Jogar na MLS, liga de futebol dos Estados Unidos, é o destino de muitos jogadores que saem do futebol brasileiro em busca de mais tranquilidade. É o caso de Ramiro, que saiu do Cruzeiro para fechar com o FC Dallas no início de 2025. Em entrevista exclusiva ao Lance!, o jogador refletiu sobre as diferenças entre o esporte nos países e seu momento pelo clube.
— Eles brincam aqui que é um genérico de uma Premier League pela forma de jogar, de ser um jogo de muita transição, de ser um jogo que não é tão vistoso, não tem aquela bola de pé em pé, aquela jogada construída. É um jogo com mais ligação direta, com muito confronto, muita briga, que exige bastante da parte física. Comparado ao Brasil, por exemplo, é um jogo de menos qualidade. Você vê um pouco mais de erro defensivo, um pouco mais de erro tático — afirmou Ramiro ao Lance!.
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Apesar de ser uma liga mais intensa, como diz Ramiro, a MLS oferece aos jogadores que lá vão uma oportunidade de sofrer menos com a pressão das arquibancadas brasileiras, que muitas vezes acabam minando com a confiança dos atletas.
— Confesso que eu estava um pouco cansado disso no Brasil, e aqui eu encontrei tranquilidade para trabalhar nesse sentido. Juntamente com todo staff, toda comissão e todos os atletas, a gente tem um diálogo diário e semanal para a gente estar sempre aprimorando, melhorando. mas eu, individualmente, tenho conseguido desempenhar a minha função dentro de campo com relação ao que o treinador pede, e por isso tenho jogado todos os jogos e sendo uma das peças de confiança do treinador — completou.
O jogador, inclusive, contou ao Lance! o motivo por ter deixado o futebol brasileiro.
Ramiro fala sobre sua importância para o Dallas
Dos 16 jogos que o FC Dallas jogou nesta edição da MLS, Ramiro esteve presente em 15, com uma média de 83 minutos por partida. O jogador virou peça chave no esquema do técnico Eric Quill desde que chegou à equipe.
— Eu vejo, pra minha atuação dentro de campo nos jogos, tem duas coisas que tem favorecido muito. É uma confiança muito grande do treinador, da comissão e da direção. Existe no Brasil uma cobrança muito grande por parte de torcida, de imprensa, do próprio clube para a gente estar sempre desempenhando tudo. Parece que a gente não pode errar nunca. Então aqui essa cobrança existe, mas é uma cobrança interna, do dia-a-dia, e agente consegue trabalhar com mais tranquilidade. Mentalmente a gente está sempre mais tranquilo para desempenhar o nosso melhor papel. Como todos os esportes, a gente tem erros, mas qui o erro é tratado de forma diferente — contou Ramiro.
Sobre a atmosfera, Ramiro reconhece que a torcida no Brasil vibra muito mais do que a dos Estados Unidos, mas o jogador não trocaria o respeito que recebe fora do país.
— A forma de torcer a gente sente um pouquinho de falta, daquele calor humano, da forma como o torcedor brasileiro torce, te acolhe, como ele vibra dentro do campo. Mas, aqui, a gente tem muito mais respeito, a gente é tratado como ser humano. Independente do placar, acaba o jogo, cada um vai para sua casa e, no dia seguinte, todo mundo tem que trabalhar da mesma forma. A gente dentro de campo sabe onde tem que melhorar, e essa cobrança existe de forma respeitosa.
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