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Luiz Gomes: ‘Sopradores de apito. Insegurança gigante é notada’

A maior parte dos homens do apito da Copa América 2019 não passaria numa avaliação minimamente rigorosa, se isso fosse levado à sério

Lionel Messi foi expulso de forma polêmica na disputa pelo terceiro lugar da Copa América (Foto: Evaristo Sá/AFP)
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A falação de Messi e os gestos de Gabriel Jesus expressaram de forma mais explícita e agressiva um sentimento generalizado nessa Copa América: a insatisfação de jogadores, treinadores e a da torcida, independentemente do país, com a atuação dos árbitros da Conmebol. Sim, se o nível técnico das partidas não foi lá grande coisa - com raras e honrosas exceções de alguns jogos - o comportamento dos árbitros durante o torneio também pode ser considerado apenas sofrível. A maior parte dos homens do apito não passaria numa avaliação minimamente rigorosa, se isso fosse levado à sério.

Polêmicas não faltaram, desde o início da fase de classificação até a finalíssima de domingo no Maracanã. O lance que antecedeu o segundo gol brasileiro contra a Argentina, em que Daniel Alves fez um pênalti claro sobre Kun Aguero, as duas penalidades marcadas no Brasll x Peru, uma para cada lado, assim como as expulsões de Messi na disputa pelo terceiro lugar contra o Chile, ainda no primeiro tempo, e de Gabriel Jesus na decisão do título, geraram discussões acaloradas na mídia internacional e efervescência nas redes sociais pelo continente afora.

Um dado chama a atenção: nesses cinco lances, todos fundamentais no desenrolar das partidas, em três não houve consulta dos árbitros ao VAR. E isso, enquanto em jogadas muito menos relevantes, de fácil análise e decisão, a tecnologia foi acionada pelos juízes interrompendo a partida, algumas vezes como na expulsão do paraguaio Balbuena contra o Brasil, por longos e injustificável seis minutos.

E olha que essa foi a Copa do VAR. De acordo com levantamento do programa Esporte Espetacular, da TV Globo, até a partida final, a tecnologia do vídeo já havia sido acionada 24 vezes em 26 jogos, uma média bastante superior à da Copa do Mundo na Rússia, por exemplo, quando os juízes consultaram a TV apenas 20 vezes em 64 jogos disputados. E o que é mais grave: na Copa América, houve 22 mudanças de decisão - 12 gols foram anulados após a checagem - contra apenas 17 lances que foram revistos durante o Mundial do ano passado.

São números que impressionam, ainda mais quando se considera que, pelo protocolo da Fifa, o VAR só deve ser acionado em quatro situações: lances de gol, marcação de penalidades máximas, faltas passíveis de aplicação do cartão vermelho e identificação correta do jogador que cometeu uma infração. O excesso do uso de vídeo – muitas vezes em situações fora das protocolares -, bem como as mudanças frequentes de decisão expõem simplesmente o despreparo da arbitragem sul-americana, pois a matemática é simples: quanto mais marcações têm de ser alteradas depois da consulta às imagens, mais erros foram cometidos pelos senhores do apito dentro de campo. E a insegurança dos árbitros da Conmebol é tão grande que, mesmo com o uso da tecnologia, até os lances de menor complexidade demoraram mais da conta para serem resolvidos: a média de paralisação das partidas subiu de 38 segundos na Rússia para quase três minutos no Brasil, ainda segundo o levantamento do EE. Haja paciência!

Esse cenário, inevitavelmente, atiçou os ânimos dos retrógrados de plantão, fez ressurgirem com ainda mais força as críticas à utilização da tecnologia em campo. Pura balela! Ao VAR não pode ser atribuído o naufrágio da arbitragem sul-americana. O problema está na base, na formação dos juízes, no amadorismo que reina no continente. Assim como a um médico não basta solicitar um exame, é preciso saber interpretá-lo para fazer o diagnóstico, a um árbitro não basta olhar uma jogada na TV, é necessário saber enquadra-la no que é estabelecido pelas regras do futebol. Se o doutor não faz isso, é um charlatão. Se o juiz não faz, é apenas um soprador de apito. E nada mais.