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O Corinthians, numa lacônica nota oficial, anunciou a antecipação para hoje à noite do treino aberto com torcida, antes marcado para amanhã na Arena de Itaquera. Só o do Palmeiras, do outro lado da Linha Vermelha do Metrô, foi mantido para amanhã de manhã. O promotor Paulo Castilho, que intimidou os dirigentes dos clubes com ameaças de responsabilização em caso de tumultos, deve estar se sentindo vitorioso. É um erro. Ele e todo o aparato de segurança pública do governo de São Paulo são os grandes derrotados dessa história.
Basta lembrar o que disse Andrés Sanchez, no início desta semana, quando a polêmica começou: “Adiar o treino seria reconhecer a falência do Estado”. Pois Paulo Castilho tornou-se o gestor dessa massa falida. O Estado, na verdade, ao menos no que diz respeito à sua capacidade de zelar pela segurança do cidadão, não faliu nesse episódio. Já estava falido. E isso vai além da torcida única, da proibição das bandeiras, da interferência nas tabelas dos campeonatos. Não se resume aos estádios de futebol, mas se estende pelas ruas e avenidas, por cada bairro onde a insegurança intimida e fere a população.
Mais de 40 mil corintianos se mobilizaram para incentivar o seu time. Trocaram alimentos por ingressos. Quantos não poderão estar hoje na Arena? Quantos, crianças principalmente, não terão de conviver com essa frustração? São Paulo, corintianos e palmeirenses tinham pela frente um desafio: a chance de demonstrar civilidade e respeito. A PM tinha uma oportunidade: mostrar-se capaz de cumprir o seu dever e garantir o direito de ir e vir de quem só queria torcer. A covardia não deixou que nada disso acontecesse.
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