O goleiro Bruno Samudio tem só 15 anos, mas já é conhecido no Brasil inteiro desde as primeiras semanas de vida. É impossível ouvir seu nome e não lembrar da triste história que envolveu o ex-goleiro Bruno Fernandes e a modelo Eliza Samudio. Mas isso já é passado. De 2010 para cá, Bruninho cresceu, se desenvolveu com suporte da avó Sônia Moura e hoje é um atleta de destaque no Botafogo e na seleção brasileira sub-15.
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Bruninho Samudio foi titular da Seleção na semifinal da Copa 2 de Julho, maior competição sub-15 do país, que celebra a independência do Brasil na Bahia. O Lance! esteve no estádio de Pituaçu na última sexta-feira (11) e acompanhou os movimentos e reações do goleiro na vitória por 4 a 0 contra o Tricolor baiano [assista abaixo]. Os gols do Brasil foram marcados por Jean Carlos, Pedro Henrique, Rodrigo e Yuri.
Bruno é um jovem alto, com mais de 1,90m, e tem presença debaixo das traves. Além de participar bastante com os pés, ele sempre aparece com boa impulsão em bolas aéreas e, acima de tudo, um perfil de liderança, que aos poucos vai sendo desenvolvido na Seleção. Em certo momento do primeiro tempo, quando o Brasil já vencia o jogo, um membro da comissão técnica de Guilherme Dalla Déa pediu para Bruno alertar os companheiros e se impor nas instruções ao time.
— Todo mundo aqui é um líder, para estar aqui tem que se considerar um líder, tanto em questão técnica e comportamental, senão não estaria aqui. Não só eu, mas todos da equipe se comportam como líderes dentro e fora de campo — destacou Bruno em entrevista ao Lance!, depois do apito final.
E assim ele fazia. Alertava os colegas, elogiava jogadas bem elaboradas, reclamava com o árbitro e também não tinha papas na língua para provocar. No segundo tempo, depois de várias trombadas com Daniel David, camisa 10 do Bahia, ele não se segurou.
— Ei, "dez". Bate mais aê, pô! Bate mais aê. Está 4 a 0. Bate mais aê. Você está no Bahia, eu sou da Seleção, car****. Bate mais aê.
Bruno, por sinal, trabalhou mais com os pés do que com as mãos no jogo, já que o Bahia pouco criou e teve muitas dificuldades para acertar o alvo. O goleiro, inclusive, atuou em três partidas da Copa 2 de Julho até agora, por conta do revezamento promovido pela comissão técnica. Nos confrontos contra o Galícia (7 a 0), Dom Macedo (6 a 0) e Bahia (4 a 0) ele não foi vazado e passou segurança para o time na caminhada rumo à final.
— Minha atuação [contra o Bahia] eu avalio como boa, dei segurança para o time. O time inteiro na verdade foi excelente, inclusive o treinador, que nos ajudou a fazer uma ótima partida e classificar para a final.
— Foi uma partida muito difícil, mas conseguimos fazer o gol e abrir o jogo. A partir daí encontramos mais facilidades, mas ainda assim com muitos combates em campo, mas graças a Deus chegamos na final — celebrou o goleiro [confira abaixo a entrevista].
O Brasil agora se prepara para enfrentar o Ceará na grande final, neste domingo, no Pituaçu, às 10h (de Brasília).
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A trajetória de Bruno Samudio
Bruno chegou à Seleção por conta do seu destaque com a camisa do Botafogo, clube que defende desde julho de 2024. Antes, ele vestiu as cores do Athletico-PR, time responsável por proporcionar o primeiro contrato da carreira do jovem goleiro.
Tudo isso acompanhado da avó Sônia Moura, seu alicerce durante toda a caminhada, que teria sido muito mais difícil sem ela. Sônia cuidou de Bruno desde a morte de Eliza Samudio, em junho de 2010, e aos poucos foi administrando as informações para o menino, que naturalmente tinha dúvidas e perguntava sobre o assunto.
Desde pequeno, ele evita falar sobre o episódio, principalmente quando é relacionado ao pai. Por isso, dentro e fora da Seleção, todo cuidado é empregado para preservar o garoto, que apesar de ter estatura, perfil de liderança e habilidade que impressionam, é só um adolescente.
Independente do que aconteceu no passado, Bruno Samudio começa a construir uma história promissora no futebol e, aos poucos, ressignifica seu nome com muito trabalho e amor pelo que faz em campo.