O Barcelona acumula uma dívida bilionária com, pelo menos, 20 clubes ao redor do mundo por contratações feitas e que ainda não foram integramente quitadas. O clube espanhol divulgou as informações após a última assembleia de sócios realizada no fim de semana e indica que a equipe deve quase 160 milhões de euros (pouco mais de R$ 1 bilhão) por parcelas não pagar em negociações feitas nos últimos anos.

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Os valores variam entre cifras milionárias e valores considerados baixos diante dos padrões de faturamento do time espanhol, além de envolverem atletas que estão no atual elenco e outros que já não vestem mais a camisa blaugrana. O atacante brasileiro Raphinha, um dos mais importantes do elenco, está entre os nomes da lista das dívidas.

O Barça deve mais de R$ 250 milhões ao Leeds United, da Inglaterra, pela contratação do brasileiro em 2022. Entretanto, o Rennes, da França, e o os portugueses Sporting e Vitória de Guimarães integram a lista de clubes que ainda precisam receber valores referentes à transferência de Raphinha por serem detentores de percentuais do atleta. A equipe francesa precisa receber 32 mil euros (R$ 200 mil), enquanto o Sporting aguarda 103 mil euros (R$ 645 mil) e o Vitória de Guimarães espera receber 242 mil euros (R$ 1,51 milhão).

Outros nomes contratados em 2022, como Lewandowski e Koundé também aparecem na lista apresentada pelo clubes como atletas que ainda precisam ser quitados com seus respectivos clubes. No caso do polonês, sete times aguardam o pagamento. Entre os mais relevantes, como Bayern de Munique e Borussia Dortmund, clubes de pouca expressão na Europa também aguardam o pagando do Barcelona, como MKS Varsovia, Lech Poznán e Znicz Pruzsków, todos da Polônia.

O Manchester City é mais um grande clube europeu que precisa receber por uma negociação de venda com o Barcelona. Quando o time espanhol acertou a contratação de Ferran Torres, em dezembro de 2021, fechou a transferência por 55 milhões de euros na época, mas ainda precisa quitar 13 milhões de euros (R$ 81 milhões) com os ingleses. Dani Olmo, também no atual elenco, aparece na lista.

O documento do clube indica ainda que existe um grupo de clubes não especificados que precisam receber um alto valor, em torno de 11 milhões de euros, além de citar a CPF Africa Foot, uma academia de formação de jovens talentos localizada no Mali, na África. Nesse caso, referente à chegada do atleta Ibrahim Diarra, de 18 anos, que ainda atua na base barcelonista.

Segundo informações da própria equipe, desse montante total, 140 milhões de euros (R$ 877 milhões) são dívidas que precisam ser pagas a curto prazo. Isso significa que o valor precisa ser quitado até, no máximo, o final da atual temporada 2025/26. O não pagamento desses valores aos clubes implica em sanções aplicadas pela Fifa, que podem, entre outras ações, impedir o Barcelona de contratar o registrar novos jogadores, o chamado transfer ban.

Vitor Roque se transferiu para o Barcelona no fim de 2023, mas não permaneceu no clube muito tempo. (Foto: Rich Storry/Getty Images/AFP)

Clube e atletas brasileiros na lista

Entre as equipes que aguardam o pagamento da dívida está o Athletico-PR, único brasileiro presente na lista. O clube paranaense está envolvido em uma das principais negociações com o Barcelona nos últimos anos, que levou o atacante Vitor Roque à Espanha no fim de 2023. Atualmente no Palmeiras, o jogador foi comprado pelo Barça em acordo que chegaria a 74 milhões de euros entre a cifra fixa e os variáveis.

O jogador não se firmou no time espanhol, chegou a ser emprestado ao Real Betis, mas acabou se transferindo em definitivo para o Palmeiras. Ainda assim, o Barcelona deve pouco mais de 17 milhões  de euros (R$ 106 milhões) ao Athletico-PR. Não há uma especificação da equipe espanhola se os valores que estão em aberto são referentes apenas às cotas fixas de cada uma das negociações ou se existem montantes de bônus presentes na lista.

Outro nome ligado ao futebol brasileiro é Emerson Royal, lateral que também atua hoje em dia no futebol nacional, defendendo o Flamengo. O jogador, na época, se transferiu do Atlético Mineiro para o futebol espanhol através de uma "ação conjunta" entre Barcelona e Real Betis, que levou primeiro o lateral para a equipe Andaluzia e, posteriormente, para a Catalunha.

E é justamente na troca entre Betis e Barcelona que ainda há uma parcela de transferência a ser paga. O Barça acertou o pagamento de 9 milhões de euros na época por essa transferência interna, mas ainda restam 892 mil euros (R$ 5,5 milhões).

Veja lista de todos os clubes que o Barcelona deve

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