceu na última semana, em São Paulo.
- O projeto do novo carro tem um pouco de tudo, é uma composição. Você não pode pensar em pôr mais potência sem olhar para outros pontos do carro. Então, você tem que mudar a aerodinâmica, tem que ter um pneu específico, que foi desenvolvido especialmente para isso.... Um carro mais rápido tem que ser mais seguro. (...) O carro já tem mais de 5 mil quilômetros rodados. Até agora, 100% em seu desempenho. Evidentemente que teve um desenvolvimento no meio, alguns problemas, normal, mas o resultado é muito bom - explicou Thiago Marques.
O Rise 26 foi lançado e tem o "revestimento" da carroceria da Ford e da Chevrolet, as duas montadoras oficiais da categoria no país. O custo total do carro, até sua finalização para ser utilizado, tem um custo aproximado de R$ 1,5 milhão atualmente. A ideia foi reduzir ao máximo os custos da produção para que as equipes da Nascar Brasil possam adquirir os modelos e competir.
Com as dimensões e a parte interna iguais, independente da montadora, os carros deste próximo ano têm duas principais alterações: o peso e na potência, que foram melhoradas para a próxima temporada. Enquanto carro de 2025 tem 1.050 kg para 300 cv de potência, o novo veículo tem 960 kg para 360 cv de potência. Ou seja, um composto mais leve para uma maior velocidade na pista. O projetista afirma que a soma desses fatores contribuiu para que o Rise 26 tenha um resultado de quatro a cinco segundos mais veloz que o modelo anterior.
O projeto teve a consultoria de engenheiros e da equipe da Nascar dos Estados Unidos, onde nasceu a categoria, mas foi todo projetado para que ele se adaptasse à disputa das provas no Brasil. Ao contrário dos EUA, onde os circuitos são todos ovais, a Nascar brasileira tem circuitos mistos, com pistas tradicionais, como Interlagos, Velocitta, no interior de São Paulo, Turmã, no Rio Grande do Sul e Cascavel.
O carro tem sua composição de carroceria quase toda em fibra de carbono - mais leve - e partes em aço inox. O motor fica posicionado na parte central do carro, enquanto o motor do carro da Nascar Cup, nos EUA, é na parte de trás. Além disso, as alterações implementadas neste ano precisaram do aval da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), que acompanhou todos o projeto do novo carro.
Em números, a comparação entre o carro brasileiro e o norte-americano é chamativa. O veículo da Nascar Cup pesa 1.500 kg e tem 750 cv de potência, mais de meia tonelada mais pesada que a versão brasileira e com quase o dobro da potência no motor. Isso acontece porque as provas nos EUA são sempre feitas em pistas de alta velocidade, por serem ovais, e com longa duração, o que exige uma constante aceleração dos carros ao longo de toda corrida. Algumas das peças usadas no Rise 26 foram importadas de fora.
- Ainda temos peças importadas, ano a ano a gente tenta nacionalizar o carro. Evidentemente que isso economicamente faz muito mais sentido se conseguirmos nacionalizar, mas ainda depende de componentes estrangeiros. O câmbio, por exemplo, vamos usar um argentino, que é uma referência do mundo. Agora, peças de suspensão, por outro lado, são componentes americanos que a gente tem que resgatar de lá para cá. E que inclusive são parecidos ou iguais aos da Nascar Cup - completou.
Outras novidades da Nascar Brasil 2026
No próximo ano, a Nascar Brasil terá nove etapas com 21 corridas, além de 24 carros na disputa, todos eles já utilizando o projeto inédito do carro. A marca anunciou o retorno de alguns circuitos e a inauguração de outros. Em 2026, as corridas de Goiânia, Brasília e Santa Cruz do Sul vão voltar para a disputa da categoria. Outras novas etapas que serão inauguradas serão em Cuiabá, Mantiqueira e Chapecó, que estão em fase final de construção e a diretoria da Nascar Brasil afirmou que todas devem ser usadas na temporada seguinte.
Outros tradicionais permanecem, como Interlagos, Velocitta, no interior de São Paulo, Turmã, no Rio Grande do Sul, Cascavel e Londrina, no Paraná, além de Campo Grande.