O desempenho de Estêvão no início de trajetória pelo Chelsea tem chamado atenção na Inglaterra e despertado comparações com outros jovens brasileiros que se transferiram precocemente para a Europa. Em vídeo publicado no Youtube, o jornalista Marcelo Bechler, da TNT Sports, destacou que o ex-jogador do Palmeiras “fura a fila” no elenco londrino e trilha um caminho oposto ao de nomes como Vitor Roque, Endrick e, até mesmo, de Vini Jr.
Segundo Bechler, a adaptação imediata de Estêvão surpreende pela forte concorrência no clube inglês, conhecido por ter um elenco extenso e por emprestar jogadores para ganhar rodagem — como ocorreu recentemente com Andrey Santos, emprestado ao Nottingham Forest e Strasbourg nas primeiras temporadas no Chelsea.
— É muito difícil chegar com 18 anos a um grande clube da Europa e jogar. O Estevão está conseguindo o que outros brasileiros demoraram a alcançar — afirmou.
O comentarista lembrou que, nas décadas de 1990 e 2000, era comum que jovens talentos brasileiros fizessem uma “escala” em clubes intermediários antes de alcançar gigantes europeus, como Romário e Ronaldo, que passaram pelo PSV antes de chegar ao Barcelona. Hoje, porém, a tendência é que as potências europeias busquem jogadores cada vez mais cedo, reduzindo custos de transferência.
O Chelsea, por exemplo, pagou cerca de 70 milhões de euros para garantir Estêvão, valor inferior ao que pagaria caso ele fizesse uma etapa anterior em outro clube europeu.
— Os grandes clubes preferem pescar antes, porque se esperarem o jogador passar por um Benfica da vida, o preço dobra — explicou Bechler.
Minutagem alta e comparação com compatriotas
No comparativo com compatriotas, os números reforçam o destaque do jovem atacante. Em um mês e meio de temporada, Estêvão já soma 341 minutos em campo e é o décimo jogador com mais minutagem no elenco do Chelsea — à frente de nomes como Garnacho, Buonanotte e o próprio Cole Palmer, atualmente lesionado. Ele disputou nove partidas, sendo quatro como titular, com duas participações diretas em gols e média de 1,8 drible certo por jogo.
A título de comparação, Vitor Roque atuou 353 minutos em seis meses pelo Barcelona, enquanto Endrick teve 845 minutos em toda a temporada passada pelo Real Madrid, e Vinícius Júnior, em sua primeira época no clube espanhol, em 2018/19, somou 1.743 minutos.
— O Estevão já está entre os dez mais utilizados do Chelsea, enquanto Vinícius foi apenas o 18º no Real Madrid. Ele está na direção contrária — avaliou.
Para Marcelo, o cenário de Estêvão é favorecido pela ausência de um “intocável” em sua posição, o que abre espaço para oportunidades. Além do contexto favorável, o jornalista ressaltou que a qualidade técnica do brasileiro é o principal diferencial.
— O Cole Palmer é o único nome realmente consolidado. O Estevão aproveita o contexto e entrega qualidade. Quem acompanha a base no Brasil e o trabalho de scouts diz que o Estêvão é o maior talento surgido desde Neymar. Ele é tratado como "a próxima grande coisa do futebol brasileiro" — revelou Bechler.
O atacante, de 17 anos, já marcou o gol da vitória do Chelsea sobre o Liverpool e vem conquistando espaço no elenco dirigido por Maresca. Mesmo ainda em fase de adaptação à língua e ao país, Estêvão mostra maturidade e desempenho acima do esperado.
— Por enquanto, ele é mais do que uma promessa. É uma realidade — concluiu o jornalista.
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