Um grupo de oito clubes, entre eles Botafogo, Grêmio, Palmeiras e Vasco divergiu da maioria dos integrantes da Libra (Liga do Futebol Brasileiro) e da LFU (Liga Forte União do Futebol Brasileiro) e não assinou o apoio público à candidatura de Reinaldo Carneio Bastos, presidente da FPF, para comandar a CBF após o afastamento de Ednaldo Rodrigues.
+ Libra e LFU declaram apoio ao presidente da FPF em eleições da CBF
Os três primeiros, segundo apuração da reportagem, optaram pela independência no processo eleitoral após a destituição de Ednaldo Rodigues por determinação do desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, do TJ-RJ.
Já o Vasco demonstrou simpatia pela candidatura de Samir Xaud, presidente da Federação de Roraima e potencial nome para o pleito. Segundo representante mais jovem entre os presidentes de federações do futebol nacional, Xaud enxerga a saída de Ednaldo como uma oportunidade de mudança, apesar de ainda não ter oficializado seu nome na corrida pelo cargo.
- É urgente uma renovação de práticas, de ideias e de lideranças no futebol brasileiro - afirmou Samir Xaud.
Nomeado como interventor para comandar a CBF por decisão da justiça do Rio de Janeiro, Fernando Sarney convocou nova eleição para o dia 25 de maio (com possibilidade de alteração), um dia antes da apresentação do italiano Carlo Ancelotti como novo treinador do Brasil. As chapas com intenção de concorrer deverão ser registradas até o dia 20 de maio.
Na última quinta-feira (15), durante congresso da Fifa em Assunção, no Paraguai, Ednaldo Rodrigues foi informado sobre a decisão do afastamento, assinada pelo desembargador Gabriel de Oliveira Zefiro, da 19ª Câmara Cível do TJRJ. Ele tentou recorrer da sentença por meio do STF (Supremo Tribubal Federal), mas sem sucesso.
A decisão ocorreu quatro dias após o coronel Antônio Carlos Nunes de Lima não comparecer a uma oitiva convocada por Zefiro para esclarecer a denúncia de que sua assinatura havia sido falsificada no documento que homologou o acordo responsável por garantir a eleição de Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF, em 2022.
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Clubes que romperam com as Ligas
- Libra: Grêmio, Palmeiras, Paysandu, Remo e Volta Redonda.
- LFU: Athletic, Botafogo e Vasco.
Clubes que assinaram o manifesto apoiando Reinaldo Carneiro
Atlético-MG, Bahia, Ceará, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Juventude, Mirassol, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo, Sport, Vitória, Amazonas, América Mineiro, Athletico Paranaense, Atlético Goianiense, Avaí, Botafogo-SP, Chapecoense, Coritiba, CRB, Criciúma, Cuiabá, Ferroviária, Goiás, Novorizontino, Operário-PR, Vila Nova.
Confira o manifesto
SEM CLUBE NÃO EXISTE FUTEBOL
O futebol brasileiro precisa virar o jogo. Estamos perdendo todas as partidas que acontecem fora do campo. Falta liderança, falta decisão, falta transparência, falta respeito. E falta o principal: o protagonismo dos Clubes.
Afastados, banidos e impugnados: nenhum dos últimos 5 presidentes da CBF terminou seu mandato.
O futebol brasileiro não pode mais ser jogado nos tribunais. Ele precisa voltar aos gramados. E isso só acontece com os Clubes em campo.
Após uma decisão judicial proferida na última quinta-feira, foi designada - em apenas 24 horas - uma nova eleição na CBF, com prazo de quatro dias para registro de chapa. E mais, o pleito foi agendado para um domingo, dia de rodada do Campeonato Brasileiro.
Ora, mais uma vez o pensamento não é sobre o futebol. O jogo é outro: impedir que os clubes, aqueles que realmente carregam os milhões de brasileiros aos estádios, geram as audiências, reúnem as famílias em torno das partidas, garantem a estabilidade profissional de milhares de atletas e profissionais, atraem os bilhões de reais de marcas, investidores e veículos, e promovem a maior paixão deste país, sejam os legítimos e verdadeiros protagonistas das decisões. Não há mudança sem ação.
Por isso, nesse momento, os Clubes brasileiros, já unidos na missão da criação da sua Liga, reunem-se em torno do apoio público à eleição de Reinaldo Carneiro Bastos à presidência da CBF para o próximo ciclo.
O futuro do futebol brasileiro é inegociável para nós. E estaremos todos juntos, no mesmo campo,
apoiando e exigindo um processo transparente, digno e responsável.
Os Clubes estão em campo. Por um novo futebol no Brasil.