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Rio de Janeiro (RJ)
Supervisionado porNathalia Gomes,
Dia 08/09/2025
14:10
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A presença de Neymar no próximo jogo do Santos, contra o Atlético-MG virou uma incógnita. O jogador se tornou uma dúvida devido a seu posicionamento contra campos de grama sintética, segundo o GE. Por este motivo, o "Diario AS" da Espanha repercutiu a possível ausência e classificou a razão como um "motivo inusitado"

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O Diario AS destacou que alguns dos astros do Brasileirão estariam travando uma "guerra aberta" contra a grama sintética. Segundo o jornal, Neymar seria o principal nome do conflito. Os motivos do camisa 10 do Santos, conforme o jornal, seriam a preocupação com possíveis problemas físicos. O jogador tem enfrentado problemas com lesões e, por isso, não estaria disposto a jogar em partidas com gramado sintético para evitar riscos.

Neymar, camisa 10 do Santos (Foto: Raul Baretta/ Santos FC)

O jornal citou uma postagem de Memphis em suas redes sociais para exemplificar a "guerra" contra o gramado sintético. No post, o astro do Corinthians afirmou que a grama artificial mata o futebol e perguntou à CBF quando irão escutar os jogadores. Neymar demonstrou apoio ao holandês e respondeu a postagem concordando com o que foi dito.

Preocupação de Neymar é válida?

A recente campanha de jogadores de elite, como Neymar, Gabigol e Lucas, contra o uso de gramados sintéticos, reacendeu o debate no futebol brasileiro. A principal queixa dos atletas não se baseia em um suposto aumento de lesões, mas sim em questões técnicas e de jogabilidade. Para eles, o gramado sintético altera drasticamente a dinâmica do jogo, tornando-o diferente daquele praticado na grama natural, o que justificaria sua rejeição.

Apesar da preocupação dos jogadores, a ciência oferece uma perspectiva mais complexa sobre o tema. Uma meta-análise publicada na revista The Lancet, em 2023, analisou 22 estudos e concluiu que a incidência geral de lesões no futebol é, na verdade, menor em superfícies artificiais. Outras pesquisas, como as realizadas na Major League Soccer (MLS) e na NCAA, apontam para a semelhança na taxa geral de lesões, mas indicam que o tipo de lesão pode variar. Por exemplo, enquanto o sintético pode aumentar o risco de lesões no tornozelo, estudos sugerem que ele pode diminuir a probabilidade de lesões no ligamento cruzado anterior (LCA) durante os treinos.

O debate sobre as lesões é multifacetado, com diferentes estudos chegando a conclusões variadas. A pesquisa de Jan Ekstrand para a Aspetar também mostra que a superfície de jogo pode influenciar o padrão das lesões, mas não o risco total. Embora o risco de distensões musculares possa ser menor em gramados artificiais modernos, há indícios de um risco maior para entorses no tornozelo. Essa diversidade de resultados científicos ressalta que não há uma resposta única e definitiva para o dilema.

A controvérsia persiste, e a opinião dos jogadores de alto nível, que apontam para o padrão da FIFA e das principais ligas europeias que não utilizam gramado sintético, continua sendo um fator crucial. Ciente do impasse, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está conduzindo seu próprio estudo sobre a incidência de lesões no Campeonato Brasileiro de 2024. A expectativa é que os dados coletados ajudem a criar uma regulamentação que harmonize a experiência dos atletas com as necessidades estruturais do esporte no país.

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