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Roberto Jardim
Porto Alegre (RS)
Dia 14/05/2025
07:00
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De um dos pontos altos do time a motivo de dores de cabeça para o técnico Roger Machado. Da presença entre a quatro melhores a pior defesa do Brasil. Essa é a zaga do Internacional, que em sete jogos tomou 16 gols, ou 2,3 gols. Nas 18 partidas anteriores, o Colorado havia tomado apenas nove gols, uma média de 0,5 por confronto. Ou seja, em 25 enfrentamentos oficiais, o Alvirrubro buscou a bola 27 vezes no fundo das redes, ou 1,1 vez a cada 90 minutos.

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Há menos de um mês, às vésperas do Gre-Nal 447, válido pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro, o Lance! trazia um levantamento no qual a equipe de Roger Machado figurava entre as quatro melhores defesas. Os dados incluíam os estaduais, o Brasileirão, a Libertadores e a Copa do Brasil para os que já haviam iniciado a disputa. Os números eram esses:

  1. Atlético-MG – 0,5 (9 gols em 18 partidas)
  2. Flamengo – 0,5 (14/21)
  3. Fluminense – 0,5 (14/21)
  4. Internacional – 0,5 (9/18)
  5. Bahia – 0,6 (11/18)
  6. Palmeiras – 0,6 (14/22)
  7. Vitória – 0,8 (15/19)
  8. Botafogo – 0,9 (16/17)
  9. Fortaleza – 0,9 (11/12)
  10. Grêmio – 1 (19/18)
  11. São Paulo – 1 (19/20)
  12. Corinthians – 1,1 (28/26)
  13. Cruzeiro – 1,3 (19/15)
  14. Vasco – 1,3 (22/17)
Victor Gabriel zagueiro ficou oito partidas afastado por lesão (Foto: Ricardo Duarte/SC Internacional)

Passadas sete rodadas, os dados mudaram bastante, e para pior, para os lados do Beira-Rio. Nesse recorte, o Internacional tem a defesa mais vazada:

  1. Flamengo – 0,4 (3 gols em 7 partidas)
  2. Bahia – 0,6 (4/7)
  3. Botafogo – 0,6 (4/7)
  4. Palmeiras – 0,6 (4/7)
  5. Fortaleza – 0,6 (4/7)
  6. Cruzeiro – 0,7 (5/7)
  7. São Paulo – 0,9 (6/7)
  8. Vitória – 1 (6/6)
  9. Fluminense – 1,1 (8/7)
  10. Grêmio – 1,1 (8/7)
  11. Vasco – 1,3 (9/7)
  12. Atlético-MG – 1,4 (10/7)
  13. Corinthians – 1,4 (10/7)
  14. Internacional – 2,3 (16/7)
Rogel estava em campo nos 4 a 0 no Engenhão (Foto: Ricardo Duarte/SC Internacional)

Somando todas as partidas, o quadro fica assim:

  1. Bahia – 0,6 (15 gols em 25 partidas)
  2. Flamengo – 0,6 (17/28)
  3. Palmeiras – 0,6 (18/29)
  4. Atlético-MG – 0,8 (19/25)
  5. Botafogo – 0,8 (20/24)
  6. Fluminense – 0,8 (22/28)
  7. Vitória – 0,8 (21/25)
  8. Fortaleza – 0,8 (15/19)
  9. São Paulo – 0,9 (25/27)
  10. Internacional – 1 (25/25)
  11. Grêmio – 1,1 (27/25)
  12. Cruzeiro – 1,1 (24/22)
  13. Corinthians – 1,2 (38/33)
  14. Vasco – 1,3 (31/24)

O que aconteceu?

Das análises desses números é possível chegar à conclusão de que o jornalista Wianey Carlet, falecido em 2017, estava certo. Disse ele que o Gauchão era “engana bobo”. Para o cronista, vencer o Estadual mascarava erros e exaltava qualidades que não eram tudo isso. Ou seja, nem tanto à terra nem tanto ao céu.

É preciso levar em conta que, durante o Estadual, o Internacional enfrentou apenas duas equipes de Séria A – Grêmio e Juventude. Em 12 jogos, foram seis gols contra. Nas seis partidas seguintes, pegou seis times de Primeira Divisão – Flamengo, Bahia, Cruzeiro, Atlético Nacional-COL, Fortaleza e Palmeiras – tomando apenas três. Com a média sendo mantida.

Só que nesse período, a produção do time como um todo caiu. A parte ofensiva, importante na questão tática ao manter a bola no campo do adversário, também apresentou problemas. A marcação sobre pressão, uma das armas no Gaúcho, perdeu força; a posse de bola passou para o adversário; e a segurança do setor defensivo começou a ruir.

Ficou claro que Aguirre e Bernabei têm deficiências na atuação defensiva. Isso sobrecarregou Vitão e Victor Gabriel (que não voltou ao seu nível após retornar de lesão). O mesmo aconteceu com Fernando, dividido entre proteger a área e abastecer o meio-campo. Somando-se a tudo isso a inexperiência de Anthoni, está feito o cenário propício para a situação.

Goleiro Anthoni durante a goleada de 4 a 0 para o Botafogo (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)
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