Sede da final da Libertadores da América, a cidade de Lima, no Peru, está sob estado de emergência há dez dias, mas segue apresentando índices elevados de violência. O decreto foi assinado pelo presidente interino José Jerí em 21 de outubro e está previsto para vigorar até 20 de novembro, nove dias antes da decisão no Estádio Monumental entre Flamengo e Palmeiras. Apesar disso, a Conmebol mantém a partida no local e já iniciou inclusive a venda de ingressos.
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Desde que Jerí assumiu, em 10 de outubro, pelo menos 28 pessoas foram mortas na capital peruana. A imprensa local também cita a disparada nos casos de extorsão, em que criminosos cobram taxas em troca de "proteção". Quem se nega a pagar sofre ameaças.
O decreto de emergência foi determinado por José Jerí por causa dos protestos violentos que se espalharam por Lima desde setembro, quando a então presidente do Peru, Dina Boluarte, avançou com propostas de mudanças na previdência social do país. Boluarte acabaria sofrendo um processo de impeachment relâmpago e destituída do cargo.
— O estado de emergência apresenta uma nova abordagem: estamos passando da ofensiva para a defensiva na luta contra o crime, uma luta que permitirá recuperar a paz, a tranquilidade e a confiança de milhões de peruanos — declarou José Jerí, em 21 de outubro.
Mas os índices de violência não melhoraram. O periódico "La República" traz notícias diárias sobre assassinatos, ataques a ônibus e casos de extorsão. Além disso, Jerí havia prometido um balanço do governo após sete dias de decreto, o que ainda não foi feito.
Entre as medidas que vigoram em Lima está a proibição de reuniões públicas ou de massa (culturais, esportivas, religiosas ou recreativas) sem que haja autorização prévia das autoridades.
Duas cidades brasileiras se oferecem caso a final da Libertadores saia de Lima
Apesar de o estado de emergência ter previsão de ser encerrado mais de uma semana antes da final da Libertadores em Lima, duas cidades do Brasil enviaram ofícios à Conmebol se oferecendo para sediarem a decisão entre Flamengo e Palmeiras. A primeira a se manifestar foi Brasília, através do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Depois, Belém oficializou o pedido por meio de ofício encaminhado pelo presidente da Federação Paraense de Futebol, Ricardo Gluck Paul.