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Roberto Jardim
Porto Alegre (RS)
Dia 04/08/2025
12:01
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A derrota de 2 a 1 para o São Paulo, na noite de domingo (3), pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro, trouxe com força algumas situações vividas comumente no futebol nacional: as cobranças fortes e o pedido de demissão do técnico por parte da torcida. Junto a elas, duas palavras foram ouvidas na coletiva após a partida. São elas “prestigiado” e “garantido”, que se referiam ao trabalho de Roger Machado que tem deixado a desejar nos últimos jogos do Internacional.

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Somado aos 2 a 1 para o Fluminense, no confronto de ida da Copa do Brasil, e às últimas atuações, o resultado acabou colocando em xeque o trabalho do treinador, questionado fortemente pela torcida e pela imprensa.

Vaias antes, durante e após o jogo

O Alvirrubro voltou da parada para o Mundial de Clubes na zona de rebaixamento. Até conseguiu engatar três vitórias seguidas e escapar do Z4, mas as atuações deixaram a desejar. Aí veio o empate com o Vasco, com os piores 30 minutos do Colorado, na opinião do próprio treinador, e a derrota para o Tricolor Carioca.

E, então, o Inter chegou à partida contra o São Paulo. Antes do confronto, quando os alto-falantes citaram o nome do treinador, os 11 mil colorados presentes vaiaram. Os apupos se repetiram na saída para o intervalo e aumentaram ao fim da partida, a oitava perdida pelo time de Roger Machado no ano, a 13ª desde que ele chegou em julho de 2024.

Com isso, o comandante colorado caiu pela primeira vez a faixa de 60% de aproveitamento. Nos 38 enfrentamentos de 2025, tem 59,6%. Nos 64 desde que chegou ao Beira-Rio, 59,9%.

Prestigiado e garantido

E foi assim que as palavras “prestigiado” e “garantido” surgiram nas coletivas após a partida. Primeiro a falar, o técnico mostrou-se consciente da situação, mas citou a primeira expressão.

– A permanência de qualquer treinador no cargo depende das vitórias. Me sinto prestigiado, as reuniões são frequentes, sobre planejamento, o momento, as necessidades, a divisão das responsabilidades – acrescentando saber que os resultados determinam a continuiade.

Depois dele o vice de futebol mencionou a segunda, ao ser provocado por um repórter:

– Nossa situação é que temos jogo na quarta e não trabalhamos com essa hipótese [de trocas no departamento]. Temos confiança total no Roger.

Questionado se podia garantir o comandante na casamata, José Olavo Bisol, se saiu com essa:

– Não posso prever o futuro.

Sem "prever o futuro, Bisol garante permanência de Roger (Foto: Ricardo Duarte/SC Internacional)

Deixando a desejar

O certo é que Roger Machado, a equipe e os dirigentes entraram nessa situação. Seja demorando a fechar contratações – até por não ter condições financeiras para isso –, no lado dos cartolas. Seja por não trocar nomes que visivelmente não estão bem – contrariando o próprio discurso –, quando toca o técnico. Seja por parecerem desinteressados, quando se fala nos jogadores.

O certo é que o Inter precisa de uma pequena revolução se quiser virar a vantagem do Flu e se classificar na Copa do Brasil, ao mesmo tempo em que busca melhorar no Brasileiro. Até pode ser com um “revolucionário” novo “mudar não mudando”, como aconteceu em 1997, quando o Alvirrubro não demitiu o então questionado Celso Roth durante o Campeonato Gaúcho, que o time colorado acabaria ganhando com o mesmo Roth.

Celso Roth foi pivô da revolução do "mudar não mudando" em 1997 (Foto: Divulgação/SCI)
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